Kipchoge Keino está prestes a se tornar uma testemunha do estado depois que as acusações de corrupção contra o lendário atleta queniano foram retiradas.
O medalhista de ouro olímpico de 78 anos foi um dos sete homens acusados de apropriação indevida de fundos públicos durante os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.
O diretor do Ministério Público Noordin Haji havia aprovado acusações contra Keino em conexão com a perda de 55 milhões de KES (474.000 mil euros).
Keino, que é ex-presidente do Comitê Olímpico Nacional do Quênia (NOCK), também deveria ser acusado de abuso do cargo e de falha intencional em cumprir as leis relacionadas à gestão de fundos públicos.
Mais tarde, descobriu-se que as acusações não tinham fundamento depois que Keino foi interrogado por mais de seis horas no mês passado na sede da Diretoria de Investigações Criminais (DCI).
Descobriu-se que Keino, membro honorário do Comitê Olímpico Internacional (COI), nunca foi signatário de nenhuma conta e nem recebeu dinheiro algum.
Seu advogado agora alegou que todas as acusações foram oficialmente retiradas, com Keino agora definido para ser uma testemunha da acusação.
"A nova acusação diz que Keino não é mais um acusado", disse o advogado Cecil Miller à Agence France-Presse.
"Ele foi convertido em testemunha de acusação."
"É um grande alívio para todos nós."
Houve pressão dos políticos do Rift Valley e outras figuras influentes para forçar o presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, a intervir e impedir Keino de enfrentar as acusações.
Acredita-se também que o COI fez representações em nome de Keino.
Keino foi homenageado durante a Cerimônia de Abertura da Rio 2016, quando recebeu o primeiro prêmio Laurel.
Ele recebeu o prêmio para "homenagear um indivíduo notável por suas realizações em educação, cultura, desenvolvimento e paz através do esporte", do presidente do COI, Thomas Bach.
Os Jogos levaram ao caso em andamento no Quênia, com alegações de uso indevido de fundos de autoridades que levaram a acusações contra funcionários importantes.
Um desses funcionários importantes é o ex-secretário do Gabinete Desportivo do Quênia, Hassan Wario.
Outros que enfrentam acusações são os Diretores de Administração do Quênia, Harun Komen e Patrick Kimathi, ex-diretor financeiro do Ministério de Esportes, Cultura e Artes do país.
Os detetives têm procurado há muito tempo estabelecer se há evidências de que os funcionários tenham usado ou roubado dinheiro alocado à equipe queniana que viajou ao Brasil há dois anos.
Foto:Getty Images
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