Aos poucos a Vila Olímpica de Tóquio 2020 vai sendo povoada pelos atletas do Time Brasil. Neste sábado (17), o cavaleiro João Victor Oliva, que na sexta (16) foi o primeiro atleta brasileiro a entrar na Vila, passou a ter a companhia do remador Lucas Verthein, de Ane Marcelle e Marcus D’Almeida, do tiro com arco. À noite, ainda chegarão as equipes de esgrima e ginástica artística masculina.
Foi uma longa viagem até a casa dos atletas. O trio só se conheceu no momento do embarque, ainda no Brasil. Dois voos e dois dias depois eles já conversavam como velhos amigos. “Essa foi a viagem mais longa da minha vida”, afirmou Marcus. “Já fui pra Coreia algumas vezes, mas o Japão consegue ser ainda mais longe”, brinca o atleta.
Marcus colocou o Brasil no cenário do tiro com arco ao conquistar a prata nos Jogos Olímpicos da Juventude de Nanquim 2014, mesmo ano em que se sagrou vice-campeão Mundial Júnior. Com apenas 18 anos, o jovem pulou algumas etapas em seu desenvolvimento e diz que não competiu como gostaria nos Jogos do Rio. “Apenas alguns anos depois eu compreendi o que foi a Rio 2016 para mim. Hoje eu entendi o tamanho de tudo aquilo, vi que consegui criar uma identidade e como eu posso usar essa experiência”, analisa Marcus.
Mais maduro e com uma edição olímpica no currículo, Marcus, mesmo com apenas 23 anos, se considera pronto para encarar o desafio mais uma vez. “A maior viagem para o maior propósito da minha vida. Estou aqui pronto para fazer o que eu treinei da melhor forma possível. Foi um longo período de espera depois do adiamento dos Jogos. Mas só penso em coisas positivas e vou pra dentro”, afirma o arqueiro, que vai competir na prova individual e nas duplas mistas, ao lado de Ane Marcelle.
Juntos, Marcus e Ane já conquistaram o ouro nos Jogos Pan-americanos Lima 2019. A carioca de 27 anos é responsável pelo melhor resultado brasileiro da modalidade em Jogos Olímpicos e quer fazer história na estreia das duplas mistas no programa olímpico. “Eu chego a Tóquio muito confiante em trazer uma medalha nessa prova. Pela consistência de nosso treinamento, nós temos a possibilidade”, disse Ane Marcelle.
Com ou sem medalha, a atleta já é uma vitoriosa. “Eu estou muito orgulhosa da minha trajetória. Sou a primeira mulher negra no Brasil a conquistar a vaga olímpica no arco e estou muito emocionada de voltar aos Jogos. Vou fazer bonito! Igual fiz na Rio 2016”, completou a atleta.
Fto: Christian Dawes/COB
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