Por Rodrigo Farias (@rodrigofarias27)
Marion Jones nasceu em 12 de outubro de 1975, em Los Angeles. Filha de uma belizeana e um americano, conseguiu com isso dupla cidadania (Belize e EUA), optando pela última. Na high school, começou a praticar esportes (atletismo, basquete e todos os outros que seu irmão mais velho, Albert, também fazia), destacando-se no atletismo e no basquete.
Por volta dos 15 anos, Marion dominava a maior parte das competições na Califórnia nestes esportes. Nessa época, faturou quatro anos seguidos os 100 metros rasos nos Jogos escolares. Recebeu, em 1992, um convite para disputar as eliminatórias para os Jogos de Barcelona, que recusou. Após isso, passou a competir pela Universidade da Carolina do Norte, ainda disputando basquete e atletismo. Faturou em 1994 o Campeonato Nacional de Universidades, pelo basquete. Em 1996, após perder a vaga nos Jogos de Atlanta devido a uma contusão, decidiu apenas competir no atletismo.
Em 1997, aos 22 anos, graduou-se na Universidade da Carolina do Norte. Nesse mesmo ano, conheceu C.J Hunter, arremessador de peso e seu treinador, e começaram a namorar. Casaram-se em 1998. Devido às regras da universidade, dentre as quais a que proibiam relacionamentos entre alunos e membros do corpo docente, Jones trocou de treinador, passando a partir de 1998 a ser treinada por Trevor Graham.
Além disso, 1997 foi quando Marion começou a ser reconhecida como uma grande corredora fora de seu país: faturou os 100 metros no Campeonato Mundial, disputado em Atenas. Em 1999, declarou que queria ganhar quatro ouros no Campeonato Mundial, em Sevilla. Ganhou o ouro apenas nos 100 metros, levando o bronze no salto em distância e machucando-se nos 200 metros.
Nas qualificatórias para os Jogos de Sidney, em 2000, todos os olhos estavam voltados para Marion Jones. Ela embarcou na mídia que estava sendo feita para si e anunciou que tentaria faturar cinco ouros, o total de competições em que iria competir. Foi a queridinha da imprensa na Austrália. Após ganhar seu primeiro ouro, levou um golpe: seu marido C.J foi pego no antidopping por uso de Nandrolona, perdendo suas credenciais para permanecer nos locais de competição. Ele era um dos seus maiores incentivadores.
Apesar do sofrimento, Marion ainda ganhou mais dois ouros e dois bronzes, um recorde para uma competidora do atletismo. Mas aquele dopping teve consequências muito mais graves do que apenas esportivas: a imagem de C.J foi arrasada publicamente, junto com seu casamento com Marion, que acabou em 2002.
Em 2001, Marion disputou novamente o Mundial de Atletismo, em Edmonton. Perdeu o ouro nos 100 metros, sua primeira derrota em seis anos nessa competição, mas levou para casa o ouro nos 200 metros e no revezamento 4 x 100. Em 2004 os Jogos Olímpicos dessa vez foram um campeonato para esquecer: foi apenas a quinta colocada no salto em distância e não alcançou as finais no revezamento 4 x 100.
No entanto, essa decepção não a derrubou: ela declarou, logo após os Jogos, que Atenas não seria sua última Olimpíada; em 2005, disse que um ouro em Pequim era o seu último objetivo. Em maio de 2006, Jones parecia estar em excelente forma: fez 11,06 metros no salto em distância. No Gaz de France, faturou o ouro nos 100 metros com 10,93s de tempo, sua melhor marca em quatro anos. Depois, ainda baixaria mais esse tempo: iria para 10,91s, porém perdendo o ouro nessa competição.
A sua fala de 2005 não se confirmou: além de não ter participado dos Jogos de Pequim, passou em 2009 a fazer parte do time do San Antonio Silver Stars, da WNBA (a competição da NBA para mulheres). Em 2010, foi para o Tulsa Shock, assinando contrato de um ano com a equipe. Saiu em 21 de julho de 2011.
Aparentemente, uma grande carreira vitoriosa. Aparentemente. Em 2005, a carreira de Marion Jones foi gravemente abalada por um escândalo de dopping, que a fez inclusive perder algumas medalhas conquistadas durante a carreira. Mas isso é assunto para outro post.
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