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Londres - História da cidade Olímpica de 2012 - Parte 4


Por Rodrigo Farias (@rodrigofarias27)

Durante o século XVII, vemos uma grande expansão dos domínios de Londres, com a região em torno de sua área sendo cada vez mais ocupada pela sua população. O aumento do número de habitantes ao longo do século XVI fez com que regiões como Finsbury - um lugar nessa época muito ocupado por praticantes de tiro com arco – e Mille End fossem definitivamente povoados. Nessa época, houve também uma tentativa de unificação da Escócia com a Inglaterra, promovida pelo rei Jaime I em 1603. Suas leis anticatólicas o tornaram tão impopular que uma tentativa de assassinato ocorreu – a Conspiração da Pólvora, em 1605.

Nessa época, também houve uma epidemia que atingiu Londres, matando cerca de 30 mil pessoas. O Lord Mayor’s Show – evento que basicamente apresenta o novo prefeito de Londres -, descontinuado por alguns anos, voltou a ser feito em 1609. O antigo monastério de Charterhouse, que foi comprado e vendido por diversos cortesãos diversas vezes, foi comprado por Thomas Burton por 13 mil libras. Lá então foram construídos um hospital, uma capela e uma escola em 1611. A Escola de Charterhouse foi uma das principais escolas de Londres, até esta ser movida para Surrey. O seu antigo prédio se tornou a Escola de Medicina e Odontologia de Londres.

Em 1625, Carlos I foi coroado rei. Durante seu reinado, aristocratas começaram a ocupar a região de West End, onde hoje se situa o Mercado de Covent Garden. Além disso, a região de Fleet Street tornou-se a principal área de entretenimento e St Paul's Churchyard, de troca de livros. Entretanto, seu reinado terminou de maneira trágica: foi executado em 1649, após uma série de conspirações que culminou no breve período republicano na Inglaterra sob a autoridade de Oliver Cromwell e depois de seu filho, Richard Cromwell.

A cada vez mais insalubre e lotada Londres começava a sofrer as consequências desses fatos. Inúmeras epidemias ocorreram durante o século XVII, sendo a mais violenta chamada de “A Grande Praga”, que ocorreu entre 1665 e 1666 e matou cerca de 60 mil pessoas – um quinto da população de Londres. Mas o pior estava por vir: em 2 de setembro de 1666, um incêndio numa padaria na região sul da cidade se espalhou, gerando o Grande Incêndio de Londres. 60% da cidade foi destruída, incluindo 87 igrejas. Ironicamente, esse fato trágico contribuiu para o fim da Grande Praga. Surpreendentemente, apenas 16 pessoas morreram graças ao fogo.

A cidade reconstruída após o incêndio foi bem diferente da antiga Londres. Muitas casas de aristocratas não foram reconstruídas, com seus antigos moradores preferindo ir para a região de St James’s, mais perto da antiga residência real – St James’s Palace, que sucedeu Whitehall Palace, destruído pelo fogo. Na área rural de Piccadilly brotaram mansões como a Burlington House. Assim, a separação entre a população mais rica – comerciantes – e aristocratas tornou-se completa. Além disso, pelo Ato de Reconstrução de Londres (1666) foi proibido que novas construções tivessem como principal material a madeira. Apenas portas, janelas e pequenos adormos eram permitidos.

Foi também no século XVII que o Banco da Inglaterra foi fundado, sendo seu principal cliente nessa época a Compania das Índias Orientais. A loja Lloyd’s também começou a operar nessa época. No ano de 1700, Londres concentrava 80% das importações inglesas, 69% das exportações e 86% disso, reexportações. Muito disso eram as especiarias das Américas: tabaco, açúcar e chá. Elas demonstraram bem o poderio naval que os ingleses possuíam: além de possuírem uma grande capacidade de importá-las do continente americano, havia também muito poderio para exportá-las para toda a Europa.

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