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Opinião: Campanha ruim no Mundial liga o sinal de alerta para o handebol feminino brasileiro


No último domingo (17) foi encerrado o Mundial de Handebol Feminino, em que o Brasil terminou apenas na 18ª colocação, não passando da fase de grupos, fato que não ocorria há 14 anos. Em um esporte bastante competitivo como o handebol, detalhes fazem a diferença para uma seleção chegar ao título ou sequer avançar para as fases eliminatórias. 

Uma sucessão de erros contribuiu para a derrocada brasileira na Alemanha. A começar pela Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), que perdeu mais de um ano (desde o fim dos Jogos Olímpicos) para confirmar o novo técnico, que só assumiu para valer às vésperas do Mundial. Vale lembrar que esta mesma Confederação segue há 27 anos com o mesmo presidente: Manoel Luiz Oliveira. As eleições da entidade aconteceram no início deste ano, mas foram parar na Justiça.

O técnico Jorge Dueñas, medalhista olímpico, além de ter pouquíssimo tempo de preparação, ainda pegou um grupo bastante modificado em relação ao que disputou os Jogos Olímpicos, com as ausências de Dara, Dani, Fernanda e Alexandra. Ainda teve a Deonise, que disputou o Mundial, mas não estava bem fisicamente por estar se recuperando de uma lesão com o torneio em curso. E aí vale ressaltar a importância de um bom trabalho de renovação. Ela tem que ser feita de forma gradativa, como a França fez depois do Mundial de 2015 e colheu os frutos com a prata olímpica e a conquista do Mundial deste ano.

Como consequência, a seleção venceu apenas duas partidas, se contarmos também a President's Cup, para duas seleções africanas e com extrema dificuldade. A equipe foi melhorando aos poucos no sistema defensivo, porém o ataque deixou a desejar em todas as partidas, com enormes dificuldades de concluir a gol e perdendo oportunidades fáceis, até mesmo quando estavam com superioridade numérica. A eliminação contra Montenegro foi o retrato do que aconteceu neste Mundial, com a Samira perdendo um gol nos últimos segundos, que poderia dar a classificação para as oitavas.

Mas vale destacar também que o Brasil teve bons momentos provando que, se bem treinado e preparado, a seleção poderá voltar a ter bons resultados. Os minutos finais contra Japão e Tunísia e os 20 minutos iniciais contra a Dinamarca provaram isto. Individualmente podemos destacar três jogadoras: Babi, Duda e Ana Paula, que se não fizeram um Mundial brilhante, foram importantes em muitos momentos, provando que são algumas das melhores jogadoras do mundo.

Jorge Dueñas agora terá tempo para trabalhar e observar mais jogadoras para ter outras opções, visando os Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019, que dá ao campeão vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.

Foto: IHF


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