Últimas Notícias

Guia Tóquio 2020: Atletismo


FICHA TÉCNICA
Locais de disputa: Estádio Olímpico de Tóquio e Sapporo Odori Park
Período: 29/07 a 07/08
Número de delegações participantes: Aproximadamente 190
Total de atletas: Aproximadamente 1.100

HISTÓRICO
Prática esportiva mais antiga que se tem conhecimento na história da humanidade, o atletismo é uma reunião de modalidades que consiste na disputa de diversas provas de pista e campo, que variam entre corridas, lançamentos, arremessos e saltos. Foi o atletismo que motivou a criação dos Jogos Olímpicos, ainda na Grécia Antiga, em 776 a.C. É claro, porém, que a maioria dos formatos existentes durante as épocas antigas foram reinventados ou adaptados várias vezes para o padrão moderno hoje existente.

Por ser o esporte precursor, o atletismo está presente nos Jogos Olímpicos da Era Moderna desde a primeira edição, Atenas-1896. Lá, apenas 12 provas foram realizadas, todas para homens, com cerca de 64 atletas de dez nações participando. As mulheres só estrearam no programa olímpico na edição de Amsterdã-1928, disputando cinco provas.

Comparando com os dias atuais, Tóquio-2020 marcará um recorde para a modalidade, contendo 48 disputas, sendo 24 masculinas, 23 femininas e uma inédita prova mista, esperando receber cerca de 1.900 atletas de mais de 200 países. A única prova disputada apenas por homens e que não tem um equivalente no gênero feminino é a marcha atlética de 50km.

O atletismo é o esporte que mais distribuiu medalhas em Olimpíadas, com 2.934 ao todo. Os Estados Unidos, donos de uma poderosa cultura atlética, foram responsáveis pela conquista de mais de 25% do total dessas medalhas, tendo ido ao pódio 795 vezes em sua história. Além disso, os ianques já faturaram 332 ouros, mais de um terço do total distribuído até a Rio-2016 (974).

Apesar disso, um total de 100 nações já subiram ao pódio em alguma prova do atletismo, dez delas hoje já extintas. A União Soviética faturou 64 ouros entre 1952 e 1988. A Grã-Bretanha tem 55 ouros e 204 medalhas. A Finlândia, rica nas provas de campo e de meio fundo, já faturou 48 medalhas douradas, mas não vai ao lugar mais alto do pódio desde Sydney-2000. Alemanha Oriental, Quênia, Polônia, Jamaica, Etiópia e Austrália completam o top-10 histórico.


BRASIL
O Brasil já conquistou 17 medalhas olímpicas no atletismo, sendo cinco de ouro, três de prata e nove de bronze. A primeira aparição do país na modalidade foi em Paris-1924, quando oito atletas disputaram 14 provas. A única participação em uma final foi com Alfredo Gomes, no extinto cross-country individual, mas ele não terminou a disputa.

Após um hiato em Amsterdã-1928, a delegação brasileira voltou a aparecer em Los Angeles-1932 e nunca mais saiu. Sylvio Padilha, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) entre 1963 e 1991, competiu em 1932 e em Berlim-1936, tendo sido porta-bandeira e quinto colocado nesta última. Seis mulheres competiram em Londres-1948, naquela que foi a primeira participação feminina brasileira em Olimpíadas.

Wanda dos Santos, competindo nos 80m com barreiras, foi a única mulher em toda a delegação brasileira em Roma-1960, contando os demais esportes. O mesmo aconteceu com a lendária Aida dos Santos, quarta colocada no salto em altura em Tóquio-1964. Aida ainda participou do pentatlo na Cidade do México-1968. As únicas medalhas femininas brasileiras do atletismo foram conquistadas em Pequim-2008, com Maurren Maggi (salto em distância) e o revezamento 4x100m.

Foi do atletismo que saiu o primeiro bicampeão olímpico da história do país: Adhemar Ferreira da Silva, ouro no salto triplo em 1952 e em 1956. As demais conquistas são de Joaquim Cruz,  que faturou o ouro nos 800m rasos em Los Angeles-1984; Maurren Maggi, que venceu o salto em distância em Pequim-2008; e Thiago Braz, que triunfou no salto com vara na Rio-2016, com direito a recorde olímpico.

O salto triplo é a prova em que o Brasil mais vezes foi ao pódio, sendo seis ao todo. Impulsionado por Adhemar Ferreira, Nelson Prudêncio foi prata na Cidade do México-1968 e bronze em Munique-1972, enquanto João Carlos de Oliveira, o "João do Pulo" faturou bronzes em Montreal-1976 e Moscou-1980. O revezamento 4x100m masculino já trouxe três medalhas para o Brasil, com a prata em Sydney-2000 e bronzes em Atlanta-1996 e Pequim-2008.

Vicente de Lima integrou a equipe brasileira em 2000 e em 2008. Robson Caetano esteve presente no revezamento em 1996, mas tem no currículo um bronze nos 200m rasos em Seul-1988. Joaquim Cruz é outro multi-medalhista. Além do ouro em 1984, foi prata nos 800m rasos em Seul-1988. Além deles, Vanderlei Cordeiro de Lima é dono de uma Medalha Barão Pierre de Coubertin pelo bronze na histórica maratona de Atenas-2004. Por fim, José da Conceição também foi bronze no salto em altura em Helsinque-1952.


AS PROVAS
Como já dito anteriormente, a Olimpíada de Tóquio contará com 48 provas de atletismo, sendo 24 masculinas, 23 femininas e uma mista. Por serem muitas, as disciplinas são agrupadas em provas de pista, de campo, combinadas e de rua. Entre as disputas de pista, há a divisão entre velocidade, meio-fundo e fundo e revezamento. Já nas provas de campo, há a divisão entre saltos e lançamentos/arremessos.

Em Tóquio, as provas de velocidade são compostas pelos 100m rasos, 200m rasos e 400m rasos, além dos 110m com barreiras (100m com barreiras para as mulheres) e dos 400m com barreiras. As provas de meio-fundo e fundo compreendem as distâncias de 800m, 1.500m, 5.000m e 10.000m, além dos 3.000m com obstáculos. Quanto aos revezamentos, há apenas três tipos no programa olímpico: 4x100m e 4x400m para homens e mulheres e 4x400m misto, que envolve dois homens e duas mulheres.

As disputas de lançamento/arremesso compreenderão o lançamento de disco, lançamento de martelo, lançamento de dardo e o arremesso de peso. Já as modalidades de saltos variam entre salto em distância, salto triplo, salto em altura e salto com vara. As provas de rua, que serão disputadas em Sapporo, ao norte do Japão, durante a Olimpíada, compreendem a tradicional maratona, e as marchas atléticas de 20km e de 50km - esta última apenas para os homens.

As disciplinas combinadas são diferentes para homens e mulheres. Eles disputam dez provas no decatlo, nesta ordem: 100m rasos, salto em distância, arremesso de peso, salto em altura, 400m rasos, 110m com barreiras, lançamento de disco, salto com vara, lançamento de dardo e 1.500m. Já elas participam no heptatlo dos 100m com barreiras, salto em altura, arremesso de peso, 200m rasos, salto em distância, lançamento de dardo e 800m.


FORMATO DE DISPUTA
Cada prova também apresenta distintas nuances quanto ao formato de disputa. As disciplinas combinadas, as corridas de rua e os 10.000m são disputados com formato direto na final, não havendo qualificatórias. As provas de velocidade e de meio-fundo (800m e 1.500m), por sua vez, não só possuem baterias preliminares como também há semifinais antes das finais. Em todo o restante, incluindo as provas de campo e os revezamentos, o padrão é mantido com qualificatórias antecedendo as finais.

PROVAS DE PISTA
As eliminatórias das provas de pista são feitas no formato de baterias. No caso das disputas de velocidade, cada série é composta por oito atletas, em que os dois primeiros colocados da bateria, além dos dois melhores tempos gerais, avançam à próxima fase. Os 110m com barreiras, 100m com barreiras, 400m com barreiras, 800m e 1.500m rasos apresentam uma peculiaridade: os três melhores de cada bateria preliminar, além dos dois melhores tempos gerais, avançam à semifinal; da semifinal para a final, o padrão se mantém igual ao das provas de velocidade. No caso dos revezamentos, os três melhores colocados de cada série, além dos dois melhores tempos gerais, avançam à final.

Já nas provas de fundo, como não há delimitação de raia, a quantidade de atletas em cada bateria dessas disputas é variada. No caso específico dos 10.000m, até 40 atletas competem na final. Já nos 5.000m, são cerca de 25 atletas por série nas semifinais (apenas duas séries), em que os cinco primeiros, além dos cinco melhores tempos gerais, avançam à final, que é composta por 15 corredores. Os 3.000m com obstáculos possuem três séries eliminatórias, com cerca de 15 atletas cada. Os três primeiros de cada uma, além dos seis melhores tempos gerais, avançam à final, que tem 15 esportistas.

PROVAS DE CAMPO
Normalmente, as finais das provas de campo contêm 12 atletas. As eliminatórias são divididas em dois grupos iguais, de forma puramente organizacional, não interferindo na classificação à final. Com exceção do salto com vara e do salto em altura, os atletas possuem três chances para saltar/lançar/arremessar nas eliminatórias. Cada prova possui uma marca de qualificação automática para a final. Ao conseguir ultrapassá-la, o atleta se garante automaticamente na final. Aqueles que não atingirem a marca, devem ter um dos 12 melhores registros da preliminar para se garantir.

A decisão, por sua vez, é dividida em duas etapas. Na primeira, os finalistas saltam/lançam/arremessam três vezes, um de cada vez, obedecendo a ordem estabelecida ao final da preliminar. Ao final desses três primeiros movimentos, avançam para a segunda etapa apenas os oito primeiros colocados, que terão mais três oportunidades para executar suas ações. Vence quem tiver o maior registro ao final das seis rodadas.

No salto com vara e no salto em altura, também há uma marca específica a ser alcançada na eliminatória para classificação direta para a final. Ela, no entanto, dificilmente é atingida, já que as eliminações nessas provas acontecem muito cedo, definindo os 12 finalistas antes do sarrafo atingir a altura pré-determinada. Durante a final, o atleta tem três tentativas para ultrapassar determinada marca. Caso consiga, segue na competição. Caso não, é eliminado. Também existe a possibilidade de cometer um erro na altura x e subir o sarrafo diretamente, tentando ultrapassá-lo numa altura superior. O atleta é eliminado apenas se errar três vezes consecutivas, não importando a altura. A disputa só acaba quando restar um único atleta.




PROVAS COMBINADAS
Quanto ao heptatlo e ao decatlo, tais disciplinas são realizadas em dois dias diferentes. No caso das mulheres, são quatro provas em um dia (100m com barreiras, salto em altura, arremesso de peso e 200m rasos) e três no outro . Para os homens, a divisão é cinco em cada período: 100m rasos, salto em distância, arremesso de peso, salto em altura e 400m rasos no primeiro dia; e 110m com barreiras, lançamento de disco, salto com vara, lançamento de dardo e 1.500m no segundo dia. O desempenho em cada prova gera uma determinada pontuação que é agregada na classificação geral. Ao final das sete ou dez disputas, o vencedor será aquele que tiver mais pontos.

PROVAS DE RUA
As provas de rua compreendem cinco disputas: maratonas masculina e feminina, marcha atlética 20km masculina e feminina e marcha atlética 50km. Por conta das altas temperaturas em Tóquio durante os meses de julho e agosto (verão no hemisfério norte), todas essas provas serão realizadas em Sapporo durante a Olimpíada, cidade localizada na prefeitura de Hokkaido, ao norte do Japão, e que possui um clima mais ameno.

