Últimas Notícias

Guia Tóquio 2020: BMX Racing



FICHA TÉCNICA
Local: Ariake Urban Sports Park
Período: 28/07 a 29/07
Número de delegações participantes: 21
Total de atletas: 48 (24 por naipe)
Brasil: 2: Renato Rezende, no masculino, e Priscilla Stevaux, no feminino

HISTÓRICO
O ciclismo bicicross, mais conhecido como BMX, surgiu nos Países Baixos em 1958, embora tenha se popularizado no fim da década de 60 e 70, no estado estadunidense da Califórnia. A versão motorizada foi a grande inspiração para surgir a competição sem motores. Por ser um esporte de baixo custo e com muita fama, foi criada a Federação Internacional de BMX em 1981.

Assim como outros esportes radicais que entraram no programa olímpico, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou em junho de 2003 que o bicicross entraria nas Olimpíadas de Pequim em 2008, já com competições masculinas e femininas.
O ciclismo BMX foi o primeiro dos esportes radicais a entrar no programa olímpico (Foto: Reprodução)



Nas duas primeiras edições, o astro lituano Maris Strombergs conquistou o ouro olímpico entre os homens. Em Pequim, foi veloz desde a qualificatória e confirmou o favoritismo com o tempo de 36.190. Já em Londres-2012 quase ficou de fora na semifinal, ficando abaixo do desempenho apresentado quatro anos antes. Na final, assumiu a liderança e mesmo pressionado por Sam Willoughby, conquistou o bi olímpico.

Connor Fields era o favorito em 2012, terminando a bateria e a semifinal em primeiro. Mas com um desempenho pífio ficou na sétima posição. No Rio-2016, a sensação era que a medalha ficaria com os australianos Willoughby e Dean, líderes na competição. No entanto, Fields lutou até o final, ultrapassou o compatriota Nicholas Long e conquistou seu primeiro ouro olímpico.

Já entre as mulheres, a francesa Anne-Caroline Chausson se classificou sempre na primeira colocação em Pequim. Na final, abriu quase três segundos de vantagem para a compatriota Laëtitia Le Corguilé, conseguindo de maneira incontestável a primeira medalha de ouro da modalidade.

Depois disso, uma soberania passou a reinar no BMX feminino. A colombiana Mariana Pajón chegou com tudo ao conquistar o ouro em Londres e no Rio de Janeiro, se classificando na liderança das baterias. Pajón é a primeira atleta colombiana a ter dois títulos e a primeira sul-americana a realizar o feito em esportes individuais na história das Olimpíadas.


BRASIL
Fora de Pequim, o Brasil teve os seus primeiros representantes no BMX em Londres-2012 e desde então tornou-se presença constante. Na época com 21 anos, Renato Rezende foi o representante masculino do país e chegou a ir bem, chegando a ir para a bateria nas quartas de final. No entanto acabou eliminado ao sofrer uma queda e lesionar o ombro.

Renato Rezende foi o primeiro brasileiro no BMX masculino em Londres e estará em Tóquio também (foto: Rafael Bello/COB)

Entre as mulheres, o país foi representado pela primeira vez por Squel Stein. Ela chegou até a bateria de semifinal em Londres-2012, mas sofreu uma forte queda e saiu imobilizada, sendo eliminada do torneio. Com múltiplas lesões em 2015, ficou de fora da Olimpíada no ano seguinte.

Priscilla Stevaux foi quem representou o país no Rio e repetiu o cenário de quatro anos antes. Chegou até a semifinal com um tempo conservador e até chegou a registrar um tempo melhor que na fase anterior, mas insuficiente para avançar até a final, chegando até mesmo a cair em uma das três voltas, o que ocasionou na última colocação de seu grupo.

Renato também se classificou para os Jogos do Rio de Janeiro, e se classificou entre os dezesseis primeiros, mas novamente caiu nas quartas de final, ficando no 12º lugar. Ele está em Tóquio-2020 para sua terceira Olimpíada.

Já no feminino, Priscilla Stevaux representou o país no Rio, mas o cenário de quatro anos antes se repetiu. Chegou até a semifinal com um tempo conservador e até chegou a registrar um tempo melhor que na fase anterior, mas insuficiente para avançar até a final, chegando até mesmo a cair em uma das três voltas, o que ocasionou na última colocação de seu grupo. Priscilla também participará de Tóquio.

Ciclismo BMX Racing como funciona



FORMATO DE DISPUTA
Sendo disputada em formato de supercross, as provas são de curta duração e com obstáculos criados de forma artificial. Os 24 ciclistas marcam tempo na pista e são separados em quatro grupos com seis competidores. 

As quartas de final são disputadas em três corridas em cada grupo, com o vencedor de cada uma marcando 1 ponto, o segundo 2 pontos e assim sucessivamente até o sexto lugar com 6 pontos. Os quatro ciclistas que fizerem menos pontos ao final dessas três corridas, avançam às semifinais.

