A Associação Internacional de
Boxe (IBA) fez um alerta, em comunicado nesta sexta-feira (10), de que buscaria
"fortes sanções contra aqueles que iniciarem e aderirem ao boicote de
participação" em suas competições. O presidente da IBA, o russo Umar
Kremlev, pediu que os aproveitadores sejam retirados dos assuntos do boxe.
Ele disse ainda que nenhum
administrador ou político tem o direito de "privar" os atletas de
seus sonhos de se tornarem campeões mundiais. O IBA, órgão dirigente do boxe
amador, liderado pela Rússia, se ofereceu para financiar boxeadores
norte-americanos e irlandeses que desejam competir nos campeonatos mundiais
deste ano depois que suas federações nacionais decidiram boicotar os torneios.
"Os boxeadores dedicam toda
a sua vida ao esporte, enquanto administradores e políticos vêm e vão. Aqueles
que estão fazendo isso com nossos atletas são piores que hienas e chacais,
violam a integridade do esporte e da cultura. Peço a todos os meus colegas que
limpem suas organizações de tais hienas", disse Kremlev em um evento internacional
em Marrakesh, no Marrocos.
O Estados Unidos anunciou na
quarta-feira que não participará do campeonato mundial feminino em Nova Delhi
no mês que vem e do torneio masculino em Tashkent, no Uzbequistão, em maio. O
CEO do USA Boxing, Mike McAtee, escreveu aos membros que a participação
"violaria não apenas as sanções do COI reafirmadas em 2 de fevereiro, mas
também os princípios de jogo limpo, integridade e transparência".
A Associação Irlandesa de Boxe
Atlético (IABA) disse na sexta-feira que seus boxeadores, árbitros e juízes também
ficarão afastados.
Nesta terça-feira (14), foi a vez de Grã-Bretanha e a
República Tcheca se juntarem aos Estados Unidos e à Irlanda no boicote aos
campeonatos mundiais de boxe amador. Em comunicado a GB Boxing disse que sua
decisão reflete "as preocupações sobre o futuro do lugar do boxe no
programa olímpico e o recente movimento da IBA para permitir que boxeadores da
Rússia e de Belarus compitam sob suas bandeiras nacionais, o que contraria as
resoluções aprovadas pelo COI.”
O presidente da Associação Tcheca de Boxe, Marek Simak,
disse à rádio nacional que os boxeadores de seu país estariam evitando os dois
campeonatos.
O IBA foi retirado do
envolvimento nas Olimpíadas de Tóquio em 2020 e o boxe não está no programa
inicial para os Jogos de Los Angeles em 2028, dependendo das reformas exigidas
pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Em dezembro, o COI levantou a possibilidade
de o boxe ser excluído dos Jogos de Paris de 2024, acusando a IBA de "não
ter nenhum interesse real" no esporte ou em seus atletas. A classificação
para Paris está sendo organizada pelo COI.
A IBA, apoiada pela empresa de
energia russa Gazprom, desde outubro reverteu as proibições de boxeadores da
Rússia e de Belarus competirem com bandeiras e hinos nacionais, apesar da
guerra na Ucrânia. Ele diz que vem implementando reformas e cultivando uma nova
cultura em um esporte cujo passado foi manchado por corrupção e controvérsia.
"A IBA convida as seleções
dos Estados Unidos e da Irlanda para virem aos campeonatos mundiais e
participarem sob suas bandeiras e hinos", afirmou. "O IBA
cobrirá todas as despesas necessárias com os recursos do FSP (Programa de Apoio
Financeiro)".
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