A
noite do sábado (24) foi muito especial para três dos maiores
nomes do voleibol brasileiro. Em uma cerimônia realizada na pequena
cidade de Holyoke, nos Estados Unidos, berço da modalidade, Renan Dal
Zotto, Fofão e Bebeto de Freitas foram incluídos no Hall da Fama e se
juntaram à lista que conta com mais de 120 personalidades que
contribuíram para o desenvolvimento deste esporte.
Renan
Dal Zotto, que estreou na seleção brasileira aos 16 anos e hoje
trabalha como diretor de Seleções da Confederação Brasileira de Voleibol
(CBV). O gaúcho de São Leopoldo confessou que nunca imaginou que
receberia tal homenagem e relembrou um pouco do passado como jogador.
“Estou
muito feliz de estar aqui e me ver ao lado de tanta gente importante
para o voleibol. Nunca pensei que isto poderia acontecer. Eu tive a
oportunidade de jogar na companhia de grandes atletas, incluindo meu
grande amigo Bebeto (de Freitas). Nos anos 80 nós fomos os primeiros
brasileiros a conquistarmos uma medalha nos Jogos Olímpicos de Los
Angeles 1984. Neste momento, sei que estou representando cada um
daqueles que estiveram comigo e quero que eles se sintam honrados e
celebrem da mesma forma que eu. Com aquela geração conquistamos muitas
coitas, tivemos vitórias e derrotas, provavelmente mais derrotas que
vitórias. Mas estou certo de que sempre que entrávamos em quadra era
para dar o nosso melhor”, disse o ex-ponteiro que fez parte da geração
de prata.
Bebeto
de Freitas, que foi o treinador a levar o Brasil à primeira medalha
Olímpica no voleibol, comentou que o sentimento ao receber a homenagem
foi de missão cumprida. Ele, que além de técnico também teve passagens
pelo Atlético Mineiro e Botafogo como dirigente, ficou emocionado em ver
que a partir de agora estará lado a lado dos ídolos na memória do
esporte.
“Depois
de visitar o Hall da Fama hoje eu tive uma surpresa agradável e me
senti honrado e com a sensação de que fiz o meu trabalho. Em seguida,
tive outro sentimento, o de responsabilidade. Aqui vi muitos dos meus
ídolos, jogadores que joguei junto, joguei contra. Não sei quantas vezes
eu os vi jogar em meus sonhos, técnicos que me inspiraram e
influenciaram o meu modo de entender o voleibol. Hoje eu tive a mesma
honra que que muitos dos meus heróis tiveram antes de mim”, disse
Bebeto.
Completando
o trio de brasileiros homenageados, a ex-levantadora Fofão lembrou das
três décadas que se dedicou ao esporte. Ela, que foi a primeira atleta
de voleibol a disputar cinco edições dos Jogos Olímpicos (1992, 1996,
2000, 2004 e 2008), também se emocionou ao lembrar do pai, quem a campeã
olímpica considera o maior incentivador.
“Estou
vivendo um dos maiores momentos que um atleta pode almejar na vida.
Quando comecei a jogar voleibol não sabia onde iria chegar. E agora,
analisando tudo que fiz, é incrível ver onde estou. Foi um caminho longo
e recheado de adversidades, mas todos os desafios valeram a pena. Nunca
pensei que me dedicaria por 30 anos a este esporte e que por 17 anos
vestiria a camisa da seleção brasileira. Eu vivi todos os tipos de
emoções: eu ri, eu chorei, me lesionei, gritei e, principalmente, eu me
diverti. Meu pai, o Seu Sebastião, me apoio sempre. Infelizmente não
está mais aqui, mas me incentivou ao longo de toda a minha carreira, e
acreditou em mim mais que eu mesma. Dizia que eu só não venceria se não
quisesse. Cresci acreditando nisso e sei que ele está orgulhoso de onde a
filha dele chegou”, declarou Fofão.
O
ex-levantador Lloy Ball, campeão olímpico com os Estados Unidos em
Pequim 2008 completou a turma de 2015 de personalidades conduzidas ao
Hall da Fama.
Criado
há 30 anos, o Hall da Fama homenageia os grandes nomes do voleibol e
atualmente conta com 125 personalidades entre atletas, técnicos e
dirigentes que contribuíram para o desenvolvimento da modalidade. O
Brasil é o terceiro país com o maior número de 12.
Além de Renan Dal Zotto, Fofão e Bebeto de Freitas, outros nove brasileiros compõem a lista de personalidades eternizadas: Bernard
Rajzman em 2005, Jaqueline Silva em 2006, Carlos Arthur Nuzman em 2007,
Ana Moser em 2009, Adriana Behar e Shelda em 2010, Maurício Lima em
2012 e Nalbert Bitencourt e Sandra Pires em 2014.
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