POR JUVENAL DIAS
Outra vez o time brasileiro não encontrou dificuldades ao
golear a República Dominicana pelo placar de 36 a 9. O time mostra que mesmo
com a falta de entrosamento neste começo de trabalho é muito superior a outras
adversárias dentro do continente. Agora vai disputar o título do Torneio
Quatro Nações de Handebol feminino contra Portugal na manhã deste domingo.
Mais do que a vitória o jogo serviu para testar novamente
duas formações da equipe brasileira, o segundo time que havia participado da
vitória contra as chilenas e o terceiro grupo, que tinha ficado de fora. Foi a
vez do primeiro grupo descansar.
Esse segundo grupo começou o jogo de forma imponente e
rápida, tanto que nos 15 minutos iniciais que jogou abriu 6 a 0. Quatro desses
seis primeiros gols teve característica do antigo treinador, o dinamarquês
Morten, que primava por contra-ataques rápidos. Já as meninas do terceiro grupo
mostraram mais técnica, apesar de ter entrado em um ritmo diferente do que
estava a partida, sofrendo alguns gols. Mesmo assim a vantagem para o intervalo
foi de 14 a 5.
Na fase final, novamente o segundo grupo começou de forma
acelerada e não deu chance para as dominicanas respirarem. Mais oito minutos e
oito gols, sem sofrer nenhum. Um desempenho um tanto quando maior do que
poderia se esperar. Entregaram o comando do jogo para o terceiro time vencendo
por 25 a 6. O time que entrou nos 15 minutos finais terminou o atropelo fazendo
mais 11 gols.
Danielle, central que atua pelo Pinheiros, fez parte do
primeiro grupo de hoje, impressionou pela velocidade e admitiu que se soltou
mais do que na partida anterior: “Ontem não fiz uma boa partida, estava um
pouco nervosa, fazia algum tempo que não jogava pela Seleção, mas hoje me
soltei um pouco mais, estou muito feliz. O que importa para mim é ajudar a
equipe, ainda estamos num sistema defensivo novo, é bem complicado, porém todas
se saíram bem hoje, tem muita coisa para acertar e irmos bem no Pan”, ressaltou
a atleta que joga com os cabelos pintados de azul, em homenagem às cores de seu
clube. Ela falou que, caso o Brasil se classifique para o Mundial e ela seja
convocada, não terá problema em pintar de verde e amarelo.
Duda Amorim finalmente estreou jogando no segundo selecionado
e também falou após o jogo: “Não temos o que reclamar quando sofremos oito,
nove gols. Mesmo assim tivemos alguns erros, normal quando cai um pouco a
concentração. Mas está muito bom como um todo, a galera está com uma atmosfera
muito boa, é um campeonato que podemos desfrutar bastante e ser feliz dentro de
quadra, principalmente estou feliz porque todo mundo está ganhando uma chance.
Todas estão contribuindo da melhor maneira possível”, comentou a armadora.
Por fim, o técnico Sérgio Luiz Graciano mostrou-se muito
satisfeito com o desempenho dos dois grