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Duda e Ana Patrícia celebram química, mas mantêm pés no chão após título mundial de vôlei de praia


O choro após o ponto final externava o alívio pela certeza que estão no caminho certo. Com a parceria retomada há cerca de seis meses, Duda e Ana Patrícia colheram bons frutos antes do que imaginavam. Agora campeãs mundiais de vôlei de praia também no adulto, as brasileiras querem seguir em rota de evolução rumo aos Jogos Olímpicos Paris 2024.

Bicampeãs mundiais sub-21, as duas estiveram em Tóquio 2020 com outras parceiras. Duda jogava com a medalhista olímpica Ágatha, enquanto Patrícia atuava com Rebecca. Encerrado o ciclo, as duas reeditaram a formação vencedora na base em um projeto pioneiro do Praia Clube, em Uberlândia. Sob o comando do técnico Lucas Palermo, do assistente Fernando Mari e do preparador físico Oliveira Neto rapidamente se fortaleceram como time.

“Faz seis meses que a gente reeditou a parceria e já aconteceram coisas incríveis. A gente colocou como meta durante esse ano se entrosar como time, dar uma identidade, uma cara para o time. Por mais que tenhamos jogado antes, entendemos que o adulto é diferente da base. Antes de qualquer resultado, a meta era essa”, disse Patrícia.

O título conquistado no Foro Itálico de Roma veio apenas no quinto evento internacional que as duas disputaram juntas nesta nova fase e foi, disparado, o melhor resultado de ambas na competição. Duda tinha disputado outras duas edições, e Patrícia, uma. Para ambas o melhor resultado havia sido um nono lugar.

A campanha na Itália foi impecável, com oito vitórias em oito jogos e apenas um set perdido. Na final a jovem dupla bateu as canadenses Bukovec e Brandie com parciais de 21/17 e 21/19. Apesar da grandiosidade do feito, as brasileiras sustentam um discurso modesto.

“O título foi importante para nossa motivação e para mostrar que nosso trabalho está no caminho certo. Sabemos que vai criar mais expectativa por Paris, mas muito cedo para queimar cartucho. Colocar os pés no chão, fazer nosso trabalho. Que bom que deu certo no Mundial, mas nosso planejamento segue o mesmo de antes. Precisamos jogar para ganhar mais bagagem, entrosamento, química.”, disse Duda.

O foco para não se desviar das metas a longo prazo é para evitar que as pressões externas influenciem nos planos da parceria. Após o vôlei de praia do Brasil passar em branco nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, a modalidade foi muito cobrada publicamente. E agora, com três pódios no Mundial (Renato/Vitor Felipe foi prata e André/George foi bronze no masculino), a reação geral é de euforia.

“É importante frisar que nunca deixamos de ser um país vencedor. Mas precisamos aceitar que o vôlei mundial evoluiu. (...) Já carregamos esse peso de vencer, que é algo intrínseco, que a gente gosta, sabendo do nosso potencial. Naturalmente já esperam muito do nosso time, depositam muita torcida e expectativa de que os resultados venham. Podemos conquistar muita coisa, mas acima de tudo existe um trabalho, e precisamos respeitar todas as fases”, disse Patrícia.

“O vôlei de praia está cada vez mais evoluído, e o novo sistema deixou mais difícil ainda. Com a mudança no Circuito Mundial, todo jogo é muito importante. Teve torneio em que não avançamos ganhando dois jogos na primeira fase. Temos que fazer todos os jogos como se fossem uma final, porque o nível dos países aumentou muito. Felizmente conseguimos fazer nossa melhor atuação no Mundial. Foi incrível”.

A próxima oportunidade de ver Duda e Ana Patrícia em ação será o torneio Elite 16 em Gstaad, na Suíça, de 6 a 10 de julho.

Foto: FIVB

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