Por Marcos Antônio
A Seleção masculina de vôlei comandada por Renan Dal Zotto acabou indo além do que era esperado e chegou a final do mundial, pela quinta vez seguida – Só a antiga Tchecoslováquia tem mais participações consecutivas em finais, seis. Mas acabou encontrando a algoz Polônia, que tinha nos vencido em 2014 e venceu novamente em 2018, em uma atuação bem abaixo do esperado dos jogadores brasileiros no jogo decisivo. Mas o saldo foi positivo, apesar de algumas falhas fortes dessa seleção. Vamos comenta-las agora:
O maior ponto positivo dessa seleção se chama Douglas Souza. O atleta de 23 anos, que acabou virando titular por conta das contusões de Lucarelli e Maurício Borges, chamou a responsabilidade pra si e já deixou de ser promessa, virou realidade. Virou ótimas bolas e foi fundamental na partida contra a Rússia, divisor de águas dessa seleção no mundial. Ele mudou o seu status na seleção e com certeza será nome certo nas próximas convocações
Renan Dal Zotto merece méritos por manter a seleção no mesmo patamar que Bernardinho deixou, mesmo com todo mundo -inclusive quem vos fala - dizendo que a semifinal seria o máximo que eles conseguiriam. Fizeram um jogo crucial contra a Rússia, vencendo de virada após estar perdendo por 2 sets a 0, fazendo mudanças fundamentais para a vitória –apesar de ter feito a besteira de ter jogado uma bola na quadra no meio do tie-break - e foram irretocáveis contra a forte seleção sérvia nas semifinais. Somente na final que o jogo do Brasil, não deu certo, mas o saldo de Renan é positivo, pois conseguiu dar destaque a jovens jogadores da seleção como o já citado Douglas Souza, e os líberos Thales e Maique.
Agora os principais pontos negativos da seleção foram o bloqueio e o saque, muito abaixo do que a seleção costuma apresentar. O bloqueio foi o que decepcionou mais já que sempre tivemos ótimos centrais e dessa vez apenas Lucão se sobressaiu, com Maurício Souza e Isaac bem abaixo do esperado. O saque forçado, que sempre foi uma arma poderosa, falhou em diversos momentos importantes - principalmente na final.
Jogadores fundamentais como Wallace e Lipe renderam pouco, não conseguindo se livrar em alguns momentos da marcação dos adversários, o que por um lado fez a estrela de Douglas brilhar, pouco outro deixou Bruninho sem muitas opções em algumas partidas em os dois não rendiam. Lipe tinha o agravante de que voltava de contusão e fez o que pode, ainda tendo alguns lampejos do seu talento e vibração em algumas partidas. E ao fim da competição já avisou que esse foi o seu último torneio pela seleção. O levantador William Arjona, de 39 anos, que foi um dos nomes da virada contra Rússia, deixou o seu futuro em aberto e pode ser outro que pode se aposentar da seleção.
Saímos do mundial frustrados pelo o título não ter vindo mais uma vez, mas ao mesmo tempo confiantes que o trabalho está sendo bem feito após a saída do Bernardinho. Em 2019 já poderemos usar os ponteiros Leal, cubano que se naturalizou brasileiro, e Lucarelli, recuperado de contusão, o que deixa a nossa seleção muito mais forte. O Grande desafio talvez será encontrar um levantador reserva para Bruninho, mas a Superliga 18/19 deverá mostrar algum nome para Renan para fechar o elenco para o sonhado tetracampeonato olímpico.
Coluna publicada originalmente no site pop bola
foto: FIVB/ Divulgação
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