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Sem público, mesatenistas buscam novo foco para atmosfera diferente nos Jogos de Tóquio



Os atletas brasileiros do tênis de mesa jogaram em casa e sentiram, nos Jogos do Rio, em 2016, o calor e o apoio dos torcedores de perto. Nos ginásios, gritos e vibrações ajudaram em cada ponto marcado, gerando até algumas reclamações dos adversários. Em Tóquio, no entanto, as arquibancadas estarão vazias e os únicos sons serão as orientações de técnicos e o eco das vibrações dos atletas. A pandemia da Covid-19 trouxe um clima incomum para a Olimpíada: nem os mesa-tenistas sabem o que esperar do ambiente de competição.

Restrições de locomoção, de contato e uma enxurrada de protocolos dão o tom dos Jogos deste ano. Para os brasileiros que estrearam no Rio, como Hugo Calderano, o baque de disputas sem público será ainda maior: o atleta vibrou e foi empurrado pelos torcedores na última Olimpíada e, agora, com mais chances de brigar por uma medalha, vai precisar entrar no clima somente com sua concentração.

“Infelizmente, isso vai cortar bastante aquela atmosfera olímpica. Ainda não sei muito bem como vai ser, mas infelizmente tem que ser assim. A gente sabe a razão por trás de tudo isso, preocupa muito. Ninguém poderia imaginar que isso fosse acontecer. Mas a gente tem que lidar com isso e espero que, no futuro, as coisas melhorem”, reconhece Calderano. Segundo ele, dentro de si, “a chama olímpica sempre vai estar acesa”.

Quem também conhece bem a atmosfera do público em Jogos é Gustavo Tsuboi. Experiente, o atleta vai para sua quarta Olimpíada e, assim como Calderano, reconhece a importância das medidas restritivas para evitar o contágio com o novo coronavírus. Ele compara esta edição com a do Rio e projeta: “Vai ser peculiar”.

“É bem diferente. Tanto em relação à atmosfera do ginásio, sem público, mas também pela logística. Por conta da pandemia, é tudo bem controlado. Mas acredito que o Japão vai organizar muito bem esses Jogos Olímpicos, como sempre fizeram em competições que participei aqui”, projeta Tsuboi.

Segundo ele, será o momento de elevar o foco à potência máxima, a ponto de não saber se há torcedores no estádio ou não. “Temos que nos concentrar. Nos meus melhores jogos, que consegui fazer isso, não conseguia escutar nada da arena de jogo. Tenho que focar ao máximo, apenas na mesa. Para que nada que venha de fora atrapalhe”, completou o brasileiro.

Mas ainda que os torcedores não possam apoiar de perto, sua força ainda é importante para a Seleção, como explica o técnico da equipe feminina, Hugo Hoyama. Caminhando para sua oitava edição de Jogos Olímpicos, ele pede o apoio dos brasileiros com energias que podem cruzar o planeta e levar os mesa-tenistas mais longe.

“Os atletas sentem essa torcida e é isso que eu quero também para Tóquio. Principalmente por causa dessa pandemia, isso tem que ser mais forte ainda. Podem ter certeza que a gente vai sentir isso e vai ajudar bastante”, finaliza Hoyama.

Foto: Gaspar Nóbrega/COB

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