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Treinos da seleção de badminton no Piauí unem alto rendimento e pesquisa científica


Teresina é conhecida como a capital da raquete e da peteca no Brasil. Celeiro de jogadores de badminton, a capital piauiense recebeu pela primeira vez ao mesmo tempo os jogadores das seleções brasileiras júnior, principal e de parabadminton para período de aperfeiçoamento técnico. Dentro do campus da Universidade Federal do Piauí, os atletas têm acesso a uma das melhores estruturas da América Latina exclusivamente para a prática da modalidade dentro do Centro de Excelência de Badminton.

Os 16 convocados vivenciaram no Piauí um trabalho que uniu o esporte de alto rendimento e a  pesquisa científica aplicada ao badminton. Após quase um mês de treinamentos, o período de preparação terminou no domingo (10.02). Nesta semana, entre os dias 14 e 17 de fevereiro, os jogadores disputam o primeiro desafio do ano: o Campeonato Pan-Americano por equipes, em Lima, no Peru.

Em Teresina, a primeira semana foi de avaliações médicas e físicas. Depois, os jogadores passaram a realizar os trabalhos dentro de quadra visando a evolução técnica para as principais competições da temporada 2019.

"É difícil ter um esporte que consegue trabalhar as três categorias ao mesmo tempo. Geralmente, são usados polos diferentes para trabalhos com diferentes tipos de atletas. Estamos felizes com a experiência, pois já observamos a evolução dos jogadores. Estamos aplicando a ciência do esporte internamente. Temos a sala de ciência, onde testes são realizados na área de pesquisa aplicada. A ação é promovida pela universidade, que faz o trabalho em parceria conosco", disse o presidente da Confederação Brasileira de Badminton, Francisco Ferraz de Carvalho. 

O piauiense Fabrício Farias é símbolo da nova geração. Representou o país nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2018, em Buenos Aires, na Argentina. Agora, aos 18 anos, subiu da equipe de base para a seleção adulta. Os treinamentos no Centro de Excelência são os primeiros dele na seleção principal. Segundo Fabrício, a estrutura na universidade é um estímulo para continuar na trajetória do esporte.

"Comecei a praticar o badminton em quadras adaptadas aqui em Teresina. Antes, a gente não tinha nem perto dessa estrutura. Temos tudo para crescer muito dentro do esporte com os treinamentos aqui no CT", projetou. O Governo Federal investiu R$ 4,9 milhões na instalação esportiva do Centro de Excelência, um dos legados dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. O ginásio conta com seis quadras nas dimensões oficiais, arquibancada para 500 pessoas, academia, departamento médico, alojamento, refeitório, cabines para imprensa e espaço administrativo.

"Temos ainda uma área só para nutrição e outra para fisioterapia, com todos os equipamentos necessários para atender os atletas. A gente também tem um espaço que consegue hospedar ao mesmo tempo 12 atletas, com máquina de lavar roupa, refeitório e cozinha. Pensamos em uma estrutura para o atleta não precisar gastar com hotel e ter um descanso imediato dentro do próprio ginásio, sem necessidade de deslocamentos. Incluímos também a sala de administração, de transmissão de jogos, de arbitragem, uma academia e uma área de análise de vídeo", detalhou o presidente.

Especificidades
Segundo o técnico da Seleção Brasileira de Badminton, o português Marco Paulo Pereira Vasconcelos, a realidade da maioria das instalações no país voltadas para o badminton era de ginásios adaptados, muitas vezes abertos, com entrada de vento, o que prejudica a execução de movimentos e atrapalha o andamento de jogos. 


"Pelos ótimos resultados que o badminton teve nos últimos anos, a gente necessitava de uma casa assim, para trabalhar na hora que a gente quiser, tanto em termos de quadra quanto de preparação física. É importante não só para a seleção, mas para a realização de campeonatos internacionais e para clínicas com treinadores e atletas. Eu já viajei pelo Brasil todo. Do estado do Rio de Janeiro para cima, não existia infraestrutura esportiva voltada exclusivamente para o badminton. Quase todas as outras são abertas, com entrada de vento, o que prejudica a modalidade", revelou o técnico.

O histórico de Teresina com o badminton remonta a 2009, quando o esporte foi incluído no programa Segundo Tempo, do então Ministério do Esporte. No início, eram cinco escolas municipais. Depois, subiu para 18 instituições. O trabalho era realizado duas vezes por semana, duas horas por dia, numa proposta lúdica. Mas, dentro dos núcleos, foram surgindo alunos que terminavam as aulas e queriam mais e demonstravam interesse frequente por se aprimorar. A partir disso foram criados os primeiros núcleos de alto 

"O investimento aqui veio da própria detecção dessa vocação pelo governo federal. Aqui foi um dos polos onde a modalidade teve maior avanço, tanto pela quantidade de atletas quanto de resultados. A combinação desses fatores garantiu que o Piauí recebesse a obra", disse Ferraz.

Climatização em curso
A última melhoria prevista no CT está em fase de instalação. O sistema de ar-condicionado para climatizar o ambiente e deixá-lo de acordo com as condições exigidas para competições internacionais foi adquirido pelo governo federal em 2018, via Termo de Execução Descentralizada (TED) para a Universidade Federal do Piauí, no valor de R$ 1,125 milhão. A implementação completa tem previsão de conclusão em cinco meses. Por isso, a estrutura ainda não teve inauguração oficial, o que não impede o CT de ter intensa agenda de atividades programadas para 2019.

"Dos 365 dias do ano, usamos o equipamento em cerca de 300. É um dos aparelhos do governo federal que está sendo mais bem utilizado", aponta Ferraz. A proposta da confederação é aproveitar a vocação de Teresina no esporte para tornar a cidade um dos grandes polos do Brasil na formação de talentos. "A nossa maior felicidade é saber que temos uma estrutura igual ou melhor que as estruturas públicas de países como EUA e Canadá, que também estão em universidades".

Foto: Rede do Esporte

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