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Senador americano pede ao FBI que investigue Comitê Olímpico e Confederação de Ginástica Americana

O senador Richard Blumenthal, do partido democrata e um dos líderes na apuração dos problemas dos abusos sexuais nos Jogos Olímpicos, na terça-feira (11) pediu formalmente ao FBI que investigasse o Comitê Olímpico dos EUA e a Ginástica americana com base no que ele chamou de "seu dever". O senador acusa as organizações de encobrirem o episódio envolvendo o médico da equipe nacional de ginástica, Larry Nassar.

"Como você sabe, a responsabilidade de um cúmplice é também crime", escreveu o senador Blumenthal na carta a Christopher A. Wray, diretor do FBI, na terça-feira, antes de pedir ao Departamento de Justiça que investigue se a organização é culpada pelo dano causado por Nassar. 

Blumenthal deu seguimento com maior assiduidade à investigação um dia depois de o escritório de advocacia Ropes & Gray divulgar um relatório de 233 páginas examinando algumas das pessoas e entidades que supostamente permitiram Nassar cometer abusos durante décadas.

O relatório, encomendado pelo próprio Comitê Olímpico Americano foi uma acusação contundente de um sistema falido que permitiu que Nassar molestasse meninas e mulheres por décadas. Investigadores descobriram que Scott Blackmun, o executivo-chefe do Comitê Olímpico - que renunciou em fevereiro - não fez nada para investigar ou parar o abusador, mesmo depois que soube das acusações que contra ele pesavam.

E não para por aí. O escritório do Diretor do Departamento de Justiça já está investigando o próprio FBI, para apurar se agiu acertadamente diante das denúncias, porque o caso ficou mais de um ano na agência antes de se iniciarem as ações de investigação.

Mesmo assim, o senador Blumenthal, assim como dezenas de sobreviventes dos abusos de Nassar, afirmam que é hora de o FBI ir mais a fundo e verificar se algum indivíduo dificultou as investigações.

Muitas das vítimas do médico também exigem essa investigação mais aprofundada sobre quem foi cúmplice dos abusos. Jordyn Wieber, ginasta campeã olímpica, que foi abusada por Nassar, disse em entrevista coletiva em Beverly Hills, na Califórnia, que o objetivo continua sendo encontrar a verdade rapidamente, para que as meninas e mulheres vítimas possam seguir em frente.

"É difícil contar nossa história de novo e de novo e de novo", disse Wieber na terça-feira (11), ao lado de várias outras vítimas do abusador. “É ainda mais difícil ouvir notícias de mais pessoas que sabiam disso e não fizeram nada”, finalizou a campeã olímpica por equipes em Londres/2012.

Foto: Getty Images


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