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Foto: Divulgação |
Após encerrar a sua temporada no calendário da WTA com os títulos de simples e duplas no WTA Elite Trophy em Zhuhai, na China, Beatriz Haddad Maia pousou no Brasil e se encontrou com a imprensa na tarde desta terça-feira, em São Paulo, para fazer um balanço da temporada e falar sobre as suas expectativas para 2024 antes de seguir para o seu último compromisso na Billie Jean King Cup, representando o Brasil.
"Sobre 2023, acho que a perfeição está na imperfeição. Tiveram coisas que não saíram como eu gostaria, mas tudo o que fiz foi dando o meu 100%. Eu sei que no dia 31 dezembro eu vou olhar para trás e saber que deu tudo de mim. Desde o 1º de janeiro ali, já jogando na virada do ano, jogando um alto nível de tênis na Austrália e ainda assim perdendo na primeira rodada. Depois em Roland Garros foi como foi, e aí na grama já não foi como eu gostaria. Oscilei, como todos seres humanos, e ali depois do US Open eu passei por umas situações difíceis, que não estavam no meu controle. Mentalmente não foi fácil para mim, mas sigo tralhando duro e terminei o ano de forma positiva", disse a brasileira, resumindo a sua temporada.
"Para 2024, eu gostaria de melhorar alguns aspectos específicos, sim. Mas de forma geral, falando em objetivos, eu colocaria terminar o ano no top 10 e me classificar para o Finals como os principais", continuou, já de olho no próximo ano.
Sobre o acidente sofrido no WTA 1000 de Guadalajara, quando sofreu cortes em suas mãos após o vidro do box do chuveiro de seu quarto estourar, Bia diz que aprendeu muito com todo o processo. "Foi um momento difícil. Tiveram que dar pontos na minha mão, eu estava longe de casa e num momento muito positivo na minha carreira. Mas eu sempre tento tirar o positivo em momentos difíceis assim, então foi quando eu pude aproveitar uns dias em casa, com a minha família também", disse a brasileira.
"Voltar foi um pouco complicado. Eu estava com pontos na mão ainda, então atrapalhou um pouco a preparação para a Ásia. Perdi dois torneios e viajei com os pontos na mão ainda, e quando joguei, eu ainda estava com um ponto na parte interna da mão, então isso acabava atrapalhando a questão do ritmo e da adaptação. Fiquei insegura e meu lado emocional estava mais aflorado, mas sou um ser humano, não um robô. Demorou para eu me sentir bem em quadra de novo. No geral, fiquei feliz com a forma com a qual conduzi essa situação toda e essa última semana foi o resultado dessa entrega e do que eu plantei durante essas três semanas na Ásia", falou.
Ao ser questionada da classificação do desempenho do Brasil nos Jogos Panamericanos e das esperanças de classificação para os Jogos Olímpicos de 2024, Bia parabenizou a equipe brasileira e traçou Paris 2024 como uma das metas do seu próximo ano. "Estamos num momento muito especial. Conseguir acompanhar de longe, com todos os empecilhos do fuso horário e tudo mais, mas fiquei muito feliz com o resultado. A Laura (Pigossi) é uma menina que trabalha muito duro e é disciplinada. A forma como ela faz a gestão da carreira, abrindo mão de coisas e saindo da zona de conforto para ir atrás dos seus objetivos, é incrível. Ela merece isso. O meu objetivo também é estar nas Olimpíadas. Não sei se já estou classificada matematicamente, mas é meu objetivo. Nunca participei de uma. Vai ser um sonho poder compartilhar isso com uma brasileira, vai ser histórico e especial, ainda mais num lugar que tem um cantinho especial no meu coração, que é Roland Garros", declarou.
Finalizando o bate-papo, Bia também disse que sentiu respeitada no circuito da WTA nos últimos anos. "Acho que o meu status mudou. Fui, aos poucos, conquistando com o meu tênis e também com a minha personalidade, sendo sul americana, mulher e brasileira, sabendo das dificuldades e do meu caminho para chegar lá. A gente tem que estar sempre fazendo muito para poder se sentir igual a países como França e Estados Unidos. Culturalmente eles têm uma tradição muito forte no tênis, com jogadoras de alto nível, ranking alto e que estão acostumado a ver grandes resultados nos maiores torneios. Seria difícil me comparar com elas, mas acho que hoje tenho respeito, carinho e uma boa relação ali com as meninas do top 20, principalmente nesse último um ano e meio em que acabei me consolidando por ali. Espero poder usar isso de forma positiva para abrir as portas para as brasileiras e conseguirmos conquistar o nosso espaço", finalizou.
Em 2024, além dos objetivos já traçados de terminar o ano no top 10, garantir uma vaga no WTA Finals, torneio que reúne as oito melhores tenistas da temporada, do sonho de ganhar um Grand Slam, a tenista também já definiu a sua parceira de duplas. Bia revelou que estará ao lado da norte-americana Taylor Townsend, número 6 do mundo e finalista no US Open e em Roland Garros na categoria.
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