Temida pelos adversários por sua força ofensiva, a Seleção
Brasileira de futebol de 5 fez jus à fama e marcou 29 gols em seis
partidas no título Mundial conquistado no dia, 17, em Madri.
No entanto, outro setor da equipe também chama a atenção: a defesa.
Se por um lado os atacantes resolvem lá na frente, por outro os
defensores dão a sustentação que a equipe precisa para ter equilíbrio
que todo técnico sonha. Na caminhada até a conquista do penta, o Brasil
levou apenas dois gols, ambos de bola parada. Ou seja, com bola rolando a
meta brasileira não foi vazada nenhuma vez sequer.
“Realmente a defesa do Brasil foi muito bem. Uma das coisas que
implantei quando entrei foi a defesa em bloco. Isso vem do futsal
convencional. Hoje com o nível que está o futebol de 5 o atleta não pode
só atacar ou marcar, os jogadores precisam ter qualidades para fazer as
duas coisas. Hoje nossa defesa defende muito em bloco. O Ricardinho vem
marcar, o Jefinho vem marcar. Tem o Cássio e o Damião que são jogadores
com características de marcação mesmo. Falando dos alas, Guegueu,
Maurício, Tiago, Nonato, todos eles têm qualidade para marcar e atacar.
Então é o que eu digo, é uma defesa em bloco, todo mundo brigando pela
bola, por setor, jogando com a defesa por zona, e que não é fácil para
os outros países entrarem. Sabemos a dificuldade que é para furar o
bloqueio dos outros países quando o jogo está empatado, imagina
perdendo. A defesa é muito importante, e tem o Luan que está muito bem
também. É um conjunto”, explicou Fábio Vasconcelos, técnico da Seleção.
Um dos pilares defensivos da equipe canarinho é o baiano Cássio
Reis. O camisa 5 marcou, desarmou, atacou e foi um dos destaques na
campanha do título brasileiro. Para o fixo, o resultado positivo começa a
ser construído na defesa, que sem levar gols já é meio caminho para a
vitória.
“Para chegar ao resultado positivo, não levar gol no deixa com meio
caminho andado. Aquele time que não toma gol e faz um está com a
vitória na mão. E é com esse objetivo que jogamos, para não tomar gols.
Sabemos que isso pode acontecer, mas se pudermos evitar ao máximo
enquanto o jogo estiver 0 a 0 é perfeito, porque não existe coisa pior
que sair atrás no placar”, afirmou Cássio, que fez questão de frisar que
cada partida é levada a sério, independente do adversário e competição.
“Tem que brigar pela bola que parece perdida, dar aquele gás dentro
da área, tirar aquele cara de perto do gol, então é realmente pra
definir o lance. É fundamental e temos esse foco, que ali atrás não é
lugar de brincadeira e a gente chega realmente pra decidir. Se o jogo
está 0 a 0 e levamos um gol acaba sendo um piano grande que a defesa tem
que carregar. E é justamente tentando evitar esse piano que eu corro
mesmo e realmente dou o gás pra evitar, seja com qualquer time, qualquer
competição, até em amistoso a gente sabe que a defesa é sempre lembrada
quando leva gols, então a gente tem que correr muito mesmo”, disse o
defensor.
Mesmo com a defesa ajustada pode ser que uma ou outra bola passe e
chegue até o gol brasileiro. Sendo assim, seguindo à risca de que um
grande time começa por um grande goleiro, o Brasil pode comemorar. Na
Seleção desde 2013, Luan Lacerda teve atuação de grande destaque na
final do Mundial contra a Argentina. O arqueiro fez defesas importantes,
sendo dois milagres. O primeiro quando o jogo estava 0 a 0 e a outra no
meio da etapa final quando o Brasil já vencia com gol de Ricardinho.
E para o paraibano o bom desempenho e sucesso da defesa brasileira
não tem segredo, é “muito treinamento” e estudo dos adversários.
“Isso é fruto de muito treinamento. No dia a dia treinamos todos os
tipos de posicionamento de acordo com cada adversário que vamos
enfrentar, pois cada um tem seu estilo de jogo. E durante o jogo vamos
organizando e nos adaptando às mudanças que vão acontecendo pela
partida. E a qualidade de nossa defesa ajuda demais, além dos alas e
pivôs que também voltam para recompor o sistema defensivo”, Luan.
Na campanha do pentacampeonato mundial, o Brasil marcou 29 gols e
sofreu apenas dois em seis jogos disputados. Dominou as estatísticas da
competição com o melhor ataque, a defesa menos vazada e o artilheiro da
Copa, Ricardinho com 10 gols.
O próximo compromisso da Seleção será pela VII Fase de Treinamento,
de 18 a 27 de setembro, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São
Paulo, quando dará início à preparação para os Jogos Parapan-Americanos
de Lima, em 2019.
Foto; CBDV
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