Por Rodrigo Farias (@rodrigofarias27)
Durante o século XVII, vemos uma grande expansão
dos domínios de Londres, com a região em torno de sua área sendo cada vez mais
ocupada pela sua população. O aumento do número de habitantes ao longo do
século XVI fez com que regiões como Finsbury - um lugar nessa época muito
ocupado por praticantes de tiro com arco – e Mille End fossem definitivamente
povoados. Nessa época, houve também uma tentativa de unificação da Escócia com
a Inglaterra, promovida pelo rei Jaime I em 1603. Suas leis anticatólicas o
tornaram tão impopular que uma tentativa de assassinato ocorreu – a Conspiração
da Pólvora, em 1605.
Nessa época, também houve uma epidemia que
atingiu Londres, matando cerca de 30 mil pessoas. O Lord Mayor’s Show – evento
que basicamente apresenta o novo prefeito de Londres -, descontinuado por
alguns anos, voltou a ser feito em 1609. O antigo monastério de Charterhouse,
que foi comprado e vendido por diversos cortesãos diversas vezes, foi comprado
por Thomas Burton por 13 mil libras. Lá então foram construídos um hospital,
uma capela e uma escola em 1611.
A Escola de Charterhouse foi uma das principais escolas
de Londres, até esta ser movida para Surrey. O seu antigo prédio se tornou a
Escola de Medicina e Odontologia de Londres.
Em 1625, Carlos I foi coroado rei. Durante seu
reinado, aristocratas começaram a ocupar a região de West End, onde hoje se
situa o Mercado de Covent Garden. Além disso, a região de Fleet Street
tornou-se a principal área de entretenimento e St Paul's Churchyard, de troca
de livros. Entretanto, seu reinado terminou de maneira trágica: foi executado
em 1649, após uma série de conspirações que culminou no breve período
republicano na Inglaterra sob a autoridade de Oliver Cromwell e depois de seu
filho, Richard Cromwell.
A cada vez mais insalubre e lotada Londres
começava a sofrer as consequências desses fatos. Inúmeras epidemias ocorreram
durante o século XVII, sendo a mais violenta chamada de “A Grande Praga”, que
ocorreu entre 1665 e 1666 e matou cerca de 60 mil pessoas – um quinto da
população de Londres. Mas o pior estava por vir: em 2 de setembro de 1666, um
incêndio numa padaria na região sul da cidade se espalhou, gerando o Grande
Incêndio de Londres. 60% da cidade foi destruída, incluindo 87 igrejas.
Ironicamente, esse fato trágico contribuiu para o fim da Grande Praga.
Surpreendentemente, apenas 16 pessoas morreram graças ao fogo.
A cidade reconstruída após o incêndio foi bem
diferente da antiga Londres. Muitas casas de aristocratas não foram
reconstruídas, com seus antigos moradores preferindo ir para a região de St
James’s, mais perto da antiga residência real – St James’s Palace, que sucedeu
Whitehall Palace, destruído pelo fogo. Na área rural de Piccadilly brotaram
mansões como a Burlington House. Assim, a separação entre a população mais rica
– comerciantes – e aristocratas tornou-se completa. Além disso, pelo Ato de
Reconstrução de Londres (1666) foi proibido que novas construções tivessem como
principal material a madeira. Apenas portas, janelas e pequenos adormos eram
permitidos.
Foi também no século XVII que o Banco da
Inglaterra foi fundado, sendo seu principal cliente nessa época a Compania das
Índias Orientais. A loja Lloyd’s também começou a operar nessa época. No ano de
1700, Londres concentrava 80% das importações inglesas, 69% das exportações e
86% disso, reexportações. Muito disso eram as especiarias das Américas: tabaco,
açúcar e chá. Elas demonstraram bem o poderio naval que os ingleses possuíam:
além de possuírem uma grande capacidade de importá-las do continente americano,
havia também muito poderio para exportá-las para toda a Europa.
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