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Maria Portela não tem mágoas de decisão polêmica de árbitro em Tóquio: "Eu só guardo o aprendizado e a gratidão de ter estado ali"

Gáspar Nóbrega/COB


Maria Portela foi protagonistas de um dos momentos mais tristes do Brasil na olimpíada de Tóquio. No duelo das oitavas de final contra a russa Nadina Taimazova, Maria encaixou um aparente Wazari na adversária que o juiz mexicano Everardo Garcia não deu, mesmo fazendo a verificação de vídeo e a brasileira acabou eliminada no golden score, após uma longa batalha de quase 15 minutos e caiu aos prantos comovendo todas as pessoas nas redes sociais, que também ficaram muito revoltadas com a decisão polêmica do árbitro.

Em entrevista dada a Nathan Raileanu no Surtocast, o podcast do Surto Olímpico, a agora ex-judoca falou dos sentimentos daquela luta. E disse que não há nenhuma mágoa sobre o episódio: "Por mais que tenha acontecido aquele lance, eu não guardo mágoa do árbitro, até porque somos todos seres humanos e todos cometemos erros. Poderia ter sido outra situação e eu ter sido a favorecida...Enfim, isso acontece. Não foi a primeira vez e nem vai ser a última que uma atleta foi prejudicada" disse Maria, que afirmou que após o acontecido em Tóquio a regra foi revista e mais tecnologia foi implementada para que erros como esse sejam evitados no futuro.

Maria Portela revelou também que sua confiança estava alta, tanto que ela esperava estar no pódio em Tóquio: "Eu entrei nessa olimpíada com uma sensação muito tranquila e tinha algo dentro de mim que eu sairia dali medalhista. Aquela seria a minha olimpíada. Mas nem tudo ocorreu como o planejado. Hoje eu tenho a tranquilidade de dizer que eu entreguei o meu melhor naquele momento. Eu continuo com a posição de que não tenho o como controlar a opinião e a decisão dos outros, o que estava no meu controle eu fiz e o meu resultado foi consequência das minhas ações e as da atleta russa e infelizmente acabei saindo da disputa. "

Maria resolveu encarar aquele triste momento como algo positivo e principalmente, por ter mostrado ao mundo filosofia do judô:

"Muitas pessoas vieram falar comigo, dizendo que foi ponto, que não foi justo o que aconteceu, não foi fácil passar por isso, mas eu prefiro guardar essa lembrança com muita gratidão por tudo o que me ensinou e tudo que eu vi ali, por ter a certeza que eu mostrei para o mundo o que é a filosofia do judô, que é ser uma pessoa responsável e independente da situação, mesmo que naquele momento eu estivesse digamos assim sendo prejudicada, eu tive a autoresponsabilidade de entender a situação. Eu realmente teria guardado mágoa ou ficado frustrada se eu tivesse xingado todo mundo naquela hora e não tivesse mostrado essa postura de respeito ao shiai-jo (área de competição), do respeito a minha adversária porque ela também lutou, ela também tava ali dando tudo de si e eu não posso ignorar isso. Eu só guardo este aprendizado e a gratidão de ter estado ali"

Maria Portela também agradeceu todo o carinho recebido pelas pessoas após o que aconteceu em Tóquio: "Eu senti o carinho das pessoas, eu me senti muito abraçada depois daquele momento. Legal quando as pessoas percebem que você se entregou a essa situação e fez tudo o que deveria ser feito. Toda a dedicação foi colocada em prática e as pessoas viram isso"

A conversa completa onde Maria revisou sua carreira você pode encontrar neste link https://podcasters.spotify.com/pod/show/surto-olimpico/episodes/SurtoCast-48---Entrevista-com-Maria-Portela-e212f4s ou na sua plataforma de áudio preferida



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