A equipe masculina da seleção brasileira disputa, a partir de domingo
(28), a segunda divisão do Mundial por Equipes, em Kuala Lumpur, na
Malásia. Segundo o técnico Jean-René Mounie, apesar do time ter nível
para estar na elite, o desafio será grande e seus comandados precisam
ter muito foco e regularidade.
“Não espero nada dos adversários, foco somente no nosso jeito de jogar.
O Hugo vai precisar ser regular, o que não vai ser fácil nesse nível.
Espero que o Tsuboi possa jogar em suas melhores condições e também
estou esperando o melhor nível do Thiago e do Cazuo”, afirmou o
treinador.
O time faz parte do grupo E, que também é composto por Irã, Bélgica,
Holanda, Tailândia e Canadá. Para o francês, mesmo sem as principais
potências da modalidade, a competição proporcionará confrontos
complicados em todas as fases.
“Acredito que o nível da segunda divisão é bem melhor do que os anos
passados. Para confirmar é só ver os países, vários sempre jogaram a
primeira, como Hungria, Sérvia e Espanha. Várias outras equipes também
são perigosas, como Egito, Índia, Nigéria e Irã”, enumerou.
Como disputou a primeira divisão em 2014 e tem dois jogadores no top
100 (Calderano e Tsuboi), esperava-se que o Brasil estivesse novamente
na elite do tênis de mesa mundial na Malásia. Contudo, a entrada dos
anfitriões e o ranking mundial por equipes (comparação do ranking
individual dos três primeiros colocados de cada país) resultou na
disputa do segundo torneio.
“Participar da segunda divisão muda bastante as coisas. Acredito, como
muitas pessoas, que temos nível para jogar a primeira divisão.
Infelizmente o sistema de classificação da ITTF nos deixou de fora e a
própria entidade reconheceu que atualmente não tem muita lógica, tanto
que mudou o sistema para o próximo Mundial”, ponderou Jean-René.
Mesmo lamentando, o francês faz questão de ressaltar que a seleção
agora precisa focar na mesa e tem condições de ir longe, mesmo diante
dos fortes adversários.
“Além disso, acho importante também não fugir da nossa
responsabilidade: conhecíamos o sistema e infelizmente não conseguimos.
Então agora temos que encarar a responsabilidade de tentar ganhar a
segunda divisão, que vai ser uma missão difícil”, declarou.
Como estão no meio da temporada europeia, onde disputam as Ligas Alemã
(Calderano e Tsuboi), Polonesa (Cazuo) e Francesa (Thiago), a preparação
para o Mundial seguiu o ritmo dos treinamentos cotidianos. Dos quatro
componentes da equipe, somente Gustavo é alvo de cautela, pois acaba de
se recuperar de uma lesão no cotovelo.
“Tsuboi estava machucado há alguns meses, voltou a treinar em janeiro,
mas ainda não sabemos totalmente sua capacidade de propor o melhor nível
dele, também por causa da parada. Ele voltou a jogar pela Liga Alemã no
último domingo e mesmo perdendo para o Walker, vi várias coisas bem
positivas”, elogiou Mounie, sobre a partida contra o britânico Samuel
Walker (159º).
Restando cerca de cinco meses para a disputa dos Jogos Olímpicos no
Rio, o técnico da seleção destaca o espetacular resultado do Pan é
positivo, mas o Mundial servirá principalmente para observar cada
desempenho em condições ainda mais difíceis.
“É verdade que conseguimos demonstrar hegemonia no Pan, mas o nível do
Mundial é diferente. Vai ser interessante poder avaliar nossa capacidade
de sermos regulares e olhar como cada jogador vai conseguir crescer
durante o evento. Vamos ter muitos jogos, será importante propor o
melhor no momento chave, evoluir a cada dia”, concluiu.
Foto: Divulgação
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