Foto: Divulgação/CPB |
O segundo dia do Open Internacional de Atletismo mostrou o excelente desempenho dos atletas na competição até o momento. Foram três recordes das Américas registrados nesta sexta-feira, 19, penúltimo dia das provas de pista e campo realizadas no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
A competição, promovida pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), conta com a participação de 161 atletas de 14 estados brasileiros e do Distrito Federal (AL, AP, CE, ES, GO, MS, PB, PE, MG, PR, RJ, RS, SC e SP), além de competidores estrangeiros dos Estados Unidos, Argentina e Uruguai.
O primeiro recorde continental do dia foi estabelecido pelo saltador goiano Rodrigo Parreira, do clube Aparu/Praia/Futel. Competindo na classe T36 (paralisados cerebrais), ele saltou a distância de 5,94m, superando em quatro centímetros sua própria marca anterior, conquistada no Desafio CPB/CBAt em Belo Horizonte (MG) no ano passado.
“Estou muito feliz por ter alcançado essa marca, estava bastante focado. O Aser [Ramos, saltador gaúcho] me provocou antes e durante a prova. Isso acabou me motivando a participar dessa brincadeira e alcançar essa distância. Mas esse feito me incentiva a treinar mais para chegar ao Mundial e aos Jogos e conseguir um pódio duplo com ele para o Brasil”, afirmou Rodrigo, que nasceu com paralisia cerebral, afetando sua coordenação motora e o lado esquerdo do corpo.
Ele está entre os 42 dos 50 atletas convocados para o Mundial de Atletismo e competem no Open. Esta é a primeira competição no CT Paralímpico com a Seleção Brasileira desde o anúncio oficial dos esportistas que irão para a competição na Ásia.
A amapaense Wanna Brito, que também estará presente no Mundial de Kobe, foi outra atleta a quebrar o próprio recorde das Américas. A lançadora do clube da classe F32 (paralisados cerebrais) lançou a marca de 27,89m, melhorando em mais de um metro sua antiga marca de 26,38m, obtida na 2ª etapa do Desafio CPB/CBAt deste ano.
“Alcançar essa marca antes do Mundial é muito animador. Mostra os resultados do nosso trabalho, o que estamos construindo. E queremos conquistar muito mais. Estou focada em conquistar um pódio em Kobe e em Paris. Mas esse recorde foi algo natural. Estou mais concentrada no arremesso de peso, mas isso também ajuda na evolução no lançamento do clube”, avaliou Wanna, que competiu pelo clube FPA-AP.
A última quebra de recorde continental foi de um atleta que estará estreando no Mundial no Japão. O paulista Eduardo Pereira, da classe F34 (paralisados cerebrais), arremessou o peso a uma distância de 11,83m, superando a marca de 11,68m do colombiano Mauricio Valencia, obtida no Mundial de Paris do ano passado.
“Esse resultado era muito esperado. Venho trabalhando muito. Desde o ano passado, vim para o CT Paralímpico em busca de um treinamento de melhor qualidade, com todo o suporte da psicologia, nutrição e técnica. É um resultado significativo. Tenho uma doença degenerativa e a cada dia é uma nova descoberta, uma nova conquista”, finalizou o atleta, que foi diagnosticado com uma ataxia cerebelar de início tardio, uma doença neurodegenerativa rara que afeta o cerebelo, uma parte do cérebro responsável pelo controle motor e coordenação dos movimentos, e competiu pelo clube APOP.
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