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Seleção de natação chega para aclimatação aos Jogos Paralímpicos de Paris após campanhas históricas


Seleção de natação chega para aclimatação aos Jogos Paralímpicos de Paris após campanhas históricas
Foto: Alessandra Cabral/CPB



Os 37 nadadores que vão representar o Brasil nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 fizeram seus primeiros treinos em águas francesas neste sábado, 17. Os atletas chegaram a Troyes, cidade a cerca de 160km de Paris, na sexta-feira, 16, e se acomodaram nas instalações do Centro Esportivo de l’Aube, local onde ficarão hospedados e treinarão até o próximo dia 24. Nesta data, eles seguirão para a Vila Paralímpica.

Os 21 homens e 16 mulheres da natação paralimpica brasileira se juntaram aos atletas do atletismo, remo, tênis de mesa, vôlei sentado, goalball, taekwondo e badminton na aclimatação em Troyes. Entre os nadadores estão a pernambucana Carol Santiago, da classe S12 (baixa visão) e maior medalhista brasileira nos Jogos de Tóquio 2020 – com cinco pódios (três ouros, uma prata e um bronze), além de outros campeões paralímpicos e mundiais, a exemplo do mineiro Gabriel Araújo, da classe S2 (limitação físico-motora), e do paulista Gabriel Bandeira, da classe S14 (deficiência intelectual).

A natação também tem o atleta mais novo de toda a delegação brasileira em Paris. Victor dos Santos Almeida, conhecido como Vitinho, da classe S9 (limitação físico-motora), completou 16 anos no último mês de maio. Vitinho, inclusive, é um dos oito atletas com menos de 23 anos na Seleção de natação em Paris. Além da juventude, a equipe também chega para os Jogos com o status de ter feito o melhor ciclo da sua história.

Nas últimas missões internacionais em que a Seleção Brasileira de natação esteve presente – Mundiais da Ilha da Madeira, Portugal, 2022, e de Manchester, Inglaterra, 2023, além do Parapan de Santiago, 2023 -, os brasileiros alcançaram o top-5. Em águas portuguesas, o Brasil registrou sua melhor campanha em um Mundial, quando ficou na terceira posição, com 53 medalhas, sendo 19 de ouro, 10 de prata e 24 de bronze. Já em Manchester, os brasileiros ocuparam a quarta colocação, com 46 pódios (16 ouros, 11 pratas e 19 bronzes). Nos Jogos Parapan-Americanos, o país liderou a modalidade ao conquistar 120 medalhas – 67 ouros, 30 pratas e 23 bronzes.

Além disso, a natação é a segunda modalidade que mais garantiu pódios para o Brasil em Jogos Paralímpicos. Foram 125 – 40 ouros, 39 pratas e 46 bronzes. Apenas os esportistas do atletismo foram mais laureados: 170 medalhas (48 ouros, 70 pratas e 52 bronzes).

Perto de estrear em sua segunda edição de Jogos Paralímpicos, Gabriel Araújo aprovou a piscina em Troyes em seu primeiro treino na França e afirmou que, mesmo com sua experiência em competições internacionais, sentiu ansiedade para viajar à Europa. “Agora que cheguei, estou um pouco mais tranquilo. Mas, no Brasil, eu queria que a data da viagem chegasse logo”, disse o atleta, 22, que tem focomelia, doença congênita que impede a formação de braços e pernas.

“Quero conhecer a piscina da competição e entrar na Vila. Eu gosto do clima. São vários países juntos. Você vê todo mundo a toda hora”, completou o nadador do Praia Clube-MG. dono de três medalhas paralímpicas (dois ouros e uma prata em Tóquio 2020) e de seis títulos nos dois Mundiais do ciclo (50m costas, 100m costas e 200m livre).

Medalha de bronze nos 100m livre da classe S9, a fluminense Mariana Gesteira chegará a Paris com o status de bicampeã mundial nos 50m livre e vice-campeã mundial nos 100m livre. Para a nadadora, os atletas brasileiros têm sido muito bem recebidos em Troyes.

“Foi uma viagem cansativa, mas estou muito empolgada para competir. E, para melhorar, aqui na França, temos uma alimentação brasileira na aclimatação. Isso faz com que a gente se sinta ainda mais acolhidos”, disse Mariana, do Clube de Natação e Regatas Álvares Cabral – ES, que nasceu com Síndrome de Arnold-Chiari, uma má-formação do sistema nervoso central que afeta a coordenação e equilíbrio.

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