A corredora sul-africana Caster Semenya declarou ao site francês Sport24 que está focada na prova dos 200m rasos para as próximas competições. A atleta, especialista nos eventos de meio-fundo, aguarda o resultado de um julgamento no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) sobre os altos níveis de testosterona produzidos pelo seu organismo, que poderiam fornecer alguma vantagem em relação a outras atletas.
"Não me importo com nenhuma decisão que venha a ser tomada no tribunal. Vou fazer o que posso controlar agora: preparar-me bem para os 200 metros. Estou focada nisso e o resto não me preocupa", afirmou Semenya.
Em maio de 2019, o TAS atendeu a um pedido da World Athletics (na época, IAAF) e determinou que a atleta sul-africana precisaria se medicar para diminuir os níveis de testosterona de seu corpo, para que pudesse competir nas provas com distâncias entre os 400m e a milha. A entidade afirmou na ocasião que a medida, embora discriminatória, era necessária para a proteção do esporte feminino.
“A maioria do tribunal considerou que, com base nas evidências apresentadas pelas partes, essa discriminação é um meio necessário, razoável e proporcional para atingir a meta da IAAF de preservar a integridade do atletismo feminino em determinados eventos ", ponderou o TAS.
Após o veredito, Semenya pediu ao Tribunal Federal Suíço que revogasse a decisão, apelando "aos direitos humanos fundamentais".
“Sou uma mulher e uma atleta de classe mundial. A IAAF não vai me medicar e não me impede de ser quem eu sou”, declarou a corredora em seu recurso, que está sendo avaliado pela corte suíça.
Semenya é a atual bicampeã olímpica na prova dos 800m rasos, além de ter vencido a prova nos Mundiais de 2009, 2011 e 2017.
Foto: AFP
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