A Paracanoagem será o esporte estreante nos Jogos Paralímpicos de 2016 e
contará com seis categorias: KL1, KL2 e KL3, Masculino e Feminino,
todas de 200 metros. Para cada prova, são 10 vagas disponíveis e em cada
uma delas é obrigatório que países de pelo menos três continentes
estejam classificados. Caso isso não aconteça, o país classificado com o
menor ranking cede sua vaga para o melhor ranqueado entre os
continentes restantes.
O Brasil, como país-sede, já tem garantida uma
vaga em uma prova Masculina e outra na Feminina, mas mesmo assim ainda
precisa participar dos eventos classificatórios para ter o direito de
participar de outras provas. Ao conquistar uma vaga, ela substitui
automaticamente a vaga garantida, não sendo possível um mesmo país ter
duas embarcações na mesma prova.
Se um atleta conquista a vaga ele não está obrigatoriamente dentro
dos Jogos. A Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) fará uma análise
comparativa dos atletas, levando em consideração o nível técnico de
equipes internacionais. “Não serão utilizados índices para a avaliação,
eles são muito subjetivos”, diz Leonardo Maiola, Supervisor do Comitê de
Paracanoagem da CBCa. Serão avaliados resultados em eventos
específicos, como a Mundial de Paracanoagem, que acontecerá em maio na
Alemanha, além de uma bateria de exames médicos para garantir o
bem-estar dos atletas selecionados. Após as avaliações, caso o atleta
esteja realmente apto a participar, ele será selecionado.
O primeiro evento classificatório foi o Campeonato Mundial de
Canoagem Velocidade e Paracanoagem em Milão, no final de agosto, em
2015. Neste evento, 18 vagas estavam em jogo para cada gênero e as seis
embarcações mais bem colocadas de cada prova garantiriam o Rio 2016.
Dois atletas brasileiros asseguraram a participação brasileira em duas
provas diferentes neste evento: Fernando Rufino conquistou o bronze no
KL2 Masculino e Luis Carlos Cardoso foi o campeão no KL1 Masculino
(Fernando Fernandes conquistou o terceiro lugar nesta prova). O segundo
evento classificatório acontecerá em Duisburg, na Alemanha, no fim de
maio. Lá, as 4 melhores embarcações de cada prova terão sua vaga
garantida, totalizando 10 vagas disponíveis para cada prova.
Ainda de acordo com Leonardo Maiola, apesar do alto nível do
Campeonato Mundial, a projeção de resultados para a equipe brasileira é
positiva: “Não será um campeonato fácil, mas acredito que podemos
garantir três vagas das quatro ainda disponíveis”. O técnico da equipe
de Paracanoagem Thiago Puppo compartilha do otimismo para o Campeonato
Mundial e aponta o principal objetivo no evento classificatório: “Nossa
maior luta é conseguir a classificação no KL-3, tanto masculino quanto
feminino”.
Após o Mundial em Duisburg a equipe de Paracanoagem Brasileira foca
todas as atenções nos Jogos. Toda a equipe retorna para o CT da Equipe
Permanente de Paracanoagem no Centro de Práticas Esportivas da USP em
São Paulo, onde permanece até agosto. A partir do dia 21 de agosto
iniciará a aclimatação para os Jogos com toda a delegação paralímpica do
Brasil, em São Paulo. A partir de 1º de setembro a equipe treina na
Lagoa Rodrigo de Freitas até o início dos Jogos Paralímpicos, com início
em 7 de setembro.
Ao comentar sobre as expectativas para os Jogos Paralímpicos Thiago
Pupo é categórico “No momento temos chances de medalhas na maioria das
provas que já temos vaga garantida, tanto nas provas masculinas quanto
nas femininas”. Segundo o técnico os atletas do KL-1 Masculino têm
grandes chances de medalha, pois não há, hoje, algum atleta
internacional que se destaque nessa categoria. Nas outras provas, no
entanto, garantir medalhas será um pouco mais complicado. “No KL-2 o
homem a ser batido é o atleta austríaco Markus Swoboda, pentacampeão
mundial da categoria. Já no KL-3 as maiores ameaças são o romeno Julian
Serban e o alemão Tom Kierey, atual campeão mundial da categoria no KL-3
feminino a preocupação é com a italiana Veronica Yoko Plebani”, comenta
Thiago.
Foto: CBCa
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