O Brasil enfrentará a França fora de casa na cidade de Orleans ao norte do país, cidade que tem uma altitude mínima de 116m. Os franceses escolheram o piso duro indoor. Vale lembrar que o Brasil já vem adaptado a este piso, pois os últimos confrontos contra europeus foram nestas condições, e nelas vencemos Dinamarca e Suécia, ambas fora de casa, e na fase de grupos do ano passado fizemos confrontos duros contra Itália, Países Baixos e Bélgica, onde vencemos os belgas.
O Brasil já enfrentou a França em cinco ocasiões, são duas vitórias para os brasileiros e três vitórias para os franceses. O Brasil está numa espécie de primeiro play-off, se passar pela França, terá a Croácia ou Eslováquia na 2ª rodada, avançando mais esta rodada estará no Finals da Copa Davis. Caso perca para a França, vai regredir mais uma fase, e se perder na rodada seguinte, voltará para esta mesma fase atual em 2026.
Os jogos ocorrerão amanhã (01) com início às 10h30 e domingo (02) a partir das 10h. Os jogos serão transmitidos pelo canal DSports dentro do Sky+. A plataforma de streaming da Sky permite a criação de uma conta para uso gratuito por 7 dias, após o torneio basta cancelar a conta antes do prazo para não ser cobrado.
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Equipe brasileira com o capitão Jaime Oncins. Foto: Green Filmes/CBT. |
Brasil:
O capitão Jaime Oncins convocou Thiago Wild #76 e atual nº 1 do Brasil, João Fonseca #99 e Matheus Pucinelli #302 para as simples, e Rafael Matos #38 e Marcelo Melo #39 nas duplas. Como é um período de torneios de saibro na América do Sul, alguns tenistas que seriam nº 2 da equipe ou reserva optaram por não ir para a Davis, como foram os casos de Monteiro, Meligeni e Heide.
Wild vem de uma cirurgia grande feita no final do ano passado,
foi eliminado na 1R do Australian Open em 5 sets e caiu na estreia do
Challenger 125 de Quimper jogado nas mesmas condições desta etapa da Davis. Wild ainda não tem um grande resultado jogando com a camisa do Brasil em Copa Davis, esta é uma boa oportunidade para ele.
João vem de ótima fase com apenas 1 derrota nos últimos 15 jogos, no piso duro indoor
ele venceu o Next Gen ATP Finals em dezembro/2024. Em Copa Davis ele já soma 2 vitórias e 1 derrota. Pucinelli vem como suporte e reserva da equipe, provavelmente só será utilizado em caso de lesão de algum simplista. A nossa dupla formada por Matos/Melo é forte e entrosada, e no caso de querer surpreender, tanto Wild, como Fonseca, podem entrar no lugar de um dos duplistas, para termos uma dupla formada por 1 simplista e 1 duplista.
França:
O capitão francês Paul-Henri Mathieu chamou alguns dos principais simplistas do país para o duelo, são eles: Ugo Humbert #15, Arthur Fils #19, Giovanni Mpetshi Perricard #30, Benjamin Bonzi #62 e Pierre-Hughes Herbert #179. Todos são jogadores de simples, por algum motivo Mathieu optou por não levar nenhum duplista de ofício.
Humbert vem de oitavas de final no
Australian Open, e em novembro do ano passado perdeu a final do
Masters 1000 de Paris no piso duro coberto, as duas derrotas foram para
Alexander Zverev. Fils abandonou o duelo de 3R do
Australian Open por conta de uma lesão diante justamente de Humbert, vem num momento de muita oscilação, tendo chegado a
perder na estreia do Next Gen ATP Finals para João Fonseca, e sequer ter se classificado para a fase final do torneio, onde era o principal favorito para ganhar e o melhor ranqueado.
Perricard perdeu na estreia do Grand Slam australiano para o seu compatriota Gael Monfils, mas vem de bons resultados, como o título do ATP 500 da Basileia na quadra dura coberta, e a semifinal no ATP 250 de Brisbane. Perricard tem hoje o saque mais poderoso do circuito, porém seu jogo de fundo de quadra e de rede ainda tem muitas deficiências. Bonzi vem para jogar duplas ao lado de Herbert, salvo alguma mudança na escalação por estratégia ou motivo de força maior.
Ordem dos jogos:
O confronto segue o modelo e a ordem do nº 1 de cada país enfrentar o nº 2 do outro, um jogo de duplas, um jogo entre os dois nº 1 e caso seja necessário, o duelo entre os nº 2. É uma melhor de cinco jogos e classifica o time que vencer 3 jogos. Os jogos são jogados em melhor de 3 sets. Vale lembrar que pode haver substituição de jogadores, respeitando a ordem do ranking.
Sábado:
Ugo Humbert x João Fonseca
Arthur Fils x Thiago Wild
Domingo:
Benjamin Bonzi/Pierre-Hugues Herbert x Rafael Matos/Marcelo Melo
Ugo Humbert x Thiago Wild
Arthur Fils x João Fonseca
As chances do Brasil:
A França é a favorita para o confronto, está escalada com praticamente tudo o que tem de melhor, joga em casa e num piso em que estão mais acostumados. Dito isso, o Brasil vem ficando cada vez mais cascudo para esse tipo de competição e conta com uma estrela em ascensão, os brasileiros devem jogar mais soltos, o que é bom. João irá abrir e fechar o confronto (caso seja necessário).
João tem um ótimo retrospecto contra franceses, são 9 vitórias e 2 derrotas, no piso duro são 4V-2D, uma dessas derrotas foi para Benjamin Bonzi, mas que dificilmente será escalado para enfrentá-lo. Humbert é um tenista muito sólido, com golpes firmes e retos, e costuma seguir o seu padrão de jogo, mas o João hoje é um jogador que tem chance contra quase qualquer adversário. Fils já enfrentou o João duas vezes e perdeu em ambas, caso este jogo valha a classificação para alguma das equipes, além de ser um grande jogo, deverá ser um duelo muito mental. João joga bem tanto com torcida a favor, como contra, se desempenhar o que vem jogando nesses últimos meses, tem ótimas chances de somar ao menos 1 ponto para o Brasil.
Wild enfrentou uma vez Arthur Fils e perdeu no saibro de Santiago, são dois jogadores que gostam da trocação pesada e jogo de fundo, quem estiver menos errático tende a ganhar a partida. Acredito que a melhor chance de vitória do brasileiro esteja nesse jogo, contra Humbert que é um tenista mais correto e sólido, as chances diminuem. Vale destacar que a França tem o fator surpresa do Perricard que muito provavelmente será utilizado em algum jogo, se for necessário, talvez até mesmo nas duplas.
Nas duplas o Brasil contará com uma escalação genuína de duplistas, ao que tudo indica. Já a França terá dois simplistas. Considero a dupla brasileira favorita, mas precisará dos 2 tenistas jogando bem, nos confrontos do ano passado, Marcelo Melo esteve bem abaixo do seu parceiro, tanto que foi preterido por Felipe Meligeni no último duelo.
Acredito que o Brasil venderá caro este confronto, podendo ser decidido no 4º ou 5º jogo, e pode até mesmo cometer o famoso "crime" do bem ao conseguir a classificação. Tudo passa muito pelo primeiro dia, o Brasil somando 1 ponto no sábado, fica em uma situação positiva e de confiança para conseguir a vaga, jogando a pressão ainda mais para o lado francês.
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