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Perto de retornar às competições, Daniel Cargnin treina no Japão em busca de “reconexão com o judô”

Perto de retornar às competições, Daniel Cargnin treina no Japão em busca de “reconexão com o judô”
Foto:Divulgação/CBJ



Medalhista olímpico em Tóquio 2020, Daniel Cargnin fez um pedido especial à Confederação Brasileira de Judô neste início de temporada: retornar ao local de sua maior conquista para treinar e reencontrar o seu melhor judô.


Em outubro do ano passado, ele fraturou o tornozelo na semifinal dos Jogos Pan-Americanos de Santiago e precisou se afastar do circuito para se recuperar da lesão.


Apesar de já estar liberado para os treinos no tatame, Daniel sentiu que faltava alguma coisa na sua rotina. A CBJ já tem adotado um planejamento individualizado para os atletas do grupo de elite da seleção brasileira. Assim, em parceria com o Comitê Olímpico do Brasil, a Confederação conseguiu viabilizar a estratégia e enviou Cargnin, João Derly e o fisioterapeuta Daniel Carrasco para um programa de duas semanas de intercâmbio técnico na Universidade de Tokai, uma das mais tradicionais do Japão, casa de lendas do judô como Kosei Inoue e Yasuhiro Yamashita.


“Como eu operei duas vezes no ano passado, foi um período que eu fiquei afastado e senti que precisava me reconectar de novo com o judô. Nada melhor do que o Japão, um lugar em que eu estou respirando judô desde que eu acordo”, conta.


Além do treino de ótima qualidade técnica, os dojôs japoneses também trazem uma atmosfera do judô “raiz”, o que inspira ainda mais o brasileiro a trabalhar valores como humildade e coragem.
“Quando a gente chega ao tatame eu vejo a galera limpando o dojô e tudo mais. Vendo isso, eu sinto que é hora de botar a faixa branca de novo e voltar a aprender”, pontua.

Sensei Derly

No Japão, Daniel está contando com um mentor de peso para auxiliá-lo nos treinos, o bicampeão mundial João Derly, que sempre foi um espelho para Cargnin e conhece a luta contra os japoneses como poucos.


Derly tem em seu currículo seis lutas e seis vitórias contra japoneses*, sendo as mais célebres a final do Mundial do Cairo, em 2005, sobre Masato Uchishiba, e a final do Torneio de Paris, de 2006, sobre Hiroyuki Akimoto.


“Ter o João aqui comigo é incrível. É o cara em que eu sempre me inspirei no judô. Ouvir uma instrução dele já é diferente, parece que é um sonho realizado do Daniel de anos atrás”, diz o judoca.

Paris é logo ali, mas calma

É esse ambiente de competitividade, mas também de apoio e confiança que Cargnin escolheu para construir suas próximas conquistas. As lesões são páginas viradas, mas também lições aprendidas de um processo duro que fortaleceu ainda mais a mentalidade já vencedora do judoca.


“Como eu botei uma placa no tornozelo não é a mesma coisa que antes. Estou me adaptando. Às vezes dá uma dorzinha, tenho que soltar (com o fisioterapeuta). Estou ansioso, sim, para voltar a competir, mas uma estratégia que eu adotei é pensar um dia de cada vez para não atrapalhar os processos. É um ano importante, que tem Jogos Olímpicos. Preciso criar metas pequenas para chegar lá no final e tentar sair com o melhor resultado possível, que é o ouro olímpico.”


A próxima meta já está traçada. Voltar ao Circuito Mundial, o que deverá acontecer no Grand Prix da Áustria, em março. Até lá, muito treino e paciência para buscar a reconexão não só com o judô, mas também com as vitórias.

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