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Médico brasileiro ajudou no sucesso da Seletiva das Américas de Wrestling no inicio da pandemia


Em um ano que deveria ser de comemorações e conquistas por vagas e medalhas olímpicas, o mundo do esporte foi obrigado a parar em virtude da pandemia causada pela Covid-19. Das quatro seletivas olímpicas previstas para o mês de março, África e Oceania, Europa, Ásia e Pan-americana, apenas uma foi realizada e com sucesso. O que poucos sabem é que um brasileiro teve papel crucial na realização do Pan-americano 2020 (6 a 9 de março) e da Seletiva Olímpica Pan-americana de Wrestling (13 a 15 de março), ambos em Ottawa, no Canadá. O doutor da Confederação Brasileira de Wrestling e da United World Wrestling, José Alfredo Padilha, comandou o departamento médico da UWW e auxiliou nas tomadas de decisões que permitiram a realização dos torneios com sucesso.

“As equipes estavam preparadas e todos os atletas também queriam lutar. A primeira medida foi solicitar termômetro pra medir a temperatura dos atletas e equipamento de proteção individual (EPI), a máscara, para todos que iriam participar do exame médico realizado no momento da pesagem. Além do exame de rotina que verifica a pele do lutador, acrescentamos perguntas diretamente ligadas aos sintomas da doença e se o atleta teve contato com alguém que tivesse tido a doença”relembrouPadilha.

No congresso técnico, Padilha apresentou dados da doença aos chefes da delegação, e explicou os cuidados de prevenção que deveriam ser tomados. No dia 13 de março, que marcou o início da Seletiva Pan-americana, Sophie Trudeau, a esposa do Primeiro Ministro canadense, Justin Trudeau, testou positivo, e a pandemia passou a dominar o noticiário local, gerando uma preocupação ainda maior nos organizadores do evento.

“Entrei em contato com Stan Dziedic, membro da UWW e que atuou como delegado técnico e responsável pela competição, que também compartilhava da preocupação com a doença e decidimos realizar uma reunião da UWW com o membro do Bureau, Pedro Gama Filho, Francisco Lee, presidente da United Wrestling das Américas, com o Comitê Organizador Local e as autoridades sanitárias locais. Houve uma resposta positiva e decisão em conjunto manter a realização da Seletiva, mas sem público para evitar aglomeração”, explicou Padilha.

Presidente da Confederação Brasileira de Wrestling e membro do Bureau da UWW, Pedro Gama Filho foi convidado a participar da reunião pouco antes dos atletas do estilo greco-romano entrarem em ação. O temor era uma determinação nacional para não realização do evento, ou seja, um órgão canadense equivalente ao Ministério da Saúde no Brasil, vetar a realização do torneio. No entanto, o torneio seguiu normalmente.

“Existia a preocupação de presevar os melhores lutadores das Américas, mas também havia o desejo de permitir que os atletas competissem e pudessem lutar pelas vagas olímpicas. Foi uma decisão realizada em conjunto e seguindo todas as recomendações das autoridades canadenses. Acredito que a Seletiva Pan-americana do wrestling foi um dos últimos torneios realizados no mundo e apesar da preocupação tudo correu bem”, rememorou Pedro Gama Filho.

O cuidado foi além dos três dias de realização do torneio. Afinal, no caso específico da Covid-19, existe um período de incubação e os atletas poderiam manifestar sintomas depois da competição, ao regressarem a seus países de origem.

“Como é um vírus de fácil contágio, tínhamos que nos preocupar com quem competia no dia e também com quem ia lutar nos dias posteriores. Alguns poucos dirigentes e treinadores usaram máscara e luva, e os lutadores competiram pelas vagas olímpicas sem problemas. Mesmo depois do torneio, as equipes continuaram sendo monitoradas visto que a despedida das delegações, ou seja, dia para deixarem o Canadá foi dia 16 e não houve nenhum caso confirmado”, explicou Padilha, também chefe do departamento médico durantes os Jogos Olímpicos Rio 2016.

Ainda cedo para voltar a rotina de treinos em equipe
Sobre o retorno dos treinamentos em equipe do wrestling no Brasil, Padilha afirma que ainda é cedo, principalmente no caso do wrestling, um esporte de combate, em que os atletas realizam muitos contatos. Segundo o médico, os cuidados devem ser mantidos já que e a doença segue fazendo vítimas fatais dia após dia. Como profissional que preserva em primeiro lugar a vida, Padilha reforça as orientações da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde.

“ O wrestling é um esporte de contato. Se olharmos a curva de casos doença, publicada no dia 27 de abril pelo Ministério da Saúde percebemos que ainda está em ascensão. O jeito de evitar a doença e sua pior conseqüência a morte, visto que ainda não temos vacina, é seguir as orientações do Ministério da Saúde que no momento são: permanecer em casa se possível, evitar aglomerações, uso de máscara no deslocamento de vias públicas, uso de álcool gel e lavar bem as mãos”, encerrou Padilha.

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