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O gigante e fenomenal Pan-americano de Rebeca Andrade

 

De collant verde marca-texto, Rebeca Andrade está com uma bandeira do Brasil nas costas. Ela está com o cabelo preso e sorrindo. Ela é negra;
Foto: Ricardo Bufolin/CBG

Rebeca Andrade fez o que se esperava dela, medalhou em todas as provas que disputou nos Jogos Pan-americanos de Santiago-2023, além disso, ainda conseguiu 9.733 em seu salto na primeira tentativa da final do aparelho de mesmo nome, encantando a todos no mundo inteiro.

Na tribuna de imprensa, a comentarista da transmissão em inglês da Panam Sports gritava "Fenomenal, fenomenal!", enquanto a arena levantava para aplaudir e no Canadá, o comentarista pedia para a ginástica se virar e dar um 10 para ela. Segundo Rebeca, ela não fez nada de diferente.

"Eu não sei o que eu fiz de diferente, mas eu sempre fiz igual mesmo, pensamento de sempre. O resultado é consequência. Vai e faz o teu melhor. Eu fui para fazer o meu melhor todos os aparelhos desde o primeiro dia assim como em todas as outras competições e é bom saber que eu estou preparada que mesmo um pouco cansada de uma competição longa eu consigo chegar e fazer o máximo sabe", comentou após a medalha no salto.

Mesmo assim, ela ficou envergonhada com a atitude de sua adversária Jordan Chiles, que ajoelhou para reverencia-la.

"Eu fico um pouco sem graça, né? Porque é em público, mas é bem legal ver o quanto a gente torce uma pela outra, o quanto elas ficam felizes pelo nosso sucesso e a gente pelo sucesso delas. Todo mundo entende como é difícil esse esporte e como a gente treina tanto para chegar aqui e fazer o máximo. Pressionada, cansada ou estressada ou com algum outro problema, você conseguir apagar tudo isso da sua mente para chegar aqui e mostrar tudo que você pode mostrar, é muito legal ", disse a sorridente atleta que ainda foi chamada de ícone pela mexicana Natália Escalera, bronze no salto.

Com o patamar alcançado dentro da ginástica, Rebeca revelou que nunca pensou que pode se tornar uma das maiores atletas da história do esporte brasileiro.

"Eu nunca parei para pensar nisso, meu foco mesmo é conseguir chegar para fazer o máximo de verdade, mas se acontecer eu vou adorar é claro".

Porém, ela não se considera no nível de Simone Biles, nem mesmo sendo chamada por fãs e jornalistas como sua maior adversária. 

"A gente tem uma ginástica muito diferente, apesar das duas serem muito explosivas, muito alegres e tudo mais e para mim é uma honra poder competir ao lado dela, porque ela fez ali também eu recebo muito carinho, mas a coroa vai sempre ser dela porque a Simone é diferente sabe".

Pódios com Flávia e a não ida para o solo

De casaco verde e amarelo, Flávia está à esquerda e Rebeca à direita. Flávia é branca e Rebeca é negra. As duas seguram uma bandeira do Brasil nas costas
Foto: Ricardo Bufolin/CBG

Amiga de Flávia Saraiva, Rebeca não esconde o orgulho e a felicidade de compartilhar pódio com ela desde o Mundial, quando medalharam no solo.

"A gente veio evoluindo bastante na nossa ginástica, então é um orgulho não só pra gente mas para o nosso país poder representar tão bem estar junto com ela. É maravilhoso!", comentou sorridente.

Mas havia gente querendo essa dobradinha também no solo, onde Rebeca optou por não participar, embora estivesse pronta para entrar caso alguém da equipe não tivesse condições de competir. A ginasta contou como foi a conversa com a equipe.

"Foi uma decisão conjunta. Perguntei se eu poderia não fazer solo e na hora eles falaram tudo bem. Estar aqui fazendo os meus três aparelhos com as minhas três notas entrando para a equipe pegando finais nos três aparelhos saindo com medalha nos três aparelhos é algo que faz a gente vê que tomou a decisão certa", completou.

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