Por Gustavo Rodrigues Vargas (@GustavoHull)
Diferentemente dos jogos de
Atenas, quando poucos sabiam sequer as jogadoras que entrariam em campo para
representar o país, o Brasil vinha com muita força para as Olimpíadas de
Pequim. Contando com a melhor jogadora do mundo em grande fase, e vindo de um
vice-campeonato mundial na Alemanha no ano interior, o time comandado por Marta
e Cristiane buscava enterrar de vez a fama de amarelar em decisões
internacionais. Entretanto, a missão ficará para Londres.
O time comandado por Jorge
Barcellos fazia um torneio irrepreensível. Para coroar o excelente futebol
demonstrado, o Brasil atropelou as alemãs no jogo semifinal, e teria pela
frente mais uma vez a seleção norte-americana. Vale lembrar que nos jogos da
Grécia, os Estados Unidos venceram o Brasil por 2-1 na prorrogação, em jogo com
influência direta da arbitragem, bastante contestada pelo técnico Renê Simões e
equipe. Em 2007, porém, as brasileiras já haviam dado o troco, vencendo as
americanas pelo placar de 4-0 na semifinal da Copa do Mundo, na mais bela
página da história do futebol feminino brasileiro.
O Brasil fez o que tinha de
melhor. Encurralou as adversárias em seu campo de defesa, atuou com velocidade
e cabeça no lugar, mas o gol persistia em não sair. Marta apresentava-se para o
jogo, guiando o time para o ataque, mas esbarrava em Hope Solo, em uma atuação
espetacular. Cristiane, outra peça importantíssima do esquema brasileiro,
estava um pouco apagada, muito pela forte marcação imposta pelas zagueiras adversárias.
Os Estados Unidos, que eliminaram o Japão nas semifinais, tentavam assustar nos
contra-ataques, mas pecavam na manutenção da bola, que pouco passou pelos pés
de Amy Rodriguez.
Com o placar permanecendo
0-0 durante os 90 minutos, a partida foi para prorrogação. O time brasileiro
parecia sentir o cansaço, enquanto as americanas encontravam mais facilidade de
levar o jogo adiante, e já começavam a equilibrar as ações. Vale lembrar que as
rivais vinham de duas partidas onde encontraram dificuldades, a principal delas
contra o Canadá, onde eliminou-as apenas no tempo extra.
Aos 6 minutos do primeiro
tempo, Carli Lloyd chutou forte de fora da área, marcando o gol que valeu o
bicampeonato olímpico. O Brasil ainda tentou o empate nos últimos instantes,
mas o esforço foi em vão. Mais uma vez ficamos com a medalha de prata em mãos.
O tão sonhado primeiro lugar ficou com as
norte-americanas, que apesar de não terem mostrado o melhor futebol, foram
eficientes. Eficiência essa que lhes valeu a medalha de ouro, cobiçada pelo
Brasil desde então. É chegada a hora?
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