A Seleção Brasileira de Atletismo que
participou do Campeonato Mundial de Revezamentos no fim de semana em
Yokohama, no Japão, voltou ao País na terça-feira (14/5) motivada com
os excelentes resultados obtidos. A equipe masculina do 4x100 m, e não
poderia ser diferente, foi a mais festejada na chegada em São Paulo, após conquistar o título
mundial.
O grupo formado por Paulo André Camilo de Oliveira, Rodrigo Nascimento,
Derick Souza Silva, Jorge Henrique da Costa Vides e Vitor Hugo Mourão
dos Santos recebeu salva de palmas, abraços, olhares curiosos no saguão
de desembarque do terminal 3, reconhecimento mais do que justo para os
novos heróis do atletismo brasileiro. O objetivo agora é manter a equipe
na luta por medalhas no Pan de Lima, no Mundial de Doha e nos Jogos de
Tóquio.
"Estamos muito felizes porque foi uma conquista inédita. Espero
sinceramente que se torne uma conquista pequena no futuro pelo muito o
que ainda pode vir pela frente", comentou Paulo André, de 20 anos, que
fechou a prova. "Temos uma safra muito boa de velocistas, com cinco que
correm abaixo de 10.15, e a tendência é todos melhorem os resultados
individuais e, em consequência, o resultado do revezamento."
Paulo André integrará a Seleção no Sul-Americano de Lima, no fim de
maio, e depois parte para competições na Europa. "O grande objetivo é
correr os 100 m abaixo dos 10.00, antes do Mundial de Doha", disse o
atleta, que tem 10.02 como recorde pessoal. "Melhorando no individual,
mantendo a tranquilidade e a concentração na passagem do bastão, temos
tudo para lutar por medalhas até Tóquio 2020."
Derick Souza, de 20 anos, lembra que a confiança do grupo aumentou
depois das eliminatórias. "Quando a gente viu que tinha ficado com o
segundo melhor tempo, percebeu que dava para buscar o pódio e o primeiro
lugar. A gente faz tudo junto, vive junto, joga videogame. Quando se
encontra faz o treinamento junto, faz as refeições juntos, nunca um
separado do outro", comentou. "A passagem do bastão foi um diferencial.
As outras equipes pecaram e a gente não errou. A medalha veio."
Já Rodrigo, que abriu a prova, ficou surpreso com o título. "Esperava um
bom resultado, mas a conquista é uma honra. Na hora, foi inacreditável.
Difícil traduzir essa sensação de ser campeão mundial em palavras. Mas
temos um grupo muito qualificado, que se preparou bem e a união do grupo
foi fundamental", disse. "Todo mundo acreditando em cada passagem, na
corrida de cada um para que desse tudo certo e, graças a Deus aconteceu e
a gente foi campeão mundial."
Jorge Henrique Vides, de 26 anos, tem certeza de que o revezamento pode
ir melhor ainda e cita seu exemplo pessoal, que é superar o seu tempo de
10.08 nos 100 m. "A temporada está só começando. Meus treinos ainda não
me deixam ser veloz nesta fase. A tendência é brigar por boas marcas
nos próximos meses", lembrou o atleta, que vinha de dois quarto lugares
no Mundial de Revezamentos nas Bahamas.
Jorge e Derick treinam alguns dias no Pinheiros para adaptação ao fuso
horário e no dia 27/5 já viajam para a Europa para competições. Paulo
André e Rodrigo disputam o Sul-Americano de Lima, mas também seguem
depois para os meetings europeus.
Vitor Hugo dos Santos, que teve um ano perdido em 2018, por causa de
lesões, ficou na reserva em Yokohama. "A expectativa agora é retomar as
competições, ganhar ritmo e brigar por vagas no Pan e no Mundial",
disse.
O resultado de 38.05 não surpreendeu o técnico Felipe de Siqueira. "Se a
expectativa já era das melhores quando a gente pisou no Japão, aquele
clima de Jogos Olímpicos começou a contagiar o grupo. E a partir do
momento em que corremos as eliminatórias com o segundo melhor tempo e
alguns países fortes, como o Canadá, ficaram de fora, corrigimos
detalhes. Quando se corre contra países como Estados Unidos, Jamaica,
Grã-Bretanha e China não pode errar", analisou. "Ainda podemos melhorar e
entrar numa zona de medalha correndo na casa dos 37 segundos. É só o
começo da preparação com esse grupo jovem."
Foto: CBAt
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