Para alcançar a ousada meta de subir ao pódio olímpico pela
primeira vez, a canoagem slalom brasileira aposta em duas frentes: a
vantagem de ter à disposição a estrutura do Estádio Olímpico de Canoagem
Slalom e o talento dos jovens integrantes da equipe, especialmente Ana
Sátila, no K1 feminino.
Em 2013, a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) traçou um
planejamento que vislumbrava a possibilidade de três finais entre as
quatro possíveis e até duas medalhas. De lá para cá, os resultados dos
canoístas do país no cenário internacional mostraram que Sátila é a
maior aposta para chegar ao pódio.
“É uma meta extremamente ousada para um esporte sem tradição no país.
Foi embasada no crescimento técnico dos atletas e diante do fato de que
nos Jogos Olímpicos participam apenas uma embarcação por país em cada
categoria”, afirma Argos Rodrigues, superintendente da CBCa.
De acordo com o planejamento da confederação, os atletas precisariam
frequentar as semifinais dos eventos internacionais ao longo de 2014 e
2015. Quem mais conseguiu foi justamente Ana Sátila, no K1 feminino.
“Isso nos deixa esperançosos para a sonhada medalha olímpica, até porque
no evento-teste realizado no Rio, ela conseguiu o surpreendente segundo
lugar na fase classificatória”, aponta Argos.
No evento-teste, Ana Sátila foi a melhor brasileira, terminando a
competição na sexta posição. A atleta foi só elogios ao novo circuito e
está morando no Rio a fim de treinar o máximo possível na pista que
receberá os melhores do mundo nos Jogos Olímpicos.
“Já é a minha pista favorita no mundo inteiro. É técnica e forte.
Estou feliz por tê-la em casa. Para nós brasileiros vai ser excelente”,
diz Ana Sátila, admitindo que os atletas da casa poderão levar certa
vantagem por conhecer a instalação. “A gente mora aqui, pode vir todos
os dias. É nossa casa e temos toda a oportunidade do mundo de treinar e
ter essa vantagem.”
Mesmo com responsabilidade nos ombros, a jovem de 19 anos, que
participou dos Jogos de Londres 2012 como a caçula da delegação,
corrobora as expectativas da CBCa e fala da medalha com otimismo. “É o
meu objetivo desde pequena. Agora, por ser na minha casa, vou lutar com
todas as forças. É o meu sonho e vou conquistá-lo”, afirma a canoísta.
Única atleta da modalidade já classificada diretamente para os Jogos
no K1 feminino, ela foca agora somente na preparação para o evento. Em
março, os atletas brasileiros das outras categorias participam de uma
seletiva nacional, onde os melhores vão ser convocados para representar o
país em competições internacionais. Depois, eles disputam três etapas
da Copa do Mundo da modalidade, na Itália, na Espanha e na França. Quem
tiver a melhor média de resultados estará nos Jogos Olímpicos. O Brasil
terá quatro embarcações e cinco atletas na canoagem slalom: um no K1
masculino, uma no K1 feminino, um no C1 masculino e dois no C2
masculino.
Foto: Brasil 2016
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