A maratona é a prova mais tradicional das Olimpíadas, em que os atletas correm uma distância de 42,195km. Em Sapporo, ela será iniciada e encerrada no Odori Park, principal ponto turístico da cidade. Logo na largada, serão dadas duas voltas ao redor do parque e em seguida percorridos 20km ao sul e mais 20km ao norte antes de retornar ao local de partida para finalizar a prova.

A marcha atlética, como o próprio nome já diz, consiste em marchar. Basicamente, é uma caminhada rápida, em que um dos pés obrigatoriamente deve estar no chão, sempre. As provas de 20km consistirão em 20 voltas de 1km ao redor da Ekimae Dori,um dos cartões-postais de Sapporo. Já os 50km terão 25 voltas de 2km, na mesma avenida.


ANÁLISES
HOMENS

100m
Eliminatórias e semifinais: 30/07 a 01º/08
Final: 01º/08

Favoritos ao ouro: Trayvon Bromell (USA), Ronnie Baker (USA) e Fred Kerley (USA);
Candidatos a medalha: André de Grasse (CAN) e Akani Simbine (RSA);
Podem surpreender: Marcell Jacobs (ITA), Ryota Yamagata (JPN), Benjamin Azamati-Kwaku (GHA), Bingtian Su (CHN), Zharnel Hughes (GBR) e Shaun Maswanganyi (RSA);
Brasil: Paulo André, Felipe Bardi e Rodrigo do Nascimento

Prova mais nobre do atletismo, os 100m rasos de Tóquio-2020 terão uma peculiaridade: não contarão com o atual campeão mundial e nem com o vice, Christian Coleman e Justin Gatlin, respectivamente. Coleman foi punido por não cumprir com regras antidoping, enquanto Gatlin perdeu a seletiva norte-americana. Mesmo com a ausência de suas duas estrelas, os Estados Unidos são favoritos ao ouro na prova, com três fortes nomes.

Trayvon Brommell aparece em vantagem. Finalista olímpico na Rio-2016 e bronze no Mundial de Pequim 2015, ele venceu a seletiva nacional e é o líder do ranking mundial. Bromell tem corrido regularmente abaixo dos 10 segundos nesta temporada, tendo anotado 9s77 no último mês. Ronnie Baker também está em franca evolução e fez ótimas corridas nas últimas semanas, incluindo 9s85 na seletiva. Por fim, Fred Kerley, bronze nos 400m no último Mundial, se aventurou nos 100m rasos neste ano e tem se dado bem: já baixou seu recorde pessoal seis vezes e correu para 9s86 na seletiva.

Trayvon Bromell é um dos grandes nomes dos Estados Unidos nos 100 metros rasos (Foto: Lucy Nicholson)
André de Grasse (CAN) e Akani Simbine (RSA) são nomes certos para a final olímpica e devem lutar por uma medalha. Campeão mundial de revezamento em maio, Simbine quebrou o recorde sul-africano no início de julho, com 9s84, e tem o segundo melhor tempo do ano. De Grasse foi bronze na Rio-2016 e bronze no Mundial de Doha, em 2019, e quer se manter no pódio, apesar de não ter feito grandes marcas na temporada.

Tlotliso Gift Leotlela (RSA), Marcell Jacobs (ITA), Ryota Yamagata (JPN), Benjamin Azamati-Kwaku (GHA), Bingtian Su (CHN), Zharnel Hughes (GBR) e Shaun Maswanganyi (RSA) estão no bolo daqueles que correm por fora e podem surpreender. Todos são credenciados à final olímpica, com marcas abaixo de 10s este ano ou por resultados expressivos no ciclo.

O Brasil contará com Paulo André, Felipe Bardi e Rodrigo do Nascimento na prova. Destes, o único que conseguiu classificação pelo índice olímpico foi Paulo, que o fez ainda em 2019. Ele e Bardi estão beirando os 10 segundos este ano e travam um duelo pela quebra do recorde brasileiro. Os dois devem chegar às semifinais com tranquilidade, podendo sonhar com uma final.


200m

Favorito ao ouro: Noah Lyles (USA);
Candidatos a medalha: Kenny Bednarek (USA), Erriyon Knighton (USA), Andre de Grasse (CAN) e Adam Gemili (GBR);
Podem surpreender: Joseph Fahnbulleh (LBR), Divine Oduduru (NGR), Aaron Brown (CAN) Xie Zhenye (CHN), Kyle Greaux (TTO) e Ramil Guliyev (TUR);
Brasil: Aldemir Gomes Jr., Lucas Vilar e Jorge Vides

Diferente dos 100m, os 200m rasos tem um claro favorito em Tóquio. Ele é o norte-americano Noah Lyles, atual campeão mundial e dono do melhor tempo do mundo este ano, 19s74, feito na seletiva nacional. Logo atrás, vêm cinco atletas, entre os quais se destaca o estadunidense Erriyon Knighton, de apenas 17 anos, que quebrou o recorde mundial sub-20 (marca que era de Usain Bolt) este ano.

Atual vice-campeão olímpico e mundial, o canadense Andre De Grasse é favorito a conquistar uma medalha. O estadunidense Kenneth Bednarek, segundo colocado na seletiva olímpica, detém a segunda melhor marca da temporada, com 19s78. O britânico Adam Gemili não vive sua melhor fase, mas está no bolo para ir ao pódio.

Num patamar abaixo, aparecem o liberiano Joseph Fahnbulleh, de 20 anos, o recordista nigeriano Divine Oduduru, o canadense Aaron Brown, o chinês Xie Zhenye, o turco Ramil Guliyev e o trinito Kyle Greaux, que podem surpreender na briga pela medalha. O Brasil terá três representantes na disputa: Aldemir Gomes Jr., Lucas Vilar e Jorge Vides. Pelos tempos recentes, Aldemir pode sonhar com uma final olímpica.


400m

Favoritos ao ouro: Steven Gardiner (BAH) e Michael Norman (USA);

Candidatos à medalha: Anthony Zambrano (COL), Wayde van Niekerk (RSA) e Randolph Ross (USA);

Podem surpreender: Demish Gaye (JAM), Kirani James (GRN), Isasac Makwala (BOT) e Michael Cherry (USA);

Brasil: Lucas Carvalho

Esta é uma das duas provas de pista do atletismo masculino cujo campeão olímpico defenderá seu título em Tóquio: o sul-africano Wayde van Niekerk. Apesar disso, outros dois atletas são quem despontam como favoritos ao ouro: o bahamense Steven Gardiner, campeão mundial em 2019 e vice em 2017, e o estadunidense Michael Norman, vencedor da seletiva olímpica nacional e que já correu para 43s45. Em seguida, aparecem três corredores fortes candidatos ao pódio olímpico.

É nesse grupo que se enquadra Niekerk, recordista mundial e campeão olímpico. Ele sofreu com lesões no ciclo, mas está se recuperando bem e tem tudo para voltar ao auge em Tóquio. Junto a ele, estão o colombiano Anthony Zambrano, vice-campeão mundial em 2019, e o estadunidense Randolph Ross, sem grandes resultados internacionais, mas dono da melhor marca da temporada no mundo.

Entram como "podem surpreender" o botsuanês Isaac Makwala, o granadino Kirani James, o jamaicano Demish Gaye, todos finalistas mundiais no ciclo, e o estadunidense Michael Cherry. O Brasil conta apenas com Lucas Carvalho na prova. Ele não conseguiu o índice olímpico e se classificou por meio do ranking mundial. Sua melhor marca no ano é 45s69, a 85ª melhor em toda a temporada.


800m

Favorito ao ouro: -

Candidatos a medalha: Ferguson Cheruiyot Rotich (KEN), Amel Tuka (BIH), Clayton Murphy (USA) e Nijel Amos (BOT)

Podem surpreender: Wesley Vazquez (PUR), Adrián Ben (ESP), Isaiah Jewett (USA), Patryk Dobek (POL), Oliver Dustin (GBR), Emmanuel Korir (KEN), Marco Arop (CAN) e Bryce Hoppel (USA)

Brasil: Thiago André

A prova não contará com o atual campeão mundial, Donavan Brazier (USA), que não fez um bom início de ano e terminou em último lugar na seletiva olímpica, e nem com o campeão olímpico, David Rudisha (KEN), lesionado. Assim, a disputa não tem um favorito claramente destacado.

Pelo menos quatro atletas despontam no bolo pela medalha, incluindo o queniano Ferguson Cheruiyot Rotich e o bósnio Amel Tuka, medalhistas no Mundial de 2019. Tuka pode, aliás, se tornar o primeiro medalhista olímpico da Bósnia e Herzegovina. O norte-americano Clayton Murphy - bronze no Rio - está bem na temporada e foi finalista no último Mundial. Já Nijel Amos, de Botsuana, foi prata em Londres-2012 e é dono da melhor marca do ano, com 1m42s91.

O grupo daqueles que podem surpreender por uma medalha é ainda maior. Se encontram o estadunidense Isaiah Jewett, segundo colocado na seletiva nacional olímpica, e o polonês Patryk Dobek e o britânico Oliver Dustin, com marcas abaixo do 1m44s nesta temporada. O canadense Marco Arop, o espanhol Adrián Ben, o norte-americano Bryce Hoppel e o porto-riquenho Wesley Vázquez foram finalistas no último Mundial.

O Brasil terá Thiago André nesta prova. Ele fez índice olímpico já no final da janela qualificatória. Experiente, foi finalista mundial em 2017 e tem sido regular nesta temporada, sendo dono da 40ª melhor marca do mundo. Deve se garantir nas semifinais com tranquilidade e sua meta é brigar por uma final.


1500m

Favorito ao ouro: Timothy Cheruiyot (KEN)

Candidatos a medalha: Taoufik Makhloufi (ALG), Marcin Lewandowski (POL), Matthew Centrowitz Jr. (USA), Jakob Ingebrigtsen (NOR), Josh Kerr (GBR) e Abel Kipsang (KEN);

Podem surpreender: Stewart McSweyn (AUS), Teddesse Lemi (ETH), Soufiane El Bakkali (MAR), Filip Ingebrigtsen (NOR), Samuel Tefera (ETH), Jack Wightman (GBR) e Samuel Abate (ETH);

Brasil: Thiago André

Apesar de ter perdido a seletiva nacional, o queniano Timothy Cheruiyot foi convocado de última hora e competirá nos 1.500m rasos, sendo o favorito ao ouro. Ele chega em Tóquio com o posto de atual campeão mundial e dono da melhor marca da temporada. 

Convocado às pressas, Cheruiyot é o favorito ao ouro nos 1500m (Foto: Divulgação)
Um grupo com seis atletas aparece na briga pelo pódio, que incluem Taoufik Makhloufi (ALG), atual vice-campeão mundial e olímpico; Marcin Lewandowski (POL), bronze em Doha-2019; Matthew Centrowitz (USA), ouro na Rio-2016; Josh Kerr (GBR), dono da oitava melhor marca da temporada mundial; Charles Simotwo (KEN), vencedor da seletiva nacional; e Jakob Ingebrigtsen (NOR), recordista europeu.

Outros corredores também fizeram marcas constantes entre o ano passado e o começo deste ano, podendo entrar na briga por medalhas. Incluem-se Stewart McSweyn (AUS), Teddesse Lemi (ETH), Soufiane El Bakkali (MAR), Filip Ingebrigtsen (NOR), Samuel Tefera (ETH), Samuel Abate (ETH), Abel Kipsang (KEN) e Adam Ali Musab (QAT). Thiago André representará o Brasil na prova. Ele está longe de um pódio e deve lutar para chegar nas fases decisivas.


