Em grande parte dos esportes paralímpicos, o Brasil já tem vaga
assegurada nos Jogos de 2016 por ser país-sede. No halterofilismo,
contudo, os anfitriões não terão vantagem em relação aos adversários.
Desde o Mundial de abril de 2014, em Dubai, e até o dia 29 de fevereiro,
quando será fechado o ranking do Comitê Paralímpico Internacional (IPC,
na sigla em inglês), todos os atletas somarão pontos em busca da
classificação para o Rio de Janeiro.
No feminino, as seis melhores da listagem estarão automaticamente
convocadas. Entre os homens, a classificação será dos oito mais bem
colocados em cada categoria. Além dessas vagas, o IPC ainda irá oferecer
20 convites, após avaliar os pedidos feitos pelos países. Cada
delegação poderá ser representada por um atleta em cada uma das vinte
categorias (dez no masculino e dez no feminino).
“Nossa expectativa é ao menos igualar a campanha de Londres, quando
classificamos cinco atletas. Esse é o mínimo, nossa meta por baixo”,
adianta Felipe Dias, coordenador do halterofilismo no Comitê Paralímpico
Brasileiro (CPB). “É difícil projetar um número por conta dos convites
disponíveis. A gente pode pleitear dez e conseguir cinco ou nenhum. Pelo
ranking, vamos tentar ao menos igualar a marca de cinco atletas”,
explica.
Para Felipe, o Brasil tem mais chances de conseguir a classificação
por pontos nas categorias até 54kg, 80kg e até 107kg no masculino, e até
45kg e 86kg no feminino, esta última que já rendeu um bronze para
Márcia Menezes no Mundial de Dubai. Subir ao pódio no Rio de Janeiro,
contudo, seria superar todas as expectativas.
“Nossa meta é igualar o melhor resultado, que foi um quarto lugar em
Atenas-2004 (com Alexsander Whitaker). A quantidade de concorrentes
aumentou muito nos últimos anos, então o halterofilismo é cada vez mais
difícil. Uma medalha seria a revolução do esporte no Brasil”, considera o
coordenador. “Em 2014, tivemos a medalha da Márcia no Mundial, e uma
nas Paralimpíadas viria abrilhantar todo o trabalho que temos feito”,
avalia.
Ouro nos Jogos Parapan-Americanos de 2015, Maria Rizonaide espera
competir em solo carioca e subir de novo ao pódio. “Estou treinando para
levantar 96kg e brigar por uma medalha em 2016”, avisa a atleta, que
tem acondroplasia (nanismo) e compete na categoria até 50kg. Até o
momento, sua melhor marca é de 79kg. No Canadá, o topo do pódio foi
conquistado após a brasileira erguer 73kg. “Em 2016 vou me dedicar ainda
mais”, garante. O Brasil conquistou oito medalhas no halterofilismo do Parapan, sendo três de ouro, uma de prata e quatro de bronze. Na edição do Rio, em 2007, foram cinco pódios.
Foto: CPB
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