O nadador carioca
Douglas Matera, 23, pode ser considerado a personificação do legado dos
Jogos Paralímpicos do Rio 2016. Ele disputou neste final de semana as
provas de natação do Circuito Brasileiro regional Rio-Sul, no Rio
de Janeiro.
Cerca de 390 atletas da região Sul, Rio de Janeiro e Espírito Santo
competiram nestes sábado e domingo no CEFAN, na Zona Norte da capital
fluminense, em busca de uma vaga para as Nacionais, a partir de junho,
em São Paulo.
Douglas é irmão
mais novo do também nadador Thomaz Matera, 27, especialista no nado
medley, um dos integrantes da delegação brasileira nos Jogos
Paralímpicos do Rio 2016. Ambos têm retinose pigmentar, porém Douglas
também tem nistagmo,
que compromete a acuidade da visão, por isso é da classe S13 - Thomaz é
da S12, para atletas com visão mais comprometida.
Douglas, que
representa o IBC-RJ, nadou quatro provas e obteve o índice com
facilidade em todas: 100m borboleta, 50m livre, 100m costas e 100m
livre. E foi campeão em todas em sua classe.
“Confesso que não
esperava conquistar tantos índices, principalmente porque meu intuito
era só treinar natação durante as férias no mestrado, incentivado pelo
meu irmão após os Jogos Paralímpicos do Rio 2016. Mas as férias
terminaram e
eu continuei. Agora vamos ver como serõa as Nacionais”, explicou
Douglas, que compareceu ao Parque Olímpico da Barra todos os dias em que
o irmão competiu durante o Rio 2016.
Nos Jogos
Paralímpicos do ano passado, Thomaz Matera disputou seis provas e chegou
à final nos 100m borboleta, prova na qual disputará na etapa nacional,
assim como o irmão, porém em classes diferentes.
No atletismo, a
etapa Regional Rio-Sul marcou outra estreia surpreendente. Wanderson
Oliveira, da Andef-RJ, um dos mais habilidosos jogadores da Seleção
Brasileira de futebol de 7 (atletas com paralisia cerebral), iniciou sua
carreira no
atletismo neste final de semana. Em duas das três provas rasas que
disputou na classe T38, Wanderson foi campeão. Nos 100m, com 12.10 e nos
400m chegou a 59.61. E ainda conseguiu o índice para as etapas
nacionais. Nos 200m, neste domingo, ele fez 25.11, e só foi superado
por Aser Ramos (RS Paradesporto), com 24.97.
O futebol de 7 não
fará parte do programa dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, por isso,
Wanderson migrou para o atletismo. Os exemplos de atletas que já
trilharam este mesmo caminho são bem positivos. Mateus Evangelista e
Fábio Bordignon
são dois ex-jogadores que passaram para o atletismo e conquistaram
medalhas nos Jogos Rio 2016.
Mateus chegou a
disputar o Parapan de Jovens, em 2009, com a Seleção de futebol, anos
mais tardes, no entanto, passou a se dedicar apenas ao atletismo e, no
Rio, levou a prata nos salto em distância T37. Fábio, por sua vez, atuou
nos campos
até 2014. Com muita dedicação ao atletismo, em pouco mais de um ano
conquistou a prata nos 100m e nos 200m T35 no Rio.
“Não fazia ideia
de como seria minha participação numa prova de atletismo, mas posso
dizer que peguei gosto e vou treinar mais para baixar o tempo, porque no
atletismo nossa briga é com o relógio”, disse Wanderson, após a prova
dos 200m.
Foto:CPB
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