A ex-tenista espanhola Conchita Martinez disparou contra os
dirigentes da Confederação Espanhola de Tênis após ter sido demitida do posto
de capitã dos times espanhóis da Fed Cup e da Copa Davis na quinta-feira (14). Ela disse que a
demissão foi injusta e desrespeitosa. A federação espanhola de tênis deverá
anunciar seus novos capitães em breve.
As falas de Conchita vieram após a federação local anunciar
que seu conselho de administração decidiu por unanimidade "fazer uma
mudança na liderança de suas equipes profissionais, para enfrentar novos
desafios em 2018." Martinez disse que a decisão foi tomada unilateralmente
e que ela gostaria de ter permanecido no cargo. Ela era capitã da equipe da Fed
Cup desde 2013 e da equipe da Copa Davis desde 2015. O contrato de Conchita
iria até dezembro deste ano. "Quero compartilhar meu desapontamento e
desconforto com a federação espanhola. É muito ingrato assumir o comando durante
uma tempestade e depois de alcançar a calmaria, ser dispensada. Depois de toda
a minha contribuição e dedicação ao tênis espanhol, não acho que eu merecia um
final como este, tão desrespeitoso", disse a ex-capitã. Ela ainda assegurou
que não perdeu sua motivação e que estava ansiosa para os próximos desafios.
Martinez disse que se sentia "abandonada" nos
últimos meses e previu a possibilidade de ser dispensada, principalmente quando
não pode mais seguir os jogadores espanhóis no Grand Slams. Conchita afirmou
que estava esperando que as coisas fossem diferentes com a recente mudança de
liderança na federação espanhola, mas que a nova direção era "mais do
mesmo" e que "o tênis ainda não é uma prioridade" para eles.
Como jogadora Martinez tem no currículo um título de Wimbledon
e cinco Fed Cup, além de três medalhas olímpicas. Ela se aposentou em 2006. Sob
o seu comando, a equipe feminina na Fed Cup não ganhou nenhum título no Grupo
Mundial. Em 2015 ela aceitou assumir o desafio de comandar a equipe masculina
na Capa Davis depois de o capitão anterior ter sido demitido por falta de apoio
dos jogadores. Ela conseguiu levar a equipe de volta ao Grupo Mundial e no ano
passado fez a equipe avançar até as quartas de final deste ano. "Foi uma
experiência positiva e vou tirar as emoções de cada uma das competições onde
defendemos as cores da Espanha. Estou orgulhoso de trabalhar com os melhores
jogadores de tênis do mundo", afirmou Martinez.
O anúncio da demissão de Martinez aconteceu apenas três dias
depois de a Espanha se tornar o primeiro país desde os Estados Unidos, há 14
anos, a liderar os rankigs de simples da WTA e ATP simultaneamente. O feito foi
alcançado após Garbine Muguruza chegar ao topo do ranking do feminino na
segunda-feira, juntando-se ao campeão dos US Open, Rafael Nadal. Conchita
Martinez trabalhava com Garbine Muguruza quando ela conquistou o troféu de
Wimbledon em julho deste ano, derrotando Venus Williams na final.
Foto: AFP Photo/Money Sharma
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