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Brasil, o futuro país do curling?

Sérgio Vilela, atleta e dirigente da CBDG, treinando na Arena Ice Brasil. Foto: Grasiela Gonzaga.


Já começo respondendo a esta pergunta do título: não. O curling não substituirá o futebol, nem o vôlei, nem o surfe. A imutável característica de sermos um país tropical não nos permitirá ser a maior potência deste esporte. Mas quem falou que esta é a pretensão?

No último sábado (6), na Arena Ice Brasil, centro para esportes no gelo localizado no Morumbi, São Paulo, a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo recebeu o Olympic Celebration Tour, evento da Global Sports Development em parceria com a Federação Mundial de Curling (WCF). 

Com o intuito de divulgar o espaço e a modalidade, que começou a ser praticada em 2008 por brasileiros radicados no Canadá, a Confederação abriu as portas da Arena para receber todos os amantes de esportes no gelo. Contudo, o foco mesmo era nos curiosos. 

Com a medalhista olímpica italiana Stefania Constantini, o objetivo da CBDG foi atrair o maior público possível para apresentar o curling como um esporte divertido, diferente e que pode ser praticado no Brasil, mesmo quando os termômetros marcarem acima dos 40ºC. E o mais legal: é um esporte coletivo, que pode ser praticado "dos 8 aos 80", como diz Marcelo Mello, capitão da seleção masculina.  

Em entrevista exclusiva ao Surto Olímpico, Sérgio Vilela, atleta e diretor de curling da CBDG, explicou a intenção da entidade em trazer o esporte para o imaginário do público e ampliar consideravelmente o número de praticantes a médio prazo. A expectativa da Confederação é que o número de atletas federados se multiplique nos próximos anos - atualmente, são 50 brasileiros registrados. 

Confira os principais destaques dessa conversa:

Como funciona a Arena Ice Brasil para quem quiser praticar curling?

Sérgio: Entrando no site, é fazer a reserva do gelo. A gente tem instrutores aqui o tempo inteiro que conseguem te dar essa primeira experiência de gelo e depois, se você quiser praticar mais, temos ligas com rodadas toda semana. A Arena fica aberta de domingo a domingo.

Por ser um esporte no gelo, às vezes o público tem a impressão de que a prática do curling pode ser cara. Isso se verifica na realidade?

Sérgio: É exatamente o contrário. O curling: você consegue reservar a pista por R$150 para 8 pessoas. Então é acessível, exatamente porque a gente quer que seja inclusivo. A gente trabalha no limite mínimo de preço para cobrir os curtos da arena e propiciar esse acesso para todo mundo.

Existe uma preocupação com relação ao lado social do esporte? Para incluir populações mais carentes? 

Sérgio: Essa foi uma grande preocupação que a gente teve desde o começo, especialmente considerando a comunidade Real Parque aqui atrás [do Morumbi]. Nós quisemos que a comunidade também se beneficiasse da Arena. Nós temos o técnico Boris num projeto específico aprovado pelo Ministério da Cidadania para criar um núcleo de excelência de Juniores.  São 40 crianças, dentre elas 24 cadeirantes, selecionadas com a ajuda da FAZ, ONG da comunidade, que nos ajuda a trazê-las para que elas tenham essa oportunidade aqui.

Nesta terça-feira (9), Sérgio foi campeão brasileiro de curling junto com Marcelo Mello, Ricardo Losso e Arnaldo Yamashita na primeira edição do torneio realizada no país. 


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