5.000m

Favorito ao ouro: Joshua Cheptegei (UGA)

Candidatos à medalha: Jakob Intebrigtsen (NOR), Mohammed Ahmed (CAN), Getnet Wale (ETH) e Nibret Melak (ETH)

Podem surpreender: Justyn Knight (CAN), Mohamed Katir (ESP) e Daniel Ebenyo (KEN)

O ugandense Joshua Cheptegei é favorito a conquistar o ouro nos 5.000m em Tóquio, sendo o recordista mundial na prova. Quem também desponta no pódio é a jovem promessa Jakob Ingebrigtsen, da Noruega. Com apenas 20 anos de idade, ele bate recordes atrás de recordes e, há um mês, quebrou o recorde europeu dos 5.000m, assumindo a liderança do ranking mundial.

Outros três atletas também estão credenciados à medalha olímpica. Um deles é Mohammed Ahmed, do Canadá, quarto colocado na Rio-2016 e bronze no Mundial de Doha. Ele é dono da terceira melhor marca do ano. A jovem dupla etíope formada por Getnet Wale e Nibret Melak vem numa tremenda ascensão, tendo desbancado os atuais campeão e vice mundial para irem a Tóquio. Com marcas destacáveis esse ano, Justyn Knight (CAN), Mohamed Katir (ESP) e Daniel Ebenyo (KEN) podem surpreender. O Brasil não tem representantes.


10.000m

Favorito ao ouro: Joshua Cheptegei (UGA);

Candidatos à medalha: Jacob Kiplimo (UGA), Selemon Barega (ETH), Yomif Kejelcha (ETH), Rodgers Kwemoi (KEN) e Rhonex Kipruto (KEN);

Podem surpreender: Mohammed Ahmed (CAN) e Birhanu Balew (BRN)

Assim como nos 5.000m, os 10.000m tem um claro favorito ao ouro: Joshua Cheptegei, de Uganda. Ele é o recordista e atual campeão mundial na prova. É possível, ainda, que haja uma dobradinha no pódio, já que o compatriota Jacob Kiplimo vem muito bem na temporada e é dono da melhor marca do ano.

Esta prova, aliás, deve ser dominada pelos africanos, assim como aconteceu no Mundial de 2019. O etíope Yomif Kejelcha foi prata na ocasião, seguido pelos quenianos Rhonex Kipruto e Rodgers Kwemoi. O pódio pode ser facilmente repetido em Tóquio. Ainda há o etíope Selemon Barega na disputa, que já derrotou Kejelcha no ano. O Brasil não tem representantes.


110m com barreiras

Favorito ao ouro: Grant Holloway (USA);

Candidatos à medalha: Orlando Ortega (ESP), Sergey Shubenkov (ROC), Ronald Levy (JAM), Damion Thomas (JAM), Izumiya Shunsuke (JPN);

Podem surpreender: Wilhem Belocian (FRA), Kanai Tako (JPN) e Hansle Parchment (JAM), Xie Wenjun (CHN) e Andrew Pozzi (GBR);

Brasil: Gabriel Constantino, Eduardo de Deus e Rafael Henrique

Sem o atual campeão olímpico Omar McLeod, que foi mal na seletiva jamaicana, os 110m com barreiras tem o estadunidense Grant Holloway como claro favorito ao ouro. Campeão mundial em 2019, ele está muito à frente dos demais concorrentes e está flertando com o recorde mundial da prova, podendo bater, inclusive, em Tóquio. Fora Holloway, a briga pelos outros lugares do pódio promete trazer muito equilíbrio.

Grant Holloway é o grande nome dos 100m com barreiras na atualidade (Lucy Nicholson/Reuters)
Pelo menos quatro atletas são credenciados para conquistar uma medalha: o espanhol Orlando Ortega, bronze em Doha-2019; o russo Sergey Shubenkov, prata no Mundial; o jamaicano Ronald Levy, vencedor da seletiva nacional; e o japonês Izumiya Shunsuke, top-3 mundial. Dada a equiparidade, uma leva de atletas correm por fora, incluindo Damion Thomas (JAM), Devon Allen (USA), Andrew Pozzi (GBR), Wilhem Belocian (FRA), Kanai Taio (JPN) e Xie Wenjun (CHN).

O Brasil contará com três atletas na prova: Gabriel Constantino, Eduardo de Deus e Rafael Henrique. Apenas Rafael não fez o índice olímpico, conseguindo classificação pelo ranking mundial. No entanto, é ele quem está em melhor fase na atual temporada. Com marcas constantes, Rafael está muito regular e à frente de seus compatriotas. Os três têm condições de pegar semifinal e, quem sabe, uma final olímpica.


400m com barreiras

Favoritos ao ouro: Karsten Warholm (NOR) e Rai Benjamin (USA);

Candidatos ao pódio: Alison dos Santos (BRA), Kyron McMaster (IVB) e Abderrahman Samba (QAT);

Podem surpreender: Yasmani Copello (TUR) e Kenneth Selmon (USA);

Brasil: Alison dos Santos e Márcio Teles

Esta é uma prova cujas forças estão bem definidas. Atuais campeão mundial e vice, respectivamente, o norueguês Karsten Warholm e o estadunidense Rai Benjamin estão em "outro patamar" e vão travar uma disputa intensa pelo ouro. Warholm, inclusive, bateu o recorde mundial no início de julho, com 46s70, enquanto Benjamin fez a terceira melhor marca da história na seletiva olímpica nacional, 46s83.

Logo atrás, está Alison dos Santos, que é a principal chance de medalha do atletismo brasileiro. Com apenas 21 anos de idade, ele está em franca ascensão e já bateu o recorde sul-americano da prova quatro vezes somente este ano. Atualmente, é favorito ao bronze, mas pode crescer pelo ouro. O virginense Kyron McMaster e o catari Abderrahman Samba, bronze no Mundial, aparecem como concorrentes de Piu - como Alison é conhecido - ao pódio.

Alison dos Santos é o grande destaque da nova geração do atletismo brasileiro (Foto: Divulgação)
O turco Yasmani Copello, vice-campeão mundial em 2017 e bronze na Rio-2016, não é candidato à medalha, mas pode surpreender, assim como o estadunidense Kenneth Selmon. Outro brasileiro está na prova: Márcio Teles fez o índice olímpico ainda em 2019 e não vem de bons resultados nesta temporada. Sua meta deve ser avançar às semifinais.


3.000m c/ obstáculos

Favoritos ao ouro: Soufiane El Bakkali (MAR);

Candidatos à medalha: Bikila Tadese Takele (ETH), Dilali Bedrani (FRA), Benjamin Kigen (KEN), Abraham Kibiwott (KEN), Abrham Sime (ETH) e Hailemariyam Amare (ETH);

Podem surpreender: Fernando Carro (ESP), Ahmed Abdelwahed (ITA) e Osoma Zoghlami (ITA);

Brasil: Altobeli da Silva

Os 3.000m com obstáculos são a prova do atletismo com a maior hegemonia olímpica da atualidade. O Quênia conquistou o ouro na prova em todas as edições de 1984 e 2016, com direito a dobradinha em diversas vezes. No entanto, esse tabu pode ser quebrado em Tóquio. Sem o atual campeão mundial e olímpico na prova, Conseslus Kipruto, o país não tem um favorito claro ao ouro.

Numa prova muito acirrada, o marroquino Soufiane El Bakkali aparece como o principal postulante ao título. Soufiane foi bronze no Mundial de 2019 e tem o terceiro melhor tempo do ano. Junto a ele, aparecem seis candidatos ao pódio, sendo que o único não-africano é o francês Djilali Bedrani. Bikila Tadese Takele (ETH), Benjamin Kigen (KEN), Abraham Kibiwott (KEN), Abrham Sime (ETH) e Hailemariyam Amare (ETH) são os demais.

Altobeli foi ouro no Pan de Lima, em 2019, e quer chegar à final em Tóquio-2020 (Abelardo Mendes Jr./rededoesporte.gov.br)n
Com tempos intermediários na temporada, mas sem tanta tradição na prova, aparecem os europeus Fernando Carro (ESP), Ahmed Abdelwahed (ITA) e Osoma Zoghlami (ITA), podendo surpreender na briga pela medalha. O Brasil será representado por Altobeli da Silva, que conseguiu a vaga por meio do ranking mundial. Ele esteve na Rio-2016 e deve lutar para chegar à final em Tóquio.


Revezamento 4x100m

Favorito ao ouro: Estados Unidos (USA);

Candidatos à medalha: Brasil (BRA), África do Sul (RSA), Grã-Bretanha (GBR) e Japão (JPN);

Podem surpreender: França (FRA), China (CHN), Canadá (CAN), Jamaica (JAM) e Países Baixos (NED);

Brasil: Equipe formada por Paulo André, Felipe Bardi, Rodrigo Nascimento, Derick de Souza e Jorge Vides (reserva).

Sem Usain Bolt, a Jamaica passa por um processo de entressafra e não vive um bom momento. Assim, diferente das últimas três Olimpíadas, o país caribenho não é favorito ao ouro no revezamento 4x100m masculino. Quem deve dominar a prova é os Estados Unidos, atual campeão mundial e cujos integrantes (Trayvon Bromell, Ronnie Baker, Fred Kerley e Kenneth Bednarek) são donos dos seis melhores tempos do ano no individual dos 100m (todos abaixo de 9s89).

Logo em seguida, aparecem pelo menos quatro países com credenciais para ir ao pódio. O Brasil está entre eles. Com uma geração brilhante, a equipe formada por Paulo André, Felipe Bardi, Rodrigo Nascimento, Derick de Souza e Jorge Vides está entre as cinco melhores do mundo. Sem Bardi, o time foi campeão mundial por revezamentos em 2019 e quarto colocado no Mundial de Atletismo, batendo o recorde brasileiro. Este ano, ficaram em segundo no Mundial, mas foram desclassificados.

Corredor brasileiro
Paulo André é o principal nome do revezamento brasileiro (Abelardo Mendes Jr). 
Liderada por Akani Simbine, a África do Sul também tem uma poderosa geração e foi campeã mundial por revezamentos em maio. A Grã-Bretanha é consolidada à medalha após um título e um vice mundial (2017 e 2019, respectivamente), em uma equipe que conta com o experiente Adam Gemili. Competindo em casa, o Japão tem tudo para brigar pelo pódio, com velocistas jovens e com boas passagens de bastão. China, França, Países Baixos, Jamaica e Canadá têm bons coletivos que podem pintar na final.


Revezamento 4x400m

Favoritos ao ouro: Estados Unidos (USA);

Candidatos à medalha: Jamaica (JAM), Colômbia (COL), Trinidad e Tobago (TTO) e Bélgica (BEL).

Podem surpreender: Países Baixos (NED), Botsuana (BOT), Grã-Bretanha (GBR), Itália (ITA) e Japão (JPN).

Os EUA são favoritos ao ouro no revezamento 4x400m masculino. Liderada por Michael Norman, a equipe é atual campeã mundial e está credenciada a conquistar o bi olímpico em Tóquio. Jamaica (prata no Mundial de 2019), Colômbia (quarta no Mundial de 2019) e Trinidad e Tobago (campeã mundial em 2017) são as candidatas ao pódio. A Bélgica também é credenciada, pelo bronze no Mundial de 2019, mesmo tendo caído de rendimento após a conquista.

Também é interessante ficar de olho nos Países Baixos, campeão mundial de revezamento este ano - em uma prova esvaziada -, que podem crescer. A Grã-Bretanha foi bronze no Mundial de 2017 e ainda conta com bons nomes. Japão, França, Botsuana e Itália devem brigar pela final.


