Últimas Notícias

Campeão olímpico no vôlei, André Heller troca experiências com atletas da seleção sub-19


A noite da última quarta-feira (14) foi de muito aprendizado para os jovens talentos convidados para a seleção masculina sub-19 do Brasil. Os 33 atletas que semanalmente participam de encontros virtuais com a comissão técnica da categoria, desta vez, tiveram a oportunidade de ouvir um pouco da história do ex-central André Heller, campeão olímpico pelo Brasil em Atenas 2004, que hoje atua como gestor do Vôlei Renata (SP) e como consultor. 

No encontro, realizado pela plataforma Webex, participaram 39 pessoas entre atletas, membros da comissão técnica e colaboradores do departamento de seleções da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). André conversou com os participantes por pouco mais de 1h30 parte de sua trajetória na modalidade, e deu dicas importantes sobre como gerenciar a carreira. 

O supervisor da seleção sub-19, Alexandre Ferrante, deu as boas-vindas para André Heller e comentou a importância da troca de experiência entre os novos talentos e personalidades que são referência no voleibol. 

“Nós temos uma preocupação enorme em fazer esses jovens entenderem a importância de servir à seleção do Brasil. É importante esta troca de experiências com grandes nomes da nossa modalidade. Que eles vejam as histórias e entendam que as conquistas vêm a partir de trabalho e dedicação. Agradecemos a sua presença, André, que é um exemplo em nosso esporte”, disse Alexandre. 

André Heller começou a palestra agradecendo o convite e comentou sobre a importância do esporte e de poder contribuir com a própria experiência e deixar um legado para a nova geração do voleibol nacional. 

“Estou muito contente por ter essa oportunidade de conversar com vocês. Fico feliz de poder encontrar o Magoo, que foi meu técnico na reta final da minha carreira de atleta. Vocês não têm ideia com é bom estar aqui hoje. É uma revisita ao passado, encontrar com atletas da seleção de base do Brasil. O esporte é uma plataforma muito importante, que pode ajudar muito em diversos aspectos de nossas vidas”, contou o campeão olímpico. 

André contou sobre a influência do esporte na vida do cidadão e na transformação possível por meio da vida esportiva. Para o ex-central, aprender a gerenciar a própria carreira é um aspecto de primeira necessidade para qualquer profissional, e precisa ser posto em prática desde o início. 

“A gente precisa aprender a gerenciar a carreira desde o primeiro dia. Mesmo com a pouca idade que vocês têm hoje, todos já têm responsabilidades e precisam estar cientes disso desde o começo. Em uma carreira esportiva é preciso amor, comprometimento, dedicação e excelência. São questões que têm tudo a ver com a vida do atleta. Não tem data certa para treinar, todo treino é importante”, explicou o ex-atleta. 

Sobre o início no voleibol, André contou que chegou ao esporte por questões de saúde, mas a paixão foi a força motriz para a evolução na vida esportiva, que o tornou um dos principais nomes dentro de uma geração vitoriosa da modalidade. 

“Eu comecei no esporte por questões de saúde. Nasci de sete meses, e tive asma desde cedo. E com as dificuldades com os problemas respiratórios busquei o esporte. Tentei a natação, o atletismo, mas o que me chamava a atenção era o time de vôlei. Eu ficava assistindo os treinos do time da escola e achava que tinha que fazer parte daquilo. O meu pai tinha jogado e foi treinador. Eu, sentindo que tinha o vôlei no DNA, tentei uma chance”, disse André, que seguiu. 

“Minha primeira convocação, para a seleção juvenil, foi entre 1994 ou 1995. Eu era um dos destaques do Rio Grande do Sul. E encontrei com jovens em destaque de outros estados. Ali eu vi uns caras que já eram craques como o Ricardinho, o Giba e o Gustavo. Atletas que jogavam um nível de voleibol que eu nem sabia que existia, que já jogavam nos times profissionais. Depois de um mês treinando com eles, me falaram que eu era um dos piores atletas que já tinha passado por ali, mas que eu teria uma nova chance por demonstrar tanto amor pelo que fazia. Com isso eu aprendi a ver o lado bom de cada fato. Buscar ser a melhor versão de mim mesmo”, completou o ex-central. 

André destacou a importância do trabalho e da filosofia trazida por Bernardinho à seleção a partir de 2001. 

“O Bernardinho chegou à seleção e ele trouxe a filosofia de que a vontade de treinar tem que ser maior que a vontade de vencer. E treinamos muito, em qualquer local, em qualquer situação. Até em estacionamento de aeroporto. A gente não estava acostumado a fazer aquilo. Ele nos tirou da zona de conforto, mas percebemos que nos desenvolvíamos individualmente e como equipe. Ele nos fez ver que éramos fortes juntos”, contou Heller. 

Para encerrar, André reforçou o recado sobre como os atletas devem se portar durante a carreira para alcançarem os bons frutos. 

“O comportamento é uma escolha. Nós escolhemos trabalhar em equipe, liderar os processos, ter atitudes. E isso deve ser demonstrado com ações diárias, de forma ininterrupta. E essa dedicação nos leva adiante na carreira. A nossa jornada é de aprendizagem constante. Sucesso não é aparecer na televisão, ser famoso, ser campeão, fazer mais de 30 pontos no jogo. Sucesso é algo que sucede, é uma jornada”, encerrou André Heller.

Foto: Reprodução

0 Comentários

.

APOIE O SURTO OLÍMPICO EM PARIS 2024

Sabia que você pode ajudar a enviar duas correspondentes do Surto Olímpico para cobrir os Jogos Olímpicos de Paris 2024? Faça um pix para surtoolimpico@gmail.com ou contribua com a nossa vaquinha pelo link : https://www.kickante.com.br/crowdfunding/ajude-o-surto-olimpico-a-ir-para-os-jogos-de-paris e nos ajude a levar as jornalistas Natália Oliveira e Laura Leme para cobrir os Jogos in loco!

Composto por cinco editores e sete colaboradores, o Surto Olímpico trabalha desde 2011 para ser uma referência ao público dos esportes olímpicos, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Apoie nosso trabalho! Contribua para a cobertura jornalística esportiva independente!

Digite e pressione Enter para pesquisar

Fechar