A regra é a mesma para as semifinais. Os quatro primeiros de cada uma das duas baterias após as três corridas se classificam e vão para a final, que será disputada em corrida única.


ANÁLISE

MASCULINO
Eliminatórias: 28/07 (noite) e 29/07 (noite)
Final: 29/07, às 23h40

Favoritos ao ouro: Connor Fields (USA), Joris Daudet (FRA), Sylvain Andre (FRA)
Candidatos ao pódio: Niek Kimmann (NED), Twan van Gendt (NED), Carlos Ramirez (COL) e Anthony Dean (AUS)
Podem surpreender: Simon Marquart (SUI)
Brasil: Renato Rezende

Connor Fields quer o bi olímpico em Tóquio (Foto: Patrick Semansk)

Para os Jogos Olímpicos de Tóquio, a disputa masculina do BMX Racing promete muita emoção, assim como foi no Rio de Janeiro. O atual campeão Connor Fields, dos Estados Unidos, tentará o bi olímpico e terá os rivais neerlandeses Niek Kimmann e Twan van Gendt, o segundo e décimo colocados do ranking mundial, respectivamente.

O francês Joris Daudet também vai lutar por medalhas, já que desde a última Olimpíada vem empilhando títulos e pódios na Copa do Mundo de BMX Supercross nos últimos quatro anos. Seu companheiro de seleção e líder do ranking mundial, Sylvain André finalmente irá estrear em Tóquio-2020 após ser reserva em Londres e no Rio. Desde 2017, André vem chegando entre os três primeiros no Mundial, conseguindo o ouro em 2018, no Azerbaijão.

Outro reserva que irá estrear no cenário olímpico é o australiano Anthony Dean. Desde o Rio, Dean vem sendo consistente no cenário mundial, chegando a diversas finais de Copa do Mundo. 

Ainda que a Europa conte com nomes fortes para a busca de uma medalha, um grande candidato ao pódio e que pode surpreender pelo ouro se encontra na Colômbia. Carlos Ramírez, atual sétimo colocado da elite do BMX, que conquistou o bronze na Rio-2016 e agora quer o título e ser o primeiro homem colombiano a ser campeão.

Em um cenário cheio de favoritos, poderemos ter surpresas na competição. Uma delas é o suíço Simon Marquart. Atual quarto colocado do ranking mundial, Marquart vem se destacando desde 2020 e neste ano já venceu uma corrida na Copa do Mundo, além de um vice-campeonato.

FEMININO
Eliminatórias: 28/07 (noite) e 29/07 (noite)
Final: 29/07, às 23h50

Favoritas ao ouro: Mariana Pajón (COL), Alise Willoughby (USA) e Laura Smulders (NED)
Candidatas ao pódio: Camille Maire (FRA) e Zoe Claessens (SUI)
Podem surpreender: -
Brasil: Priscilla Stevaux



Mariana Pajón não é conhecida como a “rainha do BMX” por acaso. Número um do ranking mundial, a colombiana é bicampeã olímpica e vai atrás da terceira medalha de ouro. Mesmo sofrendo uma séria lesão no joelho em 2018, voltou ainda mais forte no ano seguinte com o primeiro lugar no Pan-Americano em Lima. Só em 2021, Pajon já venceu duas corridas e é muito favorita.

Quem poderá superar Mariana Pajón em Tóquio? (Foto: divulgação)

Por outro lado, a norte-americana Alise Willoughby também vem forte na busca da primeira medalha olímpica. Desde 2018, a ciclista vem sendo presença constante no pódio e em 2021 venceu duas Copas do Mundo.

Outra postulante a ser campeã em Tóquio-2020 é a neerlandesa Laura Smulders. Ela é um dos grandes nomes do BMX feminina da década passada, mas não deixou de ser veloz em nenhum momento. Medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres, ela somou 39 vitórias desde a última Olimpíada - cinco só nesse ano -, e chega forte para lutar pelo ouro.

Podemos ter algumas surpresas, como a francesa Camille Maire (quarta colocada do ranking) e a suíça Zoe Claessens, que faz um ano de 2021 forte, chegando no pódio quatro vezes em seis etapas disputadas.

0 Comentários

.

APOIE O SURTO OLÍMPICO EM PARIS 2024

Sabia que você pode ajudar a enviar duas correspondentes do Surto Olímpico para cobrir os Jogos Olímpicos de Paris 2024? Faça um pix para surtoolimpico@gmail.com ou contribua com a nossa vaquinha pelo link : https://www.kickante.com.br/crowdfunding/ajude-o-surto-olimpico-a-ir-para-os-jogos-de-paris e nos ajude a levar as jornalistas Natália Oliveira e Laura Leme para cobrir os Jogos in loco!

Composto por cinco editores e sete colaboradores, o Surto Olímpico trabalha desde 2011 para ser uma referência ao público dos esportes olímpicos, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Apoie nosso trabalho! Contribua para a cobertura jornalística esportiva independente!

Digite e pressione Enter para pesquisar

Fechar