Salto em distância

Favorito ao ouro: Tajay Gayle (JAM), Miltiadis Tentoglou (GRE) e JuVaughn Harrison (USA);

Candidatos à medalha: Juan Miguel Echevarría (CUB), Ruswahl Samaai (RSA) e Nashioka Yuki (JPN);

Podem surpreender: Marquis Mendy (USA), Wang Jianan (CHN), Carey McLeod (JAM), Cheswill Johnson (RSA), Thobias Montler (SWE) Maykel Massó (CUB);

Brasil: Samory Uiki e Alexsandro Melo

Sem o atual campeão olímpico e vice mundial, Jeff Henderson, um lugar do pódio parece ter se aberto. Três atletas aparecem como favoritos ao ouro: o jamaicano Tajay Gayle, atual campeão mundial; o estadunidense JuVaughn Harrison, de apenas 22 anos, vencedor da seletiva estadunidense; e o grego Miltiadis Tentoglou, campeão europeu em 2018 e que vem muito regular na temporada, tendo a melhor marca do ano.

Logo atrás, aparecem alguns dos finalistas no último Mundial que mantiveram a constância e conseguiram boas marcas na reta final do ciclo, como o cubano Juan Miguel Echevarría, o sul-africano Ruswahl Samaai e o japonês Nashioka Yuki. O cubano Miguel Maissó, o chinês Wang Jianan, o jamaicano Carey McLeod, o estadunidense Marquis Mendy, o sueco Thobias Montler e o sul-africano Cheswill Johnson podem surpreender. O Brasil contará com Samory Uiki e Alexsandro Melo, que devem lutar para chegar na final.

O brasileiro Alexsandro Melo competirá nas provas do salto em distância e do salto triplo em Tóquio (Foto: CBAT/Wagner Carmo/CBAT)

Salto triplo

Favoritos ao ouro: Pedro Pablo Pichardo (POR) e Hughes Fabrice Zango (BUR);

Candidatos à medalha: Andy Diaz (CUB), Will Claye (USA), Almir Cunha (BRA), Cristian Nápoles (CUB) e Donald Scott (USA);

Podem surpreender: Wu Ruiting (CHN), Andrea Dallavalle (ITA) e Zhu Yaming (CHN);

Brasil: Almir Cunha, Mateus de Sá e Alexsandro Melo

O salto triplo é uma prova cujas forças estão bem definidas. Pedro Pablo Pichardo, de Portugal, e Hughes Fabrice Zango, de Burkina Faso, devem brigar pela medalha de ouro. Zango quebrou o recorde mundial indoor este ano e conquistou o bronze no Mundial de 2019, enquanto Pichardo é dono da melhor marca da temporada (17,92m). A briga pelo terceiro lugar deve ser acirrada, contando com pelo menos cinco atletas.

Um deles é o brasileiro Almir Cunha, vice-campeão mundial indoor em 2018. Finalista no Mundial de 2019, ele tem 17,53m como melhor marca da carreira e já saltou para 17,14m este ano. Junto, estão os cubanos Andy Diaz (dono da terceira melhor marca do ano) e Cristian Nápoles (quinto no Mundial de 2019); e os estadunidenses Will Claye (prata em Doha-2019) e Donald Scott (sexto em 2019).

Podem surpreender Wu Ruiting (CHN), Andrea Dallavalle (ITA) e Zhu Yaming (CHN), que têm boas marcas na atual temporada. Outros dois brasileiros participarão: Alexsandro Melo e Mateus de Sá. Alexsandro conseguiu o índice olímpico ainda em 2019, enquanto Mateus ganhou a vaga por realocação. Ambos têm condições de chegar à final, mas Mateus precisará saltar perto do seu melhor para que isso ocorra (16,87m).


Salto em altura

Favoritos ao ouro: Ilya Ivanyuk (ROC), Maksim Nedasekau (BLR), Mikhail Arkimenko (ROC) e Mutaz Essa Barshim (QAT);

Candidatos à medalha: JuVaughn Harrison (USA), Django Lovett (CAN) e Brandon Starc (AUS);

Podem surpreender: Darryl Sullivan (USA), Shelby McEwen (USA), Loic Gasch (SUI) e Gianmarco Tamberi (ITA);

Brasil: Fernando Ferreira e Thiago Alfano

Em uma prova em que o nível dos atletas é muito próximo, pelo menos quatro atletas brigam pelo ouro. Os russos Mikhail Arkimenko e Ilya Ivanyuk, prata e bronze no Mundial de 2019, respectivamente. Hoje, Ivanyuk é dono da melhor marca do ano no mundo, empatado com o belarrusso Maksim Nedasekau, que foi quarto colocado no Mundial de 2019 e também luta pelo título. Por fim, o último deles é o catari Mutaz Essa Barshim, prata na Rio-2016 e bicampeão mundial no ciclo. Ele perdeu o ritmo na reta final do ciclo, mas é considerado favorito pelo seu histórico.

Em seguida, pelo três atletas estão na briga pelo pódio, incluindo o estadunidense Juaughn Harrison, que também compete no salto em distância. O australiano Brandon Starc, sexto no Mundial de 2019, e o canadense Django Lovett, que tem sido regular nos saltos na casa dos 2,30m.

Uma série de atletas devem brigar por final e podem chegar junto na luta por medalhas. Destaques para aqueles que conseguiram o complicado índice olímpico de 2,33m: Darryl Sullivan (USA), Shelby McEwen (USA), Loic Gasch (SUI) e Gianmarco Tamberi (ITA). Dois brasileiros participarão, Fernando Ferreira e Thiago Alfano, que têm saltado próximo da casa dos 2,30m com regularidade.


Salto com vara

Favorito ao ouro: Armand Duplantis (SWE);

Candidatos à medalha: Sam Kendricks (USA), Renaud Lavillenie (FRA), Chris Nilsen (USA), Ernest Obiena (PHI), Thiago Braz (BRA) e Piotr Lisek (POL);

Podem surpreender: KC Lightfoot (USA), Valentin Lavillenie (FRA) e Somdre Guttorsen (NOR);

Brasil: Thiago Braz e Augusto Dutra

Estrela do atletismo mundial, o sueco Armand Duplantis é muito favorito ao ouro. Vice-campeão mundial em 2019, ele cresceu no ano passado e passou a saltar para acima dos 6,00m com tranquilidade, batendo, inclusive, o recorde mundial da prova por três vezes. Ele é dono da melhor marca da temporada, com 6,10m, 18 centímetros a frente de Renaud Lavillenie (FRA), Sam Kendricks (USA) e Christopher Nilsen (USA).

Duplantis tem tudo para quebrar o recorde olímpico de 6,03m conquistado por Thiago Braz em 2016 (Foto: Ciro de Luca/REUTERS)
Esses três deverão ser os principais postulantes aos outros dois lugares do pódio, ao lado de Thiago Braz (BRA), Piotr Lisek (POL) e Ernest John Obiena (PHI). Lavillenie foi campeão olímpico em 2012 e vice em 2016 e cresceu este ano; Kendricks foi bicampeão mundial (2017 e 2019), mas tem ficado para trás na briga tete à tete com Duplantis; Nilsen surgiu este ano com marcas fortes; Braz é o atual campeão olímpico e não foi bem no ciclo, mas tem crescido nesta reta final; Lisek medalhou nos últimos três Mundiais; e Obiena tem ido bem nas competições deste ano, tendo saltado para 5,87m.

Poucos são os nomes daqueles que podem surpreender, mas destaque para o estadunidense KC Lightfoot, segundo colocado na seletiva nacional olímpica, com 5,85m. O norueguês Sondre Guttormsen e o francês Valentin Lavillenie devem garantir final. Já o outro brasileiro da prova, Augusto Dutra, saltou para 5,72m este ano e também deve chegar na final.


Lançamento de disco

Favorito ao ouro: Daniel Stahl (SWE);

Candidatos à medalha: Kristjan Ceh (SLO), Andrius Gudzius (LTU), Lukasz Weisshaidinger (AUT), Fedrick Dacres (JAM) e Simon Petterson (SWE);

Podem surpreender: Mauricio Ortega (COL), Reggie Jagers III (USA), Alex Rose (SAM), Daniel Jasinski (GER), Clemens Prufer (GER) e Giovanni Faloci (ITA).

Atual campeão mundial no lanaçamento de disco, o sueco Daniel Stahl é o favorito para conquistar o ouro em Tóquio. Ele tem uma constância enorme e venceu dez das 11 provas que disputou este ano, sempre com marcas acima dos 66,80m. Apesar de seu domínio, sua vida não será fácil, já que pelo menos cinco atletas também estão muito bem e têm potencial para faturar o título olímpico.

Com apenas 22 anos, o esloveno Kristjan Ceh começou a se destacar em meio à pandemia e já bateu o recorde europeu sub-23 diversas vezes do ano passado para cá. Hoje, é dono da segunda melhor marca da temporada mundial. Outros que mantiveram a regularidade no final do ciclo é Andrius Gudzius (LTU), campeão mundial em 2017; Simon Pettersson (SWE); e Lukasz Weissahaidinger (AUT). Apesar de pouco ter competido esse ano, o jamaicano Fedrick Dacres foi vice-campeão mundial em 2019 e também é candidato ao pódio.

Como o lançamento de disco é uma prova que é definida nos detalhes, muitos atletas podem surpreender, já que também fizeram boas marcas este ano (acima dos 67m): Reggie Jagers III (USA), Alex Rose (SAM), Daniel Jasinski (GER), Clemens Prufer (GER) e Giovanni Faloci (ITA). O colombiano Mauricio Ortega, que quebrou o recorde sul-americano ano passado, e o equatoriano Juan Caicedo podem ser surpresas. O Brasil não terá representantes na prova.


Lançamento de dardo

Favorito ao ouro: Johannes Vetter (GER);

Candidatos à medalha: Marcin Krukowski (POL), Keshorn Walcott (TTO), Neeraj Chopra (IND) e Anderson Peters (GRN);

Podem surpreender: Gatis Cakss (LAT), Andrian Mardare (MDA) e Arshad Nadeem (PAK)

Este é um dos ouros mais certos de Tóquio. Quarto colocado no Rio, o alemão Johannes Vetter teve um ótimo ciclo, sendo campeão mundial em 2017 e bronze em 2019, e cresceu ainda mais a partir do ano passado, quando chegou a 97,76m, ficando a menos de um metro do recorde mundial. Este ano, competiu oito vezes e fez lançamentos acima dos 91m em sete delas.

Vetter é dono da melhor marca do mundo nesta temporada com sobras. Ele tem 96,29m e o segundo lugar é 89,55m, do polonês Marcin Krukowsi. Este, por sua vez, é candidato à medalha, assim como o trinitino Keshorn Walcott e o indiano Neeraj Chopra, também com bons registros no ano. O granadino Anderson Peters, campeão mundial em 2019, também briga por medalha.

Uma série de atletas podem surpreender na final e brigar pelo pódio, incluindo Gatis Cakss (LAT), Andrian Mardare (MDA) e Arshad Nadeem (PAK). O Brasil não tem representantes.


Lançamento de martelo

Favorito ao ouro: Pawel Fadjek (POL);

Candidatos à medalha: Bence Halsz (HUN), Wojciech Nowicki (POL), Quentin Bigot (FRA), Rudy Winkler (USA) e Mykhaylo Kokhan (UKR);

Podem supreender: Daniel Haugh (USA), Valeriy Pronkin (ROC), Serghei Marghiev (MDA), Marcel Lomnicky (SVK), Diego del Real (MEX) e Taylor Campbell (GBR)

O polonês Pawel Fajdek é o favorito no lançamento do martelo. Atual tetracampeão mundial, ele tem um histórico dominante, apresentando constância nas marcas. Já arremessou acima dos 82m em quatro competições diferentes este ano. Somente o estadunidense Rudy Winkler, que quebrou o recorde nacional na seletiva, chega perto dele e, por isso, é candidato à medalha.

