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*Com informações da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu)
Considerado como o terceiro maior evento esportivo de seleções nacionais do planeta, atrás apenas da Copa do Mundo da FIFA e dos Jogos Olímpicos, a Copa do Mundo de Rugby terá início na sexta-feira, dia 8 de setembro com a França como país sede. Em termos de impacto econômico, a Copa do Mundo de Rugby gerou, em sua edição de 2019 (disputada no Japão), 4,3 bilhões de libras. A edição de 2023 promete ser ainda maior, com o rugby competindo com o futebol como o esporte coletivo mais popular na França.
Em busca de igualdade de gênero, a marca da Rugby World Cup é usada igualmente para os torneios masculino e feminino. Cada categoria é jogada de quatro em quatro anos, mas há Mundiais de Rugby a cada dois anos, com a próxima edição feminina acontecendo em 2025, na Inglaterra.
O que é o Rugby?
O Rugby tem duas modalidades principais, o rugby de 15 jogadores e o rugby de sete jogadores, o sevens, que é a modalidade olímpica. A Copa do Mundo de Rugby é disputado na modalidade de 15 jogadores, também conhecido como union, com as partidas jogadas em dois tempos de 40 minutos cada. A principal forma de pontuação é o try, que vale 5 pontos e consiste em se apoiar a bola no chão na zona de in-goal, isto é, no fundo do campo. Após o try, a equipe que pontuou tem direito a um chute de conversão entre os postes, que têm formato de “H”, valendo 2 pontos. Um chute ao “H” a partir de um penal vale 3 pontos, assim como o drop goal, que é um chute ao “H” dando com andamento. No Rugby, apenas o atleta com a bola em mãos pode ser derrubado e o jogo é marcado pelo respeito entre os atletas e com a arbitragem.
“O Rugby é um esporte apaixonante, muito dinâmico, de conquista territorial e criação de espaços. Apesar do intenso contato físico, o jogo é muito legal e com regras que buscam zelar pela integridade dos atletas”, comentou Victor Ramalho, comentarista de rugby dos canais ESPN e Star+.
Para Josh Reeves, neozelandês treinador da Seleção Brasileira de Rugby, assistir aos jogos da Copa do Mundo é uma oportunidade ímpar de inspirar o Brasil a chegar ao torneio no futuro. “O nível da Copa do Mundo é muito alto, é o melhor que podemos ver no nosso esporte e é o referencial para nosso trabalho, quando podemos analisar o jogo e projetar nossas metas. É momento de elevar a paixão pelo Rugby, empolgante os fãs e novos interessados. Para nós, é inspiração para seguirmos trabalhando duro para chegarmos ao torneio. Com três sul-americanos no Mundial, sabemos que temos condições de sermos os próximos classificados e nosso processo está sólido para construirmos um futuro cada vez mais forte”.
Bruno Ruas |
Aniversário de 200 anos do Rugby e 10ª Copa do Mundo
O Rugby completa 200 anos de história em 2023, tornando a Copa do Mundo ainda mais especial. O esporte nasceu na Inglaterra, na Escola de Rugby, e a lenda do início esporte data de 1823, quando o estudante William Webb Ellis apanhou a bola num jogo de football e correu com ela em mãos, quebrando as regras do jogo. Naquela época, cada escola na Inglaterra tinha a sua forma de jogar football. Em 1845, a Escola de Rugby foi a primeira a ter as regras escritas e, em 1863, o movimento da Football Association criou o atual futebol, da bola redonda, com o objetivo de unificar as regras. Porém, os praticantes do rugby seguiram com seu jogo de modo separado.
Com tanta história, o irmão mais velho do futebol celebra seu segundo centenário com um Mundial que envolve as 20 melhores seleções do planeta. A história da Copa do Mundo, no entanto, é mais curta, com a competição tendo nascido em 1987. Em nove edições já disputadas, a África do Sul e Nova Zelândia são as maiores campeãs com três títulos cada, seguidas da Austrália com duas e da Inglaterra com uma. A França é a única outra seleção que alcançou a grande final, acumulando três vice-campeonatos.
Em 2023, pela primeira vez a Copa do Mundo contará com três participantes da América do Sul: Argentina, Uruguai e Chile. O Brasil ainda não chegou lá, mas faz planos para estar na competição o mais breve possível, com o esporte experimentando crescimento recente no país.
Quem participa e quais são os favoritos?
Com 20 seleções, a Copa do Mundo de Rugby conta com quatro grupos com cinco times cada, classificando os dois primeiros colocados de cada grupo às quartas de final. Pela natureza do jogo, é necessária uma semana de espaço entre um jogo e outro para cada equipe, o que leva a uma competição longa, de 49 dias até a grande final.
No Grupo A, os dois times que farão o jogo de abertura no dia 8, França e Nova Zelândia, são as grandes favoritas à classificação e ao título. A França é apontada como o time a ser batido, pela qualidade de sua geração atual, uma das melhores da história do país. Os franceses contam com o melhor jogador do mundo, de 2021 Antoine Dupont, criativo camisa 9, de 26 anos. A Nova Zelândia, apelidada de All Blacks, conta com dois jogadores no seu elenco que já foram eleitos os melhores do planeta: o gigante Brodie Retallick (premiado em 2014) e o habilidoso Beauden Barrett (premiado em 2016 e 2017). Porém, os All Blacks chegam pressionados após resultados ruins na preparação. Itália, Uruguai e Namíbia completam o grupo.
Melhores jogadores do mundo em ação na Copa do mundo (foto: Infográfico CBRu) |
Os grupos C e D contam com seleções fortes que hoje oscilam. Austrália (conhecida como Wallabies) e Gales são as favoritas no Grupo C, com Fiji e Geórgia correndo por fora como forças emergentes. Fiji, particularmente famoso pelo rugby sevens, aparece como real competidor à classificação. Portugal retorna ao Mundial após ausência desde 2007 e fecha a chave. Já no Grupo D a Inglaterra vive má fase, mas é a cabeça da chave, com a Argentina (apelidada de Los Pumas) em crescimento e com reais chances de ser a melhor do grupo. Japão e Samoa também estão no grupo e têm nível para surpreenderem, enquanto o Chile é o único país debutante em 2023.
“França e África do Sul são os times do momento e aparecem como favoritas, mas a Irlanda não é a líder do Ranking por acaso e pode alcançar o título. A Nova Zelândia jamais deve ser descartada, mesmo em má fase. Essas são os quatro times com maiores probabilidades de título, sendo que apenas dois deles estarão nas semifinais, por conta do chaveamento. Isso abre oportunidade para outras seleções, como Argentina, Inglaterra, Austrália ou Gales, de sonharem alto. Os argentinos particularmente podem sonhar alto, pelo momento que vivem, enquanto australianos, ingleses e galeses precisam melhor muito para sonharem em vencer uma eventual semifinal contra um dos favoritos”, analisou Victor Ramalho.
Confira os grupos abaixo:
Grupo A: Nova Zelândia, França, Itália, Uruguai e Namíbia
Grupo B: África do Sul, Irlanda, Escócia, Tonga e Romênia
Grupo C: Austrália, Gales, Fiji, Geórgia e Portugal
Grupo D: Inglaterra, Argentina, Japão, Samoa e Chile
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