Nenhum outro hino nacional foi mais tocado na temporada 2015 do
Circuito Mundial do que o do Brasil. Após ouro e prata no torneio
feminino, Alison e Bruno Schmidt (ES/DF) conquistaram o título do Major
Series de Gstaad, na Suíça. O capixaba e o brasiliense confirmaram a boa
fase após a conquista do Campeonato Mundial e venceram Aleksandrs
Samoilovs e Janis Smedins, da Letônia, por 2 sets a 1 (21/16, 13/21 e
15/10), em 44 minutos.
Esta é a 19ª medalha de duplas do Brasil no Circuito Mundial,
contabilizando os dois naipes. São 10 ouros, cinco pratas e quatro
bronzes (veja a lista completa abaixo). De quebra, Alison atinge uma
importante marca entrando para o top 10 dos maiores vencedores de etapas
internacionais. ‘Mamute’ chegou ao 17º título, ultrapassando de uma vez
duas lendas das areias, Harley e Franco Neto, e ficando na nona
colocação.
Na lista dos dez maiores vencedores de etapas da Federação
Internacional de Voleibol (FIVB), apenas dois atletas não são
brasileiros. Os norte-americanos Phil Dalhausser (3º) e Todd Rogers (5º)
figuram na relação. Maior vencedor do esporte, o campeão olímpico
Emanuel lidera o ranking com 77 títulos conquistados na carreira.
"O plano é manter o foco no nosso objetivo principal, pensando
torneio a torneio. Muito mais do que pensar sobre o que pode acontecer,
estamos pensando em jogar bem e fortalecer nosso time cada vez mais.
Temos conseguido fazer isso, realmente dá muito gosto de jogar dessa
maneira", declarou Bruno Schmidt após a vitória.
O ouro deste domingo, obtido com a ajuda de 10 bloqueios de Alison,
faz com que a dupla receba uma premiação de 57 mil dólares e 800 pontos
no ranking do Circuito Mundial 2015. Eles também sobem na corrida
olímpica brasileira por uma vaga em 2016.
A liderança segue com Pedro Solberg e Evandro (RJ), com 2.840 pontos,
seguido por Alison e Bruno Schmidt, com 2.320 pontos, ultrapassando
Ricardo e Emanuel (BA/PR), que somam 2.160 pontos.
Desde o momento em que pisaram em quadra para realizar o aquecimento,
Alison e Bruno transmitiam muita energia e empolgação. A mesma
apresentada exatamente há uma semana atrás, quando conquistaram o título
do Campeonato Mundial, na Holanda. Os brasileiros começaram bem a
partida contra os letões Aleksandrs Samoilovs e Janis Smedins
apresentando um voleibol sólido e abriram 3/0 logo nos primeiros
minutos.
Alison começou seu show particular no bloqueio e ampliou a vantagem
para 12/8. Em mais um bloqueio de ‘Mamute’, que levantou a torcida, o
país alcançou a maior diferença no placar até então, com 14/10. Em
desvantagem, os adversários passaram a apostar em largadas curtas, mas
Bruno Schmidt, ligado na defesa, frustrou a tática dos letões. Em mais
um ataque fulminante de Alison, a dupla fechou a primeira etapa em
21/16.
Experiente, o time da Letônia retornou para o segundo set com uma
proposta mais ofensiva. Com Smedin lendo melhor o tempo de bola de
Alison, o time europeu abriu 6/1. Diante do alto volume de jogo
adversário e com 9/3 no placar, Alison e Bruno recorreram ao tempo
técnico para readquirir a sintonia do primeiro set. Mas ao mesmo tempo
em que a parceria buscava atacar Samoilovs e Smedin, o time de vermelho
se mantinha firme na rede. Em dois bloqueios seguidos abriu 18/9, até
finalizar em 21/13 e levar a decisão para o set desempate.
Assim como na decisão do Mundial da Holanda, Alison e Bruno Schmidt
cresceram de produção no tie-break. Em um bloqueio gigante de Alison a
dupla alcançou 4/0 - vantagem ampliada para 6/1 em novo bloqueio de
Mamute. Jogando com inteligência, os campeões do mundo frearam a
tentativa de reação dos letões. Empolgado com a presença dos familiares
em Gstaad, Schmidt mostrou porque foi eleito o melhor atacante do
planeta e consolidou o título para o Brasil. O ponto do jogo seria
anotado pelo brasiliense, em uma bela paralela.
"No segundo set realmente senti o cansaço, o vento atrapalhou também,
mas foi um campeonato desgastante, de superação, e realmente faltou
perna. O Bruno me colocou para cima, e isso foi importante para o
tie-break. Conseguimos começar com força total e nos superamos. A
carreira do atleta é isso, superação em todos os momentos. Só tenho a
agradecer ao Bruno e à comissão técnica pelo excelente trabalho",
ressaltou Alison.
De acordo com Bruno Schmidt, a alta sequência de partidas realizadas
ontem, incluindo dois confrontos contra times brasileiros, desgastou
fisicamente a parceria, mas ao mesmo tempo fortaleceu para a
continuidade da competição.
"Quando caímos na repescagem, sabíamos que seriam três jogos em
sequência. Isso foi muito desgastante. E quando vimos que teríamos dois
confrontos contra Brasil, a exigência foi ainda maior. São times que se
conhecem muito e o nível do voleibol brasileiro é muito elevado. Se
passássemos por eles, estaríamos muito fortes no decorrer do campeonato.
E foi isso que aconteceu. Nosso trabalho surtiu efeito e conseguimos
fazer um excelente domingo. Nada pode ser mais satisfatório para um
atleta" lembrou Bruno Schmidt.
Foto: FIVB
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