Além de Winkler, também aparecem outro polonês, Wojciech Nowicki e o húngaro Bence Halász, ambos bronze no Mundial de 2019 (medalha dividida); o jovem ucraniano Mykhaylo Kohan, quinto em Doha-2019, e o francês Quentin Bigot, prata no Mundial. Todos têm ótimas marcas na temporada. Correm por fora na luta por um pódio: Daniel Haugh (USA), Valeriy Pronkin (ROC), Serghei Marghiev (MDA), Marcel Lomnicky (SVK), Diego del Real (MEX) e Taylor Campbell (GBR).


Arremesso de peso

Favorito ao ouro: Ryan Crouser (USA);

Candidatos à medalha: Darlan Romani (BRA), Joe Kovacs (USA) e Tom Walsh (NZL);

Podem surpreender: Leonardo Fabbri (ITA), Michal Haratyk (POL), Payton Otterdahl (USA) e Filip Mihaljevic (CRO);

Brasil: Darlan Romani

O arremesso de peso masculino tem um claro favorito ao ouro em Tóquio: o norte-americano Ryan Crouser, que quebrou o recorde mundial da prova na seletiva nacional há um mês. Ele está muito a frente dos demais que são candidatos ao pódio. A lista dos que brigam por medalha tem três atletas, com o brasileiro Darlan Romani, o neozelandês Tom Walsh e o estadunidense Joe Kovacs.

Darlan teve um ano de 2019 espetacular, tendo sido ouro no Pan de Lima, quarto no Mundial e quebrando o recorde sul-americano com 22,61m. A pandemia lhe prejudicou e ele tem sofrido com a falta de ritmo este ano, ainda lutando para voltar ao seu melhor. Darlan fez cinco competições este ano e, mesmo distante do auge, arremessou para 21,56m, que é a 12ª melhor marca do mundo na temporada.

Darlan foi campeão pan-americano em Lima 2019 (Foto: Wagner Carmo/Panamerica Press/CBAt)
Joe Kovacs, campeão em Doha-2019 com 22,91m, está bem nesta temporada e já arremessou para 22,72m. Já o neozelandês Tom Walsh, bronze no último Mundial, tem 22,22m como melhor marca este ano. Fora esse top-4, correm por fora na briga por medalhas o polonês Michal Haratyk, o croata Filip Mihaljevic, o estadunidense Payton Otterdahl e o italiano Leonardo Fabbri.


Decatlo

Favoritos ao ouro: Niklas Kaul (GER), Damian Warner (CAN), Maicel Uibo (EST) e Kevin Mayer (FRA);

Candidatos à medalha: Ilya Shkureynov (ROC), Pierce LePage (CAN) e Garret Scantling (USA);

Pode surpreender: Lindon Victor (GRN);

Brasil: Felipe dos Santos

A disciplina combinada do atletismo masculino tem quatro atletas na briga pelo ouro: o alemão Niklas Kaul, o francês Kevin Mayer, o canadense Damian Warner e o estoniano Maicel Uibo. O pódio do Mundial de 2019 foi, em ordem, formado por Kaul, Uibo e Warner. Mayer não encerrou a competição por um problema durante o salto com vara, mas foi campeão em 2017 e é dono do recorde mundial.

Logo atrás, aparecem três atletas que são credenciados ao pódio olímpico: o russo Ilya Shkurenyov, quarto colocado no Mundial de 2019, o canadense Pierce LePage, quinto no Mundial, e o estadunidense Garret Scantling, vencedor da seletiva nacional com uma boa pontuação. O brasileiro Felipe dos Santos conseguiu classificação para a prova ao fazer o índice olímpico. Ele deve lutar para fazer o melhor resultado da vida.


Maratona

Favorito ao ouro: Eliud Kipchoge (KEN);

Candidatos à medalha: Lelisa Desisa (ETH), Shura Kitata (ETH), Sisay Lemma (ETH), Amos Kipruto (KEN), Gabriel Geay (TAN), Lawrence Cherono (KEN), Outhmane El Goumri (MAR), Alphonce Simbu (TAN) e Callum Hawkins (GBR);

Podem surpreender: Yuma Hattori (JPN), Shogo Nakamura (JPN), Suguru Osako (JPN), Stephen Mokoka (RSA), Zersenay Tadese (ERI), El-Hassan El-Abbassi (BHR), Hamza Sahli (MAR) e Tadesse Abraham (SUI);

Brasil: Daniel do Nascimento, Paulo Roberto de Paula e Daniel Chaves

Talvez a prova mais imprevisível das Olimpíadas, na maratona tudo pode acontecer e normalmente não há definições de forças propriamente ditas, já que uma boa corrida depende das condições locais e entre outros aspectos. No entanto, o queniano Eliud Kipchoge aparece como o favorito ao ouro. Estrela do esporte mundial, ele foi campeão olímpico na Rio-2016 e é o recordista mundial, sendo o primeiro humano a correr 42,195km em menos de duas horas.

Dada a tradição desses países, etíopes e quenianos aparecem como candidatos à medalha, assim como Alphonce Simbu e Gabriel Geay, de Tanzânia, com bons resultados em Mundiais e Olimpíadas. O britânico Callum Hawkins bateu na trave diversas vezes nas últimas grandes competições e quer ir ao pódio em Tóquio. Outhmane El Goumri, do Marrocos, também é forte nome pela medalha.

Japoneses, demais africanos e alguns europeus são nomes que também lutam por um lugar no pódio. Em nossa análise, aparecem como "podem surpreender", mas vale reiterar que na maratona olímpica tudo pode acontecer. O Brasil terá três representantes na prova: Daniel do Nascimento, Paulo Roberto de Paula e Daniel Chaves. A maior expectativa do país está sobre Daniel Nascimento, que tem apenas 22 anos e fez o índice olímpico este ano, logo em sua primeira maratona corrida.


Marcha atlética 20km

Favorito ao ouro: Yamanishi Toshikazu (JPN);

Candidatos à medalha: Wang Kaihua (CHN), Zelin Cai (CHN), Vasiliy Mizinov (ROC), Caio Bonfim (BRA), Perseus Karlstrom (SWE), Christopher Linke (GER), Salih Kormaz (TUR) e Miguel Angel López (ESP);

Podem surpreender: Jun Zhang (CHN), Takahashi Eiki (JPN), Elder Arevalo (COL), Samuel Gathimba (KEN), Ikeda Koki (JPN), Tom Bosworth (GBR) e Andrés Chocho (ECU);

Brasil: Caio Bonfim, Lucas Mazzo e Matheus Correa

Por ser prova de rua, a disputa de 20km da marcha atlética costuma ser muito embolada. O japonês Yamanishi Toshizaku, porém, aparece como principal postulante ao ouro. Ele conquistou o título mundial em 2019 e é dono do segundo melhor tempo da temporada. Em seguida, pelo menos oito atletas estão no bolo que luta por uma medalha, incluindo o brasileiro Caio Bonfim. Os chineses Wang Kaihua, líder do ranking mundial, e Cai Zelin, prata na Rio-2016, são nomes para ficar de olho.

Caio Bonfim está no top-10 mundial há pelo menos uma década e, por isso, é credenciado à medalha. Ele foi sexto no Mundial de 2015, quarto colocado na Rio-2016, bronze no Mundial de 2017 e 13º em Doha-2019, sob condições adversas. O russo Vasiliy Mizinov, o sueco Perseus Karlstrom, o alemão Christopher Linke e o turco Salih Korkmaz, que ficaram entre a segunda e a quinta colocação no último Mundial, também podem ir atrás do pódio. Fecha a lista o espanhol Miguel Ángel López, campeão mundial em 2015.

A lista dos que pode surpreender também é longa, mas cabe citar o queniano Samuel Gathimba, que tem o oitavo melhor tempo do ano na prova, e o japonês Takahashi Eiki, top-6 do mundo. Fecham o posto Elder Arevalo (COL), Samuel Gathimba (KEN), Jun Zhang (CHN), Tom Bosworth (GBR), Ikeda Koki (JPN) e Andrés Chocho (ECU). Além de Caio, o Brasil terá Lucas Mazzo e Matheus Correa como representantes na prova.


Marcha atlética 50km

Favorito ao ouro: Maruo Satoshi (JPN)

Candidatos a medalha: Matej Tóth (SVK), Evan Dunfee (CAN), Luo Yadong (CHN), João Vieira (POR) e Katsuki Hayato (JPN)

Podem surpreender: Brendan Boyce (IRL), Kobayashi Kai (JPN), Jonathan Hilbert (GER) e Maryan Zakainytskyy (UKR)

Sem o atual campeão mundial Suzuki Yusuke, o japonês Maruo Satoshi é o principal favorito a conquistar o ouro nos 50km da marcha. Ele venceu o fortíssimo Campeonato Japonês em abril e é dono do melhor tempo do ano de forma disparada. O português João Vieira e o canadense Evan Dunfee foram prata e bronze no último Mundial, respectivamente, e brigam por medalha, assim como o eslovaco Matej Tóth, ouro na Rio-2016, o chinês Luo Yadong, vencedor da seletiva chinesa, e o japonês Katsuki Hayato, com o segundo melhor tempo do ano.


MULHERES

100m

Favorita ao ouro: Shelly-Ann Fraser-Pryce (JAM);

Candidatas à medalha: Elaine Thompson (JAM), Marie-Josée Ta Lou (CIV), Dina Asher-Smith (GBR) e Shericka Jackson (JAM);

Podem surpreender: Javianne Oliver (USA), Blessing Okagbare (NGR), Mujinga Kambundji (SUI) e Ajdla Del Ponte (SUI);

Brasil: Vitória Rosa e Rosângela Santos

Uma das maiores estrelas desta edição olímpica, a jamaicana Shelly-Ann Fraser-Pryce tem tudo para conquistar seu terceiro ouro nos 100m rasos. Ela venceu a nobre prova em Pequim-2008 e em Londres-2012, tendo ficado com o bronze no Rio. Neste ciclo, foi mãe e voltou às pistas melhor do que nunca: foi campeã mundial em 2019 e correu para 10s63 este ano, a apenas 14 centésimso do recorde mundial.

Fraser-Pryce vive um momento espetacular na temporada (Foto: IAAF/Reprodução)
Shelly é muito favorita, principalmente depois que sua principal ameaça, a estadunidense Sha'Carri Richardson, foi pega no doping após a seletiva nacional olímpica. Assim, a jamaicana terá como rivais as compatriotas Elaine Thompson, que foi ouro na Rio-2016 e correu para 10s71 no último mês, e Shericka Jackson, que vem tendo constância nas marcas abaixo dos 11 segundos.

A britânica Dina Asher-Smith, prata no Mundial de 2019, e a marfinense Marie Josée Ta Lou, bronze em Doha, completam a lista de candidatas à medalha. As duas também têm ótimas marcas nesta temporada. Logo após esse grupo de cinco atletas, vale o destaque para aquelas que podem surpreender, que incluem Javianne Oliver (USA), Blessing Okagbare (NGR), Mujinga Kambundji (SUI) e Ajdla Del Ponte (SUI).

O Brasil terá duas representantes na prova: Vitória Rosa e Rosângela Santos. Ambas flertaram com o índice durante o ciclo, mas conseguiram suas vagas pelo ranking mundial. A expectativa é que elas alcancem as semifinais e lutem por uma final. Entretanto, o principal objetivo das duas deve ser no revezamento.


200m

Favoritas ao ouro: Dina Asher-Smith (GBR) e Gabby Thomas (USA);

Candidata à medalha: Shelly-Ann Fraser-Pryce (JAM), Mujinga Kambundji (SUI), Shaunae Miller-Uibo (BAH), Shericka Jackson (JAM), Marie-Josée Ta Lou (CIV) e Elaine Thompson (JAM);

Podem surpreender: Jenna Prandini (USA) e Anavia Battle (USA);

Brasil: Vitória Rosa e Ana Carolina Azevedo

Dois nomes despontam como favoritos ao ouro na segunda prova mais rápida do atletismo feminino: a britânica Dina Asher-Smith, atual campeã mundial, e a estadunidense Gabby Thomas, que venceu a seletiva estadunidense em junho e é líder do ranking mundial da temporada. Logo atrás, parece um bolo com pelo menos seis atletas, sendo três delas jamaicanas.

