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Despedidas e Esperanças


Por Leticia Wincler (@LetWincler)

Assim como em nossa vida, no esporte sofremos com a dor de uma despedida, inclusive quando é aquele atleta que tanto batalhou para levar o Brasil no lugar mais alto do pódio e que só é motivo de orgulho para o povo brasileiro. O crescimento do Judô aqui em nosso país se deve a grandes judocas que enfrentaram vários desafios, lutas atrás de lutas para conquistar as medalhas nas importantes competições do calendário internacional. 

E no dia 14 de junho de 2012, quinta-feira passada, João Derly (foto) anunciou sua aposentadoria do Judô, após 25 anos disputando a modalidade, além de muita dedicação e ótimo desempenho durante esse período. Em um curto espaço de tempo perdemos duas grandes personalidades que contribuíram demais ao Judô Brasileiro, que foi o próprio João Derly e Flávio Canto, que se aposentou em fevereiro. 

Gaúcho de Porto Alegre, Derly se tornou campeão mundial em duas oportunidades, em 2005 e 2007. São duas conquistas inesquecíveis e que ficarão marcadas na excelente carreira. Vale destacar também a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2007, realizado no Rio de Janeiro. Entre tantos outros. 

Infelizmente não conseguiu conquistar uma medalha olímpica, mas mesmo assim, garantiu o merecido reconhecimento de muitas pessoas e é lembrado positivamente, o que muitos atletas tentam e não conseguem. João Derly sempre terá o respeito dos amantes do esporte, e em especial do Judô. 

Outro judoca que merece tamanha consideração é Flávio Canto, que se aposentou antes de Derly. Flávio gerou muitos benefícios ao Judô Brasileiro, sendo medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, e garantiu as medalhas de bronze, prata e ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1995, 1999 e 2003. 

Não podemos nos esquecer que o ex-atleta foi um dos grandes responsáveis pela revelação da promessa que já é uma realidade no esporte, a Rafaela Silva, em seu belo trabalho social no Instituto Reação. Um exemplo a ser seguido. 



Victor Penalber (foto) pode ser classificado como a novidade da vez também. Foi pego no exame antidoping em 2008, e como castigo, acabou sendo suspenso. Quando retornou, tinha que iniciar tudo do zero e voltar na base inferior do Judô. Tristemente perdeu espaço por causa disso, e enquanto ele poderia lutar por uma vaga nesta edição dos Jogos Olímpicos de Londres, estava apagado das grandes competições. 

Mas em uma chance que recebeu de participar do Grand Slam do Rio de Janeiro, entre os dias 9 e 10 de junho, ele não decepcionou. Sem os principais judocas que vão representar o Brasil nas Olimpíadas, Penalber ganhou essa responsabilidade de garantir a medalha de ouro na categoria até 81kg. E conseguiu. 

Na final enfrentou o americano Travis Stevens. Além do adversário, o judoca carioca enfrentou o cansaço. Totalmente desgastado e com a boca sangrando, conseguiu se defender bem dos ataques. E como estava se defendendo muito na luta, houve aquele medo de perder por falta de combate, porém conseguiu ter um bom desempenho e driblou o desgaste físico. No fim, deu tudo certo e o recomeço foi melhor do que se imaginava. 

Na hora do pódio, Victor Penalber não segurou as lágrimas e demonstrou-se bastante emocionado ao som do hino nacional brasileiro. Uma emoção que levaram a todos que estavam acompanhando a sentirem essa alegria do atleta, que está dando a volta por cima. 

Portanto, em tampouco tempo já perdemos dois ídolos, duas figuras sensacionais do Judô. E por outro lado, podemos ter esperança de que o Penalber poderá nos dar muitas alegrias a partir de agora, pois ainda só tem 22 anos de idade, e dessa vez, que nada o atrapalhe. 

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