"Planejamento" foi uma das palavras mais utilizadas por Alaor
Azevedo, presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, ao
explicar os bons e históricos resultados alcançados pela modalidade em
2016. E para que o esporte continue o crescimento a passos largos, a
Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) preparou um minucioso
planejamento visando não só o período de 2017 a 2020, quando se terá um
olhar para Tóquio, mas como também de 2021 a 2024.
Tal estudo, que prevê ações em diversas áreas, tem seis pilares muito
bem divididos, mas com ligações entre eles, buscando o desenvolvimento
do tênis de mesa no Brasil. Além disso, procura uma sustentabilidade
econômica da CBTM nos próximos ciclos olímpicos, tendo uma grande
atenção à governança.
"O planejamento foi finalizado com uma perspectiva de desenvolvimento
para os próximos dois ciclos olímpicos. A ideia é que o plano seja capaz
de indicar caminhos para a sustentabilidade econômica da CBTM nos
próximos anos. O Plano Estratégico foi estruturado dentro de seis
pilares principais, a saber: elite internacional e talentos
internacionais, elite nacional, praticantes de lazer, Universidade do
Tênis de Mesa, comunicação, marketing e negócios e governança e gestão",
disse Geraldo Campestrini, da Camper 81, empresa especializada em plano
estratégico e que auxiliou no planejamento da CBTM.
"Elite internacional e talentos internacionais" são as atividades e
ações ligadas aos atletas de alto rendimento olímpico e paraolímpico,
pertencentes à Seleção Permanente e/ou ao Programa Diamantes do Futuro,
enquanto "Elite nacional" forma as atividades e ações voltadas aos
atletas federados e que disputam as competições nacionais organizadas
pela CBTM e respectivas federações estaduais. "Praticantes de Lazer"
procura trabalhar uma plataforma de comunicação, relacionamento e
engajamento dos praticantes de tênis de mesa perante a CBTM e
"Universidade do Tênis de Mesa" reúne todas as ações relacionadas com a
formação de treinadores, árbitros, gestores, federações e clubes ligados
ao tênis de mesa. "Comunicação, Marketing e Negócios" aborda as
relações da CBTM com as plataformas de comunicação e "Governança e
Gestão" estabelece e valida os avanços da CBTM em relação aos processos,
aos indicadores de desempenho e à governança da entidade.
Com a crise financeira pela qual o Brasil passa, ainda é incerto o que
vai acontecer em relação aos investimentos no esporte, que podem sofrer
uma grande diminuição. Porém, o plano desenhado pela CBTM visa uma
adequação dos projetos em relação a diversos cenários orçamentários,
obedecendo a necessidade e urgência de cada um.
"No planejamento, ficaram definidos os projetos prioritários ante os
cenários de captação de recursos. Portanto, as principais atividades da
CBTM podem sofrer pequenos ajustes para se adequar a uma eventual
redução orçamentária. Assim, o plano foi desenhado com base em cinco
cenários financeiros possíveis, partindo de uma perspectiva realista até
a otimista, que pode ser alcançada dentro de 3 ou 4 anos, conforme a
boa execução do que foi planejado. Os projetos estruturantes foram
escalonados por etapas, de acordo com definição de importância e
urgência e, portanto, serão executados conforme o ingresso de novos
recursos", disse Geraldo, que falou ainda sobre o fato de o ano de 2017
ser o começo do ciclo olímpico:
"O que mais prejudica um planejamento com o olhar de longo prazo, como é
o caso deste que foi feito para a CBTM, são estas incertezas em relação
aos aspectos financeiros no curto prazo. Como o desenvolvimento de um
plano exige tempo para a sua plena maturação, a definição de alguns
projetos-chave tende a desencadear a viabilidade de outros, o que
permitirá a busca de sustentabilidade econômica no futuro, minimizando a
dependência dos recursos públicos".
A temporada 2017 começa com a missão de melhorar a de 2016, que foi bastante positiva para o tênis de mesa brasileiro.
"Certamente os resultados esportivos colaboram com a aplicação do
planejamento estratégico. Na realidade, estes resultados ilustram o bom
trabalho de gestão da modalidade desenvolvido pela CBTM nos últimos
anos, o que culminou com a qualificação do treinamento e o intercâmbio
internacional da equipe brasileira para torná-la competitiva em âmbito
global. A continuidade dos resultados esportivos tende a facilitar a
execução do planejamento estratégico, catalisando a sua aplicação",
afirma.
Foto: Divulgação
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