Shelly-Ann Fraser-Pryce foi prata nos 200m rasos em Londres-2012 e campeã mundial em 2013. Este ano, correu para 21s79 na seletiva jamaicana, e está em segundo lugar na classificação mundial. Já Shericka Jackson, especialista nos 400m, já fez ótimas marcas este ano nos 200m. Por fim, Elaine Thompson foi ouro na Rio-2016 e segue com condições de voltar ao pódio na prova.

A bahamense Shaunae-Miller Uibo também é especialista nos 400m (campeã olímpica em 2016), mas também tem se aventurado nos 200m, sendo, inclusive, bronze no Mundial de 2017. Sua presença na prova, no entanto, ainda é incerta, já que a final dos 200m acontece no mesmo dia que as eliminatórias dos 400m, em 03 de agosto. Bronze em Doha-2019, a suíça Mujinga Kambundji também briga por pódio.

A marfinense Marie-Josée Ta Lou, prata no Mundial de 2017, também concorre ao pódio. Jenna Prandini (USA) e Anavia Battle (USA) podem surpreender, após boas aparições na seletiva nacional olímpica. O Brasil contará com duas atletas: Vitória Rosa, que fez índice, e Ana Carolina Azevedo. A expectativa para as duas é chegar à semifinal.


400m

Favorita ao ouro: Shaunae Miller-Uibo (BAH);

Candidatas à medalha: Wadeline Jonathas (USA), Allyson Felix (USA), Quarena Hayes (USA) e Stephenie Ann McPherson (JAM);

Podem surpreender: Candice McLeod (JAM), Marileidy Paulino (DOM) e Femke Bol (NED);

Brasil: Tiffani Marinho

A bahamense Shaunae Miller-Uibo é a favorita para conquistar o ouro na prova. Atual campeã olímpica, ela já era uma das candidatas ao título, mas com as ausências de Salwa Eid Naser, de Bahrein, atual campeã mundial, e das namibianas Christine Mboma e Beatrice Masilingi, donas da melhor e terceira melhores marcas do ano, Shaunae tornou-se favorita e parece estar bem a frente das concorrentes.

Lutam pelo pódio as estadunidenses Allyson Felix, dona de seis ouros olímpicos e uma prata nos 400m na Rio-2016; Quanera Hayes, vencedora da seletiva nacional; e Wadeline Jonathas, quarta colocada no Mundial de 2019. A jamaicana Stephenie Ann McPherson também é forte candidata à medalha. Ela foi sexta no Mundial de Doha e tem a quinta melhor marca do ano no mundo.

Correm por fora Candice McLeod (JAM), Marileidy Paulino (DOM) e Femke Bol (NED). Olho principalmente em Bol, que tem 21 anos e já bateu diversos recordes nacionais desde o ano passado. O Brasil será representado por Tiffani Marinho, que conseguiu vaga pelo ranking mundial. Ela tem como melhor marca da vida 51s84 e vai precisar melhorá-la para chegar nas semifinais.


800m

Favorita ao ouro: -

Candidatas à medalha: Athing Mu (USA), Rose Mary Almanza (CUB), Raevyn Rogers (USA), Ajee Wilson (USA), Keely Hodgkins (GBR), Wewuha Getachew (ETH), Eunice Sum (KEN), Laura Muir (GBR) e Jemma Reekie (GBR)

Podem surpreender: Catriona Bisset (AUS), Habitam Alemu (ETH) e Natoya Goule (JAM)

Esta é uma prova aberta. Sem nenhuma favorita ao ouro, oito atletas brigam pelo pódio, incluindo as estadunidenses Athing Mu (dona da melhor marca do ano), Raevyn Rogers (prata no último Mundial) e Ajeé Wilson (bronze no Mundial); a queniana Eunice Sum (quinta no Mundial); a cubana Rose Mary Almanza (segunda melhor marca do ano); a etíope Werwuha Getachew; e as britânicas Laura Muir, Jemma Reekie e Keely Hodgkins.

Correm por fora, com boas marcas na temporada, as ugandenses Halimah Nakaayi (atual campeã mundial) e Winnie Nanyondo (quarta colocada em Doha-2019);a australiana Catriona Bisset, a etíope Habitam Alemu e a jamaicana Natoya Goule.


1.500m

Favorita ao ouro: Sifan Hassan (NED) e Faith Kipyegon (KEN);

Candidatas à medalha: Laura Muir (GBR) e Freweyni Hailu (ETH);

Podem surpreender: Gabriela DeBlues-Stafford (CAN), Elinor Purrier St.Pierre (USA), Dribe Welteji (ETH) e Winnie Nanyondo (UGA)

Estrela do atletismo mundial, a neerlandesa Sifan Hassan é favorita ao ouro em duas provas em Tóquio e os 1.500m rasos é uma delas. Quinta colocada na Rio-2016, ela foi campeã mundial em 2019. Em sua cola, está a queniana Faith Kipyegon, ouro na Rio-2016 e que foi campeã mundial em 2017 e vice em 2019, sendo dona da melhor marca da temporada com 3m51s07.

Etíope de nascimento, Hassan defende os Países Baixos em competições oficiais (Foto: Lucy Nicholson/REUTERS)
Brigam pelas medalhas a etíope Freweyni Hailu e a britânica Laura Muir, que detêm a quarta e quinta melhores marcas da temporada, respectivamente. Muir foi quinta colocada no Mundial de 2019. Estão um pouco abaixo, mas podem surpreender: Gabriela DeBlues-Stafford (CAN), Elinor Purrier St.Pierre (USA), Dribe Welteji (ETH) e Winnie Nanyondo (UGA).


5.000m

Favorita ao ouro: Hellen Obiri (KEN);

Candidatas à medalha: Gudaf Tsegay (ETH), Ejgayehu Taye (ETH) e Senbere Teferi (ETH);

Podem surpreender: Eilish McColgan (GBR), Lilian Kasait Rengeruk (KEN), Agnes Jebet Tirop (KEN), Yasemin Can (TUR) e Sifan Hassan (NED)

Quênia e Etiópia tendem a dominar esta prova. A queniana Hellen Obiri é a principal favorita ao ouro. Prata na Rio-2016, ela é a atual bicampeã mundial. Suas principais concorrentes devem ser as etíopes Gudaf Tsegay, Ejgayehu Taye e Senbere Teferi, que têm os três melhores tempos do mundo neste ano.

A britânica Eilish McColgan, finalista mundial; as quenianas Lilian Kasait Rengeruk, quinta colocada em Doha-2019, e Agnes Jebet Tirop; e a turca Yasemin Can, sexta no Rio, já fizeram boas marcas nesta temporada e podem surpreender na briga por medalhas. Também é interessante ficar de olho em Sifan Hassan, que é a favorita ao ouro nos 1.500m e 10.000m.


10.000m

Favorita ao ouro: Sifan Hassan (NED) e Letesenbet Gidey (ETH);

Candidatas à medalha: Tsigie Gebreselama (ETH), Tsehay Gemechu (ETH), Irene Chepet Cheptai (KEN), Hellen Obiri (KEN) e Sheilla Chelangat (KEN);

Podem surpreender: Kalkidan Gezahegne (BRN) e Susan Krumins (NED)

A neerlandesa Sifan Hassan e a etíope Letesenbet Gidey farão uma intensa disputa pelo ouro na prova de pista mais longa do atletismo. A expectativa é alta, já que Sifan foi campeã mundial em 2019, deixando Gidey com o vice. Em junho, a europeia bateu o recorde mundial e dois dias depois foi a vez da etíope superar a marca. A briga promete render muita emoção.

Devem disputar o último lugar do pódio as etíopes Tsigie Gebreselama e Tsehay Gemechu e as quenianas Irene Chepet Cheptai e Sheilla Chelangat. A também queniana Hellen Obiri é favorita nos 5.000m, mas não se destaca tanto nos 10.000m, apesar de ter sido quinta colocada no Mundial de 2019. Kalkidan Gezahegne, do Bahrein, e Susan Krumins, dos Países Baixos, podem surpreender.


100m c/ barreiras

Favoritas ao ouro: Jasmine Camacho-Quinn (PUR), Kendra Harrisson (USA) e Tobi Amusan (NGR);

Candidatas à medalha: Brianna McNeal (USA), Cindy Sember (GBR), Britany Anderson (JAM);

Podem surpreender: Nadine Visser (NED), Elvira Herman (BLR), Devynne Charlton (BAH) e Tiffany Porter (GBR);

Brasil: Ketiley Batista

Três atletas são favoritas ao ouro nos 100m com barreiras: a porto-riquenha Jasmine Camacho-Quinn, que tem a melhor marca do mundo no ano com sobras (12s32) e já fez cinco tiros para abaixo dos 12s50; a estadunidense Kendra Harrison, vice-campeã mundial em 2019; e a nigeriana Tobi Amusan, também muito regular na temporada e quarta colocada no Mundial de Doha.

Em seguida, aparecem mais três atletas, que devem brigar para se "infiltrar" no pódio. Brianna McNeal (USA), Cindy Sember (GBR) e Britany Anderson (JAM) são donas de ótimas marcas na temporada que as credencia como candidatas. Já Nadine Visser (NED), Elvira Herman (BLR), Devynne Charlton (BAH) e Tiffany Porter (GBR) entram na lista das que podem surpreender. O Brasil será representado por Ketiley Batista, de 22 anos, que vem flertando com um sub-13. Ela deve lutar para chegar às semifinais.


400m com barreiras

Favorita ao ouro: Sydney McLaughlin (USA);

Candidatas à medalha: Dalilah Muhammad (USA), Femke Bol (NED) e Anna Ryzhykova (UKR);

Podem surpreender: Janieve Russel (JAM), Anna Cockrell (USA), Viktoriya Tkachuk (UKR), Lea Sprunger (SUI), Jessie Knight (GBR) e Chayenne Pereira (BRA);

Brasil: Chayenne Pereira

A norte-americana Sydney McLaughlin é a favorita para conquistar o ouro. Prata em Doha-2019, ela venceu a seletiva norte-americana quebrando o recorde mundial, em 51s90, no final de junho. Aparecem em seu retrovisor a compatriota Dalilah Muhammad, campeã mundial e olímpica e ex-recordista mundial até então; a jovem neerlandesa Femke Bol, dona da segunda melhor marca do ano, com 52s37; e a ucraniana Anna Ryzhykova, finalista mundial em 2019 e que vem bem este ano.

A briga pelos 400 metros com barreiras feminino promete ser boa entre as duas norte-americanas (Foto: Lucy Nicholson/REUTERS)
Podem surpreender a jamaicana Janieve Russel, a estadunidense Anna Cockrell, a ucraniana Viktoriya Tkachuk, a suíça Lea Sprunger e a britânica Jessie Knight, com boas marcas na temporada. A brasileira Chayenne Pereira, de apenas 21 anos, conseguiu o índice olímpico em junho, com quebra de recorde brasileiro, e vem numa crescente na carreira, se mostrando muito promissora. Ela deve chegar na semifinal com tranquilidade, sendo possível até uma final.


