Flávia Saraiva tem apenas 15 anos e uma rotina que surpreende quem vê a
menina, de apenas 1,31m e uma vontade de brilhar gigante. A ginasta
encara uma verdadeira maratona todos os dias, o que aponta como uma das
explicações pelo crescimento dentro da modalidade e a conquista de três medalhas nas Olimpíadas da Juventude,
em Nanquim, na China. Destaque da nova geração, a carioca sonha com os
Jogos de 2016, no Rio de Janeiro, e tem a fórmula definida para
conseguir se destacar entre a concorrência, o que trata com uma
naturalidade de quem já entende bem a vida de atleta de alto rendimento.
- Tenho que treinar mais, mais do que todas, porque é assim: quem
treina mais é quem consegue. Quem não treina, hoje pode estar bem, mas
amanhã não está, a gente nunca sabe o dia de amanhã. A pessoa sempre tem
que treinar mais e mais, e nunca pensar pouco: ah, meu treinador deu
menos, não vou pedir mais. Nunca tem que desanimar porque o treinador
desanimou ou pediu menos. A gente sempre tem que estar firme e forte -
disse a menina.
As três medalhas conquistadas na China (prata no individual geral, a
prata na trave e o ouro no solo) motivaram ainda mais a ginasta, que
dedica pelo menos seis horas do dia aos treinos. Flavinha treina pela
manhã, estuda à tarde, e encara mais uma etapa de treinos após as aulas.
A rotina é puxada, nada que desanime a menina, apaixonada pelo esporte.
Essa paixão, aliada ao desejo de brilhar, ajuda a explicar a ascensão
da menina.
- Para você ser um atleta de alto nível, tem que se entregar de corpo e
alma. Tem que fazer o que você gosta, porque quando você não gosta, não
chega ao alto nível - disse.
O treinador Alexandre Carvalho se emociona ao ver o crescimento da
ginasta. Treinador da menina há quatro anos, ele ajudou Flavinha, apesar
da pouca idade, a entender os sacrifícios que o esporte exige de quem
sonha em chegar ao topo.
- A Flávia deu um salto muito grande na carreira dela nos últimos anos.
Há um tempo atrás, competia campeonato B, que é um campeonato em um
nível não tão forte, e de um ano para outro começou a se destacar,
competir campeonatos brasileiros A, sendo campeã, subindo sempre no
pódio. Para o Brasil foi muito bom porque o Brasil ganhou uma atleta.
Ela teve uma evolução muito grande. Não tem muito segredo, ela tem que
querer mais que as outras atletas, tem que trabalhar mais que as outras
que ela pode conseguir se destacar - considerou.
Gerente de Planejamento Esportivo do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), a
ex-atleta Adriana Behar destaca o resultado de Flavinha e de outros
brasileiros nos Jogos da Juventude, que reuniu atletas com idades entre
15 e 18 anos - o Brasil voltou com seis medalhas de ouro, oito de pratas
e uma de bronze. Muitos nomes eram promessas apenas para 2020 e podem
aparecer já na próxima edição dos Jogos, em 2016.
- Os Jogos Olímpicos de Nanquim trouxeram números importantes para o
COB. O desempenho não garante resultado em 2016, são jovens com foco
para 2020, 2024, mas com certeza vários atletas que participaram poderão
estar em 2016, participando da delegação brasileira - afirmou.
Foto: Reprodução
Fonte: SporTV.com
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