Duas vezes pego no doping em Olimpíadas, halterofilista encaminha aposentadoria após adiamento de Tóquio-2020
O cazaque Ilya Ilyin está se aposentando do levantamento de pesos. Com o histórico de dois ouros olímpicos confiscados por doping, o halterofilista de 31 anos anunciou sua decisão ao jornal cazaque Vesti. Segundo ele, o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio e as incertezas causadas pela pandemia de Covid-19, além do fato de haver apenas uma vaga destinada ao Cazaquistão na próxima Olimpíada, influenciaram na decisão.
"Ainda não está claro se as Olimpíadas ocorrerão em 2021, então não posso esperar. Adorei o levantamento de peso, me divertindo e transmitindo energia para as pessoas. Agora, é diferente... e eu não gosto disso. Não quero fazer isso", disse o halterofilista.
Com quase meio milhão de seguidores, Ilyin é um dos levantadores de peso mais populares do mundo atual. Ele foi eleito o Halterofilista do Ano por quatro vezes pela Federação Internacional de Halterofilismo (IWF), nos anos em que foi campeão mundial: 2005, 2006, 2011 e 2014. Ele também deteve diversos recorde mundiais nas categorias até 94kg e até 105kg.
Apesar de tanta admiração do público, o cazaque acumulou polêmicas em sua carreira. Campeão olímpico em Pequim-2008 e em Londres-2012, teve suas medalhas cassadas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) após ser encontrado estanozolol, uma substância proibida, em seu organismo, nas reanálises feitas pela entidade em 2016.
Esse período em que as amostras armazenas foram retestadas pelo COI também foi muito prejudicial para Ilyin em outro sentido. Como o Cazaquistão teve 10 testes positivos durante esse período, o país ficou limitado a levar apenas dois atletas, um por gênero, aos Jogos de Tóquio.
Em sua visão, tornou-se o terceiro na linha sucessória. Suas chances eram de "0,1%", como ele mesmo avalia. Suspenso, só retornou em 2018, ainda com esperanças de classificação, mas já sem a mesma técnica de antes. Até fevereiro deste ano, ele havia competido seis vezes, conquistando uma única vitória em um campeonato regional.
Com a carreira próxima ao fim, o cazaque já avalia o que fará após a vida de atleta. Sua meta é continuar trabalhando com o levantamento de peso, mas instruindo futuras gerações. "Eu pretendo abrir uma escola de levantamento de peso. Eu também tenho alguns projetos criativos na cabeça, os quais implementarei, pois agora terei bastante energia sobrando".
Foto: AFP Photo/Yuri Cortez
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