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A caminho da Olimpíada, velocista Andre De Grasse enfrenta novas responsabilidades durante a pandemia


O velocista canadense Andre De Grasse é um dos favoritos à conquista da medalha de ouro olímpica nos 100m e 200m rasos durante os Jogos Olímpicos de Tóquio. Mas com a paralisação das atividades esportivas e o adiamento das Olimpíadas, o atleta passa o dia correndo atrás da filha, Yuri, de quase dois anos, fruto de sua união com a também velocista Nia Ali, e do afilhado de quatro anos, Titus.

De Grasse estava se preparando para os Jogos Olímpicos antes de surgir a pandemia, mas agora ele tenta seguir diariamente os treinamentos recomendados por seu técnico. Tudo dentro de casa, com exercícios básicos de alongamento, flexão, abdominais e ioga. O atleta admitiu que é um desafio se exercitar enquanto cuida das crianças, mas que isso o aproxima deles. 

"Definitivamente me aproximou das crianças. Normalmente eu só passava algumas horas com eles em dias normais", disse o medalhista de prata dos 200m nos Jogos do Rio de Janeiro em 2016. De Grasse também conquistou duas medalhas de bronze, uma nos 100m e outra no revezamento 4x100m. 

Além disso, De Grasse admitiu que não estava certo no início, de que os Jogos Olímpicos deveriam ser adiados. O Comitê Olímpico do Canadá foi um dos primeiros a anunciar que não participaria do evento, caso fosse realizado ainda em 2020. 

"No começo eu não tinha certeza de que era a decisão correta e estava um pouco nervoso com isso. Com o passar do tempo eu comecei a pesquisar mais e pensei que era uma boa decisão. Eles pressionaram o Comitê Olímpico Internacional até que uma postura fosse tomada", disse o velocista de 25 anos.

O canadense revelou que sente falta de seus treinamentos na pista, encontrar amigos, ir à praia e ao cinema, assistir esportes na televisão, além de estar perto de outros atletas. Mas ressalta que é importante para ele estar junto as crianças. 

"Tenho prazer em ver as crianças aprenderem a andar de bicicleta ou a jogar um jogo de cartas. Acho que muitos de nós treinamos muito por percebemos que não conseguiremos fazer isso para sempre, mas algo que amamos pode ser tirado de nós assim", disse De Grasse. "Definitivamente, acho que muitas pessoas vão parar de tomar essas pequenas coisas da vida como algo garantido", apontou.

Homenagens aos trabalhadores da linha de frente

Mesmo sem as Olimpíadas neste ano, os cidadãos canadenses verão De Grasse com maior frequência. Junto a outros quatro atletas canadenses, ele faz parte de uma campanha publicitária de uma famosa marca de cereais, além de ter sua foto estampada nas caixas do alimento. Mas recentemente a campanha sofreu algumas alterações e agora ele divide os holofotes com  trabalhadores que estão fazendo o abastecimento de diversos bancos de alimentos do Canadá durante a pandemia de coronavírus.

Senecal teve grande atuação ao lidar com a demanda de alimentos em New Brunswick nesta pandemia. Foto: Rádio Canadá
Em sua página no Instagram, De Grasse destacará Chantal Senecal, diretora executiva da Food Deport Alimentaire em Moncton, cidade do Canadá. Ela dirige o centro de distribuição de alimentos, que supervisiona 60 bancos de alimentos na província de New Brunswick. Lidando com o aumento de 30% na demanda por alimentos, Senecal fechou diversos acordos com pescadores e agricultores locais, além de criar um novo sistema de transporte para obter entregas mais rápidas aos bancos de alimentos e facilitar o trabalho durante a pandemia. 

"O apoio que estamos recebendo foi um grande alívio, porque estávamos muitos preocupados com a pressão e o impacto que o vírus teria nos bancos de alimentos", disse Senecal. 

O velocista canadense exaltou o trabalho daqueles que estão na linha de frente durante a pandemia. "Eles são os heróis canadenses agora", declarou De Grasse. "A maioria deles também têm uma família em casa, e eles estão lá fora, trabalhando todos os dias para alimentar pessoas enquanto o resto de nós está em casa tentando achatar a curva", completou. 

Foto: Lucy Nicholson/Reuters

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