A Copa do Mundo de Saltos Ornamentais chegou ao fim na última quarta-feira (24) com avaliação considerada positiva por atletas,
Comitê Organizador Rio 2016, Federação Internacional de Natação (FINA) e
Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do
Ministério da Justiça (Sesge-MJ). Foram seis dias de competição no
Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro, envolvendo 217 saltadores
de 46 países.
Com mudanças drásticas de temperaturas, atletas saltaram em
diferentes situações de sol e chuva. Quedas de energia forçaram a
organização a dar uma resposta imediata e as forças de segurança puderam
trabalhar pela primeira vez dentro da instalação, de forma parecida à
atuação prevista para os Jogos de 2016.
“Foi um evento-teste interessante por várias razões. Primeiro para
que os saltadores se adaptem à piscina descoberta, e depois a todas as
situações que vieram das condições climáticas. Eles puderam passar por
diferentes momentos, mas ao fim o importante é que o esporte prevaleceu.
Acredito que os saltadores estão se familiarizando com as condições
climáticas e, em agosto, tomara que tenha menos chuva”, afirmou o
diretor executivo da FINA, Cornel Marculescu.
Além das 88 vagas olímpicas em jogo, atletas consideraram a
competição fundamental para a preparação para os Jogos. “Aprendemos
sobre a imprevisibilidade do tempo, saltar em local aberto, na chuva.
Você não sabe o quão forte vai estar a chuva, mas é muito importante
competir assim, porque ao voltar em agosto podemos ter a mesma situação e
estaremos preparados”, disse o norte-americano Steele Jonhson, após
garantir vaga olímpica na plataforma de 10m sincronizado para os Estados
Unidos no domingo (21.02), dia em a prova chegou a ser interrompida por
40 minutos em função de ventos e raios.
“Foi tudo bem, um excelente treino. Acho que o clima será diferente
em agosto, mas para o lado bom. O vento e a chuva fazem com que os
saltos fiquem mais perigosos. Todos nós fazemos saltos complexos e
podemos ter um acidente”, disse o mexicano Iván García.
“Fiquei um pouco nervosa no início, mas tudo fica bem depois que nos
familiarizamos. Por isso, chegamos cedo para as competições, para nos
acostumar. A energia poderia melhorar um pouco, mas acho que foi tudo
bem”, disse a canadense Jennifer Abel, bronze no trampolim de 3m.
Abel se refere ao problema ocorrido nos três primeiros dias (sexta a
domingo), quando o mau tempo acarretou falhas de energia de 40 minutos a
uma hora e meia no Maria Lenk. O essencial da competição não foi
prejudicado, já que há um gerador que atende especificamente a área de
disputa, incluindo refletores e sistema de resultados, mas o telão que
exibe as notas –e é usado com referência para os atletas e para o
público – parou de funcionar. A sala de imprensa também ficou no escuro.
De sábado para domingo, o Comitê Rio 2016 providenciou um reforço de
energia. O diretor de Gestão de Instalações, Gustavo Nascimento,
explicou que o sistema será totalmente diferente durante os Jogos, com
duas linhas de alimentação independentes só para o Parque Olímpico.
Outros testes
Gustavo Nascimento considerou positivo o teste de área de competição e
destacou a chance de observar o trabalho de outras áreas importantes
para a organização. Foi o primeiro evento do Parque Olímpico da Barra
aberto ao público, com venda de ingressos pela internet e na bilheteria.
“Fizemos realmente um teste na infraestrutura que fica atrás da torre
de saltos e a torre como um todo, com voluntários da área de esporte.
Isso foi positivo. A gente pôde aprimorar um pouco mais o treinamento
das áreas de atendimento ao espectador, mas não que tenha sido ruim. Uma
pesquisa independente fez uma avaliação com espectadores. No sábado e
no domingo, mais de 80% tiveram as expectativas atendidas ou superadas”,
informou.
Forças de segurança
A Copa do Mundo de Saltos Ornamentais foi também o primeiro
evento-teste com presença de segurança pública dentro da instalação.
Além dos 274 homens da Força Nacional espalhados pelo Maria Lenk, houve
atuação de diversos órgãos na área externa, como as polícias civil,
militar, federal e rodoviária federal, além de bombeiros, Guarda
Municipal e companhia de trânsito. A revista na entrada do parque
aquático - ainda sem os detectores de metais e mesas de raios-x – foi
rígida, para evitar a entrada de itens proibidos, e foi acompanhada por
20 homens do Departamento Penitenciário Nacional.
“A Força Nacional fez a supervisão e tinha como papel a preservação
da segurança no campo de jogo, de atletas, árbitros, público, além da
segurança patrimonial. A atuação foi forte para não deixar entrar
objetos não permitidos. Não houve incidentes, apenas uma equipe de
comunicação que tentou usar um drone, mas foi rapidamente abordada, sem
transtornos. Consideramos que foi muito positivo, mas na segurança não
há conforto, sempre há o que melhorar”, disse o secretário
extraordinário de Grandes Eventos do Ministério da Justiça, Andrei
Rodrigues.
Ele acrescentou que o espaço aéreo foi controlado e que foram
identificados os helicópteros que sobrevoaram o Maria Lenk causando
forte barulho em alguns dias de competição. Andrei também reforçou que a
restrição do espaço aéreo, que ainda não foi implementada no
evento-teste, será importante nos Jogos Olímpicos.
“Foi bom ter a Força Nacional aqui, estreitar essa parceria que vem
sendo presente, mas até então só no papel. É a primeira vez que a gente
entrega um evento junto”, acrescentou Gustavo Nascimento.
A Força Nacional voltará a atuar nos eventos-teste de ginástica
artística, também no Parque Olímpico, de 16 a 22 de abril, e de
atletismo paralímpico, no Engenhão, de 18 a 21 de maio.
Foto: Brasil 2016
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