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Leila Sobral revela frustração em não conseguir leiloar medalha para ajudar ONG: 'Vi que uma medalha de prata no Brasil não vale nada'



Em live realizada em nosso Instagram (@surtoolimpico), na última sexta (15), a campeã mundial e vice-campeã olímpica com a seleção de basquete feminino Leila Sobral revelou sua frustração em não conseguir leiloar sua medalha de prata conquistada em Atlanta no valor necessário para a ONG V.A.A (vivendo, amando e aprendendo) que ajuda crianças carentes com câncer. Leila afirmou que as ofertas pela medalha foram muito baixas e a medalha doada para ONG acabou sendo devolvida.

"Ela (a ONG) tentou por vários meses fazer um leilão, procurar compradores, mas infelizmente no Brasil o que vale é nossa memória, pois eu vi que uma medalha de prata não vale nada a não ser pra quem ganhou. As ofertas foram muito poucas e um valor muito baixo, por incrível que pareça. Infelizmente por aqui não conseguimos nem uma oferta que dê pra comprar um fusca, nem sei quanto custa um atualmente, mas foi assim", lamentou.

Leila não entende como ela não foi arrematada, mesmo sendo por uma causa nobre. "A gente fala muito que é a geração do 'mimimi', mas como pode (Ela não ter sido leiloada)? Foi uma atitude que para mim que não custou nada. Para mim, bens materiais ficam e vidas valem muito mais do que uma medalha. Mas eu vi que uma medalha de prata no Brasil não vale nada, porque, se valesse nessa causa tão nobre, ajudar crianças com câncer... mas ninguém ofertou."

Leila também relembrou quando foi questionada na época o porquê de ter doado sua medalha, algo tão valioso para ela. "A minha memória não se apaga, todo mundo sabe que eu fui campeã mundial em 94, 96 fui medalha de prata, o YouTube está aí para quem quiser ver os jogos... O que eu conquistei nunca vai sair da minha memória e de quem gosta realmente de basquete. Não preciso ter uma medalha na parede da minha sala só pra dizer que eu tenho.  A medalha também pode servir para a gente fazer algo de útil para a população, para o ser humano, esse é meu pensamento. Eu não vou ficar beijando medalha enquanto tem alguém do meu lado passando necessidade", disse a ex-jogadora.

Leila ainda afirmou estar disposta a ouvir propostas pela medalha, com o valor todo sendo doado para ONG V.A.A. "Se aparecer uma oferta que seja ao menos decente,eu aceito (vender), pois eu acho que o dinheiro vai ser destinado a uma causa justa", comentou.

A ex-ala-pivô que participou dos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996 e Atenas 2004 também fez uma crítica aos dirigentes que comandam o basquete, dado o pouco aproveitamento das campeãs mundiais e medalhistas olímpicas para ajudar a fomentar o basquete feminino no Brasil.

"Você me perguntou no início da nossa conversa, o que eu estou fazendo e eu tive o privilégio de ser microempresária, anos atrás eu era muito ligada à área espiritual, mas a gente vê jogadoras campeãs mundiais, vice olímpicas... Qual delas você vê a frente de um trabalho no basquete feminino? Eu nunca tive um convite para ajudar, com a Federação (Paulista de Basquete), CBB... Eu acho que a gente é muito esquecida nesse ponto", desabafou ela, que atualmente é dona de uma empresa de cabelos.

Leila também deu uma sugestão: "Eu acho que com a nossa experiência a gente poderia contribuir mais, não só fazendo live ou beijando medalha, mas se engajando em algum projeto, mas a gente é esquecida ao longo dos anos. A Confederação não consegue nos engajar e começa por aí. Somos campeãs do mundo? Então nos coloquem para poder fazer a diferença no basquete. Não só a Paula, não só a Hortência, não só a Janeth, que são baita jogadoras e temos que tirar o chapéu para elas, mas nós também fazemos a nossa parte e também podemos ajudar a nova geração."


Veja o bate-papo completo com a jogadora abaixo:


foto: Reuters

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