3.000m c/ obstáculos

Favorita ao ouro: Hyvin Kiyeng (KEN) e Mekides Abebe (ETH);

Candidatas à medalha: Emma Coburn (USA), Gesa Krausa (GER), Beatrice Chepkoech (KEN) e Winfrid Mutile Yavi (BRN);

Podem surpreender: Lomi Muleta (ETH), Courtney Frerichs (USA) e Zerfe Wondemagegn (ETH);

Brasil: Tatiane Raquel da Silva e Simone Ponte Ferraz

Duas atletas chegam em Tóquio com o posto de favoritas, a queniana Hyvin Kiyeng e a etíope Mekides Abebe, ambas finalistas no último Mundial. Abebe é a segunda colocada do ranking mundial da temporada, enquanto Kiyeng é a quarta. A queniana Beatrice Chepkoech foi quarta colocada na Rio-2016 e é a atual campeã mundial. No entanto, é enquadrada como candidata ao pódio pois perdeu ritmo após a pandemia, não tendo feito grandes competições.

Emma Corbun, dos Estados Unidos, Geusa Krause, da Alemanha, e Winfrid Mutile Yavi, do Bahrein, estão no top-10 mundial, com bons tempos este ano, e por isso, também são credenciadas à medalha. As etíopes Zerfe Wondemagegn e Lomi Muleta e a norte-americana Courtney Frerichs correm por fora e buscam surpreender.


Revezamento 4x100m

Favorito ao ouro: Jamaica (JAM);

Candidatos à medalha: Grã-Bretanha (GBR), Estados Unidos (USA) e Suíça (SUI);

Podem surpreender: Brasil (BRA), China (CHN), Alemanha (GER) e Trinidad e Tobago (TTO);

Brasil: Equipe formada por Vitoria Cristina Rosa, Rosângela Santos, Ana Cláudia Lemos, Ana Carolina Azevedo, Bruna Farias e Lorraine Martins

Com uma fortíssima equipe, encabeçada por Shelly-Ann Fraser-Pryce, a Jamaica é franca favorita ao ouro no revezamento. O time foi campeão mundial em 2019 sem Elaine Thompson e contará com o reforço da experiente atleta nos Jogos. Grã-Bretanha, com Dina Asher-Smith, Estados Unidos, com Javianne Oliver, e a Suíça, com Ajla Del Ponte, são fortes candidatos ao pódio.

Alemanha, Trinidad e Tobago e China, finalistas no último Mundial, podem surpreender. O Brasil também pode pintar como surpresa. A equipe, bronze em Pequim-2008, conseguiu a vaga pelo ranking mundial e conta com bons nomes como o de Rosângela Santos e Vitória Rosa e deve chegar na final olímpica.


Revezamento 4x400m

Favorito ao ouro: Estados Unidos (USA);

Candidatos à medalha: Polônia (POL), Jamaica (JAM), Grã-Bretanha (GBR) e Polônia (POL);

Podem surpreender: Canadá (CAN), Bélgica (BEL) e Países Baixos (NED)

Com uma equipe que deve ter Sydney McLaughlin, Allyson Felix e Dalilah Muhammad, os Estados Unidos é o grande favorito ao ouro no revezamento feminino. A equipe foi campeã mundial com sobras em 2019 e deve repetir o feito em Tóquio, este ano. As equipes candidatas à medalha, Polônia e Jamaica, que foram prata e bronze em Doha-2019, respectivamente, estão distantes, assim como a Grã-Bretanha. Podem surpreender Bélgica, Ucrânia e Países Baixos, com gerações fortes.


Salto em distância

Favoritas ao ouro: Ese Brume (NGR) e Malaika Mihambo (GER);

Candidatas à medalha: Chantel Malone (IVB), Tara Davis (USA), Brittney Reese (USA), Yulimar Rojas (VEN), Maryna Bekh-Romanchuk (UKR) e Ivana Spanovic (SRB);

Podem surpreender: Tyra Gittens (TTO), Quanesha Burks (USA), Darya Klishina (ROC), Alina Rotaru (ROM) e Jazmin Sawyers (GBR);

Brasil: Eliane Martins

O salto em distância é uma prova bem embolada. A atual campeã mundial, a alemã Malaika Mihambo, é favorita ao ouro, mas divide o posto com a nigeriana Ese Brume, bronze em Doha-2019 e que detém a melhor marca do ano (7,17m). Lutam por uma medalha as estadunidenses Tara Davis e Brittney Reese e a virginense Chantel Malone, que também têm ótimos saltos na temporada.

Entram nessa lista a venezuelana Yulimar Rojas, bicampeã mundial no salto triplo, que também está classificada para o salto em distância e chegou a marcar 7,27m este ano (vento acima do permitido); a ucraniana Maryna Bekh-Romanchuk, prata no Mundial de 2019; e a sérvia Ivana Spanovic, bronze na Rio-2016. Uma série de atletas podem aprontar chegando na final, como Tyra Gittens (TTO) e Quanesha Burks (USA). A brasileira Eliane Martins tem sido regular este ano, apesar de não ter conseguido o índice, e deve chegar na final.


Salto triplo

Favorita ao ouro: Yulimar Rojas (VEN);

Candidatas à medalha: Caterine Ibarguen (COL), Shanieka Ricketts (JAM), Keturah Orji (USA) e Liadagmis Povea (CUB);

Podem surpreender: Núbia Soares (BRA), Ana Peleteiro (ESP), Patrícia Mamona (POR), Leyanis Pérez (CUB) e Olha Saladukha (UKR);

Brasil: Núbia Soares

Prata na Rio-2016, a venezuelana Yulimar Rojas conquistou os dois títulos mundiais do ciclo olímpico e chega em Tóquio como favorita ao ouro no salto triplo. Além dos bons resultados, ela vem flertando com o recorde mundial, tendo atingido 15,43m este ano. Ela, aliás, já saltou para acima dos 15m em cinco competições distintas nesta temporada (nenhuma atleta conseguiu nem uma vez).

Yulimar Rojas é o grande nome da Venezuela para as Olimpíadas (Foto: Reprodução/World Athletics)
Com o ouro praticamente certo, aparecem como candidatas à medalha a jamaicana Shanieka Ricketts, prata no Mundial de 2019; a colombiana Caterine Ibarguen, atual campeã olímpica e bronze em Doha-2019 que competiu muito pouco esse ano; e a estadunidense Keturah Orji e a cubana Liadagmis Povea, que saltaram acima dos 14,90m este ano.

Pelo menos cinco atletas aparecem no bolo que "pode surpreender", incluindo a brasileira Núbia Soares. Ela conseguiu o índice olímpico no último dia da janela qualificatória, ao saltar 14,68m na Espanha, marca que lhe rendeu a sexta posição no ranking mundial. Ana Peleteiro (ESP), Patrícia Mamona (POR), Leyanis Pérez (CUB) e Olha Saladukha (UKR) fecham a lista.


Salto em altura

Favoritas ao ouro: Mariya Lasitskene (ROC) e Yaroslava Mahuchikh (UKR);

Candidatas à medalha: Vashti Cunningham (USA) e Nicola McDermott (AUS);

Podem surpreender: Yuliya Levchenko (UKR), Kamila Licwinko (POL), Karyna Demidik (BLR), Nadezhda Dubovitskaya (KAZ), Iryna Gerashchenko (UKR), Salome Lang (SUI), Marija Vukovic (MNE) e Maja Nilsson (SWE)

Duas atletas despontam como favoritas ao ouro: a russa Mariya Lasitskene e a ucraniana Yaroslava Mahuchikh. Lasitskene é a atual bicampeã mundial, enquanto Yaroslava foi vice em 2019, batendo o recorde mundial júnior (ela tem apenas 19 anos). A ucraniana é líder do ranking da temporada, com 2,03m. A estadunidense Vashti Cunningham, bronze em Doha-2019, pinta como candidata ao pódio, assim como a australiana Nicola McDermott, ambas com marcas acima de 2,00m na temporada.

Pelo menos oito atletas estão no bolo por uma medalha, já tendo saltado mais de 1,96m neste ano ou com bons desempenhos no Mundial de 2019, podendo surpreender. Destaque para a cazaque Nadezdha Dubovitskaya, quarta colocada no ranking da temporada, e a ucraniana Yuliya Chumachenko, quarto lugar em Doha.


Salto com vara

Favoritas ao ouro: Katie Nageotte (USA) e Anzhelika Sidorova (ROC);

Candidatas à medalha: Katerina Stefanidi (GRE), Sandi Morris (USA) e Holly Bradshaw (GBR);

Podem surpreender: Nina Kennedy (AUS), Alysha Newman (CAN) e Angelica Bengtsson (SWE)

Katie Nageotte, dos Estados Unidos, e Anzhelika Sidorova, do Comitê Olímpico Russo, são as principais favoritas ao ouro no salto com vara. A estadunidense está saltando muito bem desde o ano passado e atualmente é dona da melhor marca da temporada mundial, com 4,95m. A russa, por sua vez, foi campeã mundial em 2019 e tem 4,91m no ano.

Aparecem como postulantes à medalha a grega Katerina Stefanidi, campeã olímpica na Rio-2016 e bronze em Doha-2019, a estadunidense Sandi Morris, prata no último Mundial e na Rio-2016, e a britânica Holly Bradshaw, que também já saltou para 4,90m este ano. A australiana Nina Kennedy, a canadense Alysha Newman e a sueca (com mãe brasileira) Angelica Bengtsson podem surpreender.


Lançamento do disco

Favoritas ao ouro: Valarie Allman (USA) e Yaime Pérez (CUB);

Candidatas à medalha: Jorinde Van Klinken (NED), Denia Caballero (CUB) e Sandra Perkovic (CRO), Chen Yang (CHN), Feng Bin (CHN);

Podem surpreender: Shadae Lawrence (JAM), Kamalpreet Kaur (IND), Mélina Robert-Michon (FRA), Liliana Cá (POR) e Kristin Pudenz (GER);

Brasil: Andressa de Morais e Izabela da Silva

A briga pelo ouro vai ser forte entre Estados Unidos e Cuba. Valarie Allman quebrou o recorde estadunidense na seletiva olímpica, enquanto Yaime Pérez é atual campeã mundial. Allman parece estar em um momento melhor, tendo lançado para 70,01m este ano, enquanto Pérez tem 68,99m na temporada. Entretanto, quem lidera o ranking mundial é a neerlandesa Jorinde van Klinken, com 70,22m, devendo brigar pela medalha em Tóquio.

De Cuba, Yaime Pérez é uma das candidatas ao ouro no lançamento do disco (REUTERS/Kai Pfaffenback)
A cubana Denia Caballero e a croata Sandra Perkovic, prata e bronze no Mundial de 2019, respectivamente, também devem lutar por pódio. Sandra foi ouro na Rio-2016 e Denia, bronze. As chinesas Chen Yang e Feng Bin estão no bolo. Podem surpreender Mélia Robert-Michon (FRA), prata no Rio; a finalista mundial Kristin Pudenz (GER); e aquelas que fizeram boas marcas no ano: Shadae Lawrence (JAM) e Kamalpreet Kaur (IND).

O Brasil contará com duas atletas na prova: Andressa de Morais e Izabela da Silva. Apenas Andressa conseguiu o índice, enquanto Izabela garantiu a vaga pelo ranking mundial. Fernanda Borges também fez o índice na prova este ano, mas foi flagrada no doping no começo de julho e, por isso, não estará em Tóquio. Andressa tem como melhor marca 65,34m, de 2019, e caso repita, poderá ficar perto do pódio. Izabela, por sua vez, está em uma crescente na carreira e pode chegar a final.


Lançamento de dardo

Favorita ao ouro: Christin Hussong (GER);

Candidatas à medalha: Maggie Malone (USA), Lyu Huihui (CHN), Yu Zuzhen (CHN), Tatsiana Khaladovich (BLR), Sara Kolak (CRO);

Podem surpreender: Maria Andrejczyk (POL), Barbara Spotakova (CZE), Lina Muze (LAT), Victoria Hudson (AUT), Nikola Ogrodnikova (CZE) e Kelsey-Lee Barber (AUS);

Brasil: Jucilene Lima e Laila Ferrer

O lançamento de dardo feminino é uma prova que está muito aberta. A alemã Christin Hussong, quarta colocada no último Mundial, desponta como principal postulante ao ouro por sua regularidade na temporada, já lançando para 69,19m.

Pelo menos cinco atletas aparecem na luta por uma medalha: as chinesas Liu Shiying e Lyu Huihui, prata e bronze em Doha-2019, respectivamente; a estadunidense Maggie Malone, dona da terceira melhor marca do ano e vencedora da seletiva nacional; a belarrussa Tatsiana Khaladovich, sexta no Mundial e que vem bem na reta final do ciclo; e a croata Sara Kolak, ouro na Rio-2016.

A atual campeã mundial, a australiana Kelsey-Lee Barber está em má fase, e por isso, entra na lista daquelas que podem surpreender. A polonesa Maria Andrejczyk é líder do ranking mundial da temporada, com 71,40m, mas é muito irregular e, por isso, não entra como candidata à medalha, mas pode pintar como surpresa. Também é interessante ficar de olho na tcheca Barbara Spotakova, ouro em Pequim-2008 e Londres-2012.

Duas brasileiras competirão: Jucilene Lima e Laila Ferrer. Elas têm como melhor marca a temporada 61,36m e 60,85m, respectivamente, o que as deixa no top-40 do mundo. A expectativa é que lutem para chegar na final.


Lançamento do martelo

Favorita ao ouro: DeAnna Price (USA);

Candidatas à medalha: Broke Andersen (USA), Anita Wlodarczyk (POL), Joanna Fiodorow (POL), Gwen Berry (USA), Malwina Kopron (POL) e Wang Zheng (CHN);

Podem surpreender: Alexandra Tavernier (FRA), Lauren Bruce (NZL), Silja Kosonen (FIN), Zalina Petivskaya (MDA), Annette Echikunwoke (NGR) e Camryn Rogers (CAN)

As estadunidenses devem dominar esta prova. DeAnna Price, atual campeã mundial, é favorita a conquistar o ouro. Ela é líder do ranking mundial da temporada com 80,31m, mais de 2m a frente da segunda colocada, sua compatriota Brooke Andersen, que deve brigar pelo pódio. Gwen Berry, famosa ativista do movimento Black Lives Matter, também briga por medalha, sendo a quarta da classificação geral. As três têm mantido regularidade nos lançamentos acima dos 75m este ano.

Quem pode desbancar o poderio ianque são as polonesas Anita Wlodarczyk, ouro em Londres-2012 e na Rio-2016, Joanna Fiodorow, atual vice-campeã mundial, e Malwina Kopron, top-10 do mundo. A chinesa Wang Zheng também está no bolo por um lugar no pódio. Uma série de atletas pode surpreender, já que a disputa abaixo é intensa. Destaque para a finlandesa Silja Kosonen, de apenas 18 anos, que bateu o recorde mundial sub-20 em junho.


Arremesso de peso

Favorita ao ouro: Gong Lijiao (CHN);

Candidatas à medalha: Danniel Thomas-Dodd (JAM), Jessica Ramsey (USA), Raven Saunders (USA) e Auriol Dongmo (POR);

Podem surpreender: Christina Schwanitz (GER), Valerie Adams (NZL), Aliona Dubitskaya (BLR), Fanny Roos (SWE) e Song Jiayuan (CHN);

Brasil: Geisa Arcanjo

Bronze na Rio-2016, a chinesa Gong Lijiao conquistou os dois títulos mundiais no ciclo e é franca favorita para o ouro no arremesso de peso em Tóquio. Ela é líder do ranking mundial da temporada, com 20,39m. Brigam pelo pódio pelo menos quatro atletas: as estadunidenses Jessica Ramsey e Raven Saunders e a portuguesa Auriol Dongmo, com ótimas marcas na temporada, e a jamaicana Danniel Thomas-Dodd, vice-campeã mundial em 2019.


Entram na lista que podem surpreender a neozelandesa Valerie Adams, a belarrussa Aliona Dubitskaya, a sueca Fanny Roos, a chinesa Song Jiayuan e a alemã Christina Schwanitz - bronze no último Mundial. A brasileira Geisa Arcanjo participará da prova, indo para sua terceira Olimpíada, e a expectativa é chegar na final, assim como fez em Londres-2012 e na Rio-2016.


Heptatlo

Favorita ao ouro: Katarina Johnson-Thompson (GBR);

Candidatas à medalha: Nafissatou Thiam (BEL), Verena Preiner (AUT), Kendell Williams (USA) e Annie Kunz (USA);

Podem surpreender: Erica Bougard (USA), Xénia Krizsán (HUN) e Anouk Vetter (NED)

Atual campeã mundial, a britânica Katarina Johnson-Thompson é mais uma das estrelas do atletismo nesta edição olímpica, sendo favorita ao ouro no heptatlo. Ela, no entanto, não terá vida fácil, já que a belga Nafissatou Thiam, ouro na Rio-2016, promete dar muito trabalho, assim como fez no Mundial de 2019, quando foi vice-campeã.

As estadunidenses Annie Kunz e Kendell Wiliams, que fizeram boas pontuações na seletiva, podem brigar por medalha, assim como a austríaca Verena Preiner, bronze em Doha-2019. Quem pode surpreender é a norte-americana Erica Bougard, que também foi bem na seletiva em junho, a húngara Xénia Krizsán e a neerlandesa Anouk Vetter, donas de boas marcas este ano.


Maratona

Favoritas ao ouro: Brigid Kosgei (KEN) e Ruth Chepngetich (KEN);

Candidatas à medalha: Lonah Chemtai Salpeter (ISR), Ichiyama Mao (JPN), Eunice Chumba (BRN), Maeda Honami (JPN), Tigist Abayechew (ETH), Roza Dereje (ETH), Peres Jepchirchir (KEN) e Tigist Girma (ETH);

Podem surpreender: Helalia Johannes (NAM), Gerda Steyn (RSA), Katharina Steinruck (GER), Suzuki Ayauko (JPN), Sally Kipyego (USA), Molly Seidel (USA) e Aliphine Tuliamuk (USA)

As quenianas Ruth Cepngetich e Brigid Kosgei são as favoritas ao ouro na maratona feminina. Ruth foi ouro no Mundial de 2019, enquando Kosgei é a atual recordista mundial, já tendo ganho duas vezes a Maratona de Londres e duas vezes a Maratona de Chicago. São candidatas à medalha a israelense Lonah Chemtai Salpeter, que venceu a Maratona de Tóquio no ano passado; a bahreinita Eunice Chumba, com a 12ª melhor marca do ano; as japonesas Ichiyama Mao e Maeda Honami, por já conhecerem as condições locais; e as etíopes Tigist Abayechew, Roza Dereje e Tigist Girma, além da queniana Peres Jepchirchir, fortes pelo poderio técnico.


Marcha atlética 20km

Favorita ao ouro: Yang Jiayu (CHN), Liu Hong (CHN) e Qieyang Shijie (CHN);

Candidatas à medalha: Érica Sena (BRA), Sandra Arenas (COL), Antonella Palmisano (ITA), María Pérez (ESP), Fujii Nanako (JPN), Okada Kumiko (JPN) e Ana Cabecinha (POR);

Podem surpreender: Elvira Khasanova (ROC), Eleonora Giorgi (ITA), Laura García-Caro (ESP), Alegna González (MEX), Jemima Montag (AUS) e Mirna Ortiz (GUA);

Brasil: Érica Sena

Como já tem virado padrão nos últimos anos, as chinesas devem dominar a marcha atlética feminina. As atletas inscritas na competição, Yang Jiayu, Liu Hong e Qieyang Shijie, são as três primeiras colocadas do ranking mundial da temporada. Yang, inclusive, bateu o recorde mundial da prova em março deste ano, no campeonato nacional. Já Hong é a atual campeã mundial e olímpica, enquanto Qieyang é vice mundial.

Pelo menos sete atletas têm condições de tirar o reinado das chinesas, que fizeram um pódio triplo no último Mundial. A brasileira Érica Sena está nesse grupo. Ela foi sexta colocada na Rio-2016 e quarta nos Mundiais de 2017 e 2019. A colombiana Sandra Arenas também repetiu posições em 2017 e 2019: foi quinta. A portuguesa Ana Cabecinha está no top-8 mundial há um bom tempo e também vem batendo na trave em grandes competições.

Érica de Sena é um dos maiores nomes da marcha atlética no cenário mundial (Foto: Divulgação/CBAT)
Vice-campeã mundial em 2017, a italiana Antonella Palmisano tem a décima melhor marca do ano e está no bolo pela medalha, assim como a espanhola María Pérez, 12ª colocada na classificação da temporada. As japonesas Okada Kumiko e Fujii Nanako foram bem no Mundial de 2019 e, por conhecerem as condições locais, brigam pelo pódio. Por ser prova de rua, uma série de atletas pode surpreender.


MISTO

Revezamento 4x400m misto

Favorito ao ouro: Estados Unidos (USA);

Candidatos à medalha: Jamaica (JAM), Grã-Bretanha (GBR) e Polônia (POL);

Podem surpreender: Alemanha (GER), Ucrânia (UKR), Brasil (BRA), Itália (ITA), Índia (IND) e Bélgica (BEL);

Brasil: Equipe formada por Pedro Oliveira, Anderson Henriques, João Henrique Cabral, Geisa Coutinho, Tábata Carvalho e Tiffani Marinho

O revezamento misto, que estreia no programa olímpico nesta edição, é mais uma prova em que os Estados Unidos são favoritos ao ouro. A equipe foi campeã mundial em 2019 batendo o recorde mundial e tem tudo para baixar ainda mais a marca em Tóquio. Brigando pela medalha, mas que também pode surpreender pelo ouro, está a Jamaica, vice mundial em 2019. Também lutam pelo pódio Polônia e Grã-Bretanha.

Por ser uma prova nova, muitas surpresas podem surgir. Países como Bélgica, Índia e Brasil, finalistas no Mundial de 2019, e Alemanha e Ucrânia, com boas marcas na temporada, farão esforço por um lugar no pódio. Também é bom ficar de olho na Itália, campeã mundial por revezamentos este ano. Bahrein, bronze no Mundial de 2019, não deve ter grandes chances sem sua principal estrela, Salda Eid Naser, punida por violar regras antidoping.

A equipe brasileira foi vice-campeã mundial por revezamentos em maio deste ano, mas perderá muito com a ausência de Alison dos Santos, que optou por não competir na prova para focar nos 400m com barreiras, onde tem maiores chances de pódio. O time será composto por João Henrique Cabral, Pedro Oliveira, Anderson Henriques, Geisa Coutinho, Tábata Carvalho e Tiffani Marinho.

1 Comentários

  1. Por que nestas Olímpiadas as marchas masculinas de 20km e 50km serão em dias seguidos? Nas Olímpiadas anteriores sempre tinha o espaço de uma semana para que um mesmo competidor pudesse disputar as duas provas...

    ResponderExcluir

.

APOIE O SURTO OLÍMPICO EM PARIS 2024

Sabia que você pode ajudar a enviar duas correspondentes do Surto Olímpico para cobrir os Jogos Olímpicos de Paris 2024? Faça um pix para surtoolimpico@gmail.com ou contribua com a nossa vaquinha pelo link : https://www.kickante.com.br/crowdfunding/ajude-o-surto-olimpico-a-ir-para-os-jogos-de-paris e nos ajude a levar as jornalistas Natália Oliveira e Laura Leme para cobrir os Jogos in loco!

Composto por cinco editores e sete colaboradores, o Surto Olímpico trabalha desde 2011 para ser uma referência ao público dos esportes olímpicos, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Apoie nosso trabalho! Contribua para a cobertura jornalística esportiva independente!

Digite e pressione Enter para pesquisar

Fechar