Em live do COB, campeão olímpico Rogério Sampaio define: “O exemplo é fundamental para exercer a liderança”

Inspirar, dar o exemplo e tirar o melhor de cada um são as principais características de um líder para três lendas do esporte olímpico brasileiro. Com estas definições teve início, na noite desta quarta-feira, dia 1º, mais uma edição da Live Especial do Comitê Olímpico do Brasil (COB). O quarto encontro da série reuniu grandes comandantes de equipes para debaterem o tema "Liderança no Esporte e na Vida". O encontro virtual reuniu um elenco cheio de histórias e conquistas formado por Renan Dal Zotto, prata em Los Angeles 1984 e atual treinador da seleção masculina de vôlei, Rogério Sampaio, diretor-geral do COB e campeão olímpico de judô em Barcelona 1992, Torben Grael, um dos maiores nomes do esporte olímpico do país, dono de cinco medalhas em seis edições de Jogos Olímpicos e atual coordenador-técnico da equipe brasileira de vela. O bate-papo foi mediado pelo coach Antônio Carlos Moreno, ex-atleta de vôlei com participação em quatro Jogos Olímpicos.

“O exemplo é fundamental para você exercer a liderança. Também é a capacidade de inspirar pessoas em torno de algum objetivo”, assim definiu o campeão olímpico de judô Rogério Sampaio. Do discurso para a prática, o atual diretor-geral do COB se deparou com a pandemia do coronavírus. Com ela, o enorme desafio de manter a estrutura da entidade funcionando em novo modelo, além de readequar o planejamento esportivo para os Jogos Olímpicos. “No primeiro momento, nossa maior preocupação foi trazer segurança e tranquilidade para todos os atletas e funcionários do COB. É um trabalho árduo, diário, mas o resultado está sendo bem positivo. Todas as áreas do COB conseguiram fazer entregas importantes”, elogiou Rogério, que destacou a oferta de cursos online e gratuitos dos Instituto Olímpico Brasileiro, com alta participação de atletas. Rogério informou que a atenção agora está voltada para a volta dos atletas aos treinos. Para isso, foi elaborado um protocolo detalhado e em paralelo o COB planeja o envio de uma delegação para treinos na Europa. 

Ao longo do debate, os ex-atletas relataram suas atuações atualmente na linha de frente do esporte nacional neste período inédito de pandemia do Coronavírus.

O velejador Torben Grael entende como poucos sobre a arte de liderar. Depois de entrar para história do esporte com a conquista cinco medalhas olímpicas, se aventurou na vela oceânica, onde comandou tripulações em duas desgastantes corridas de volta ao mundo. “É preciso liderar pelo exemplo. A liderança não se impõe, mas se conquista”, acredita o vencedor da edição de 2011 da regata de volta ao mundo. 

Acostumado a tormentas, o atual coordenador-técnico da equipe brasileira de vela já colocou planejamento na rota correta depois do susto com o coronavírus. Torben elogiou a iniciativa do COB de levar atletas para treinar na Europa e proporcionar o intercâmbio com equipes de outros países e não enxerga tantos prejuízos técnicos para a vela com o adiamento dos Jogos Olímpicos. “É como se tivesse tirado um ano do calendário, mas teremos tudo novamente no ano que vem. Para algumas equipes nossas, que estão em crescimento, será positivo. Outras que estão em um nível muito bom, influencia pouco. O importante é fazermos o trabalho certinho daqui até os Jogos”, apontou Torben.

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Um dos ícones da geração de prata do vôlei nacional, Renan Dal Zotto vem trilhando uma carreira de sucesso também como treinador. Ao assumir o cargo em 2017, se viu diante da difícil tarefa de substituir o multicampeão Bernardinho. Enfrentou o desafio e manteve o alto nível da modalidade. “O líder tem que desenvolver novos líderes, tirar o melhor de cada um todos os dias. Essa é a nossa missão”, enfatizou Renan, que entre afazeres domésticos de sua casa em Santa Cataria, sempre reserva um tempo do seu dia para atualizar o planejamento da preparação da Seleção Brasileira para os Jogos Olímpicos de Tóquio.

“Estamos vivendo um momento único e o mais difícil são as incertezas. Por outro lado, é um momento de aprendizado, de liderar processos e pessoas. Quando os Jogos Olímpicos de 2020 foram adiados, na hora o que me veio à cabeça foi que ganhamos mais um ano de preparação. Nesse tempo de pandemia, toda atenção em cima de cada atleta é fundamental. Hoje estamos praticando a mais alta das definições do esporte, que é saber trabalhar em equipe.”, analisou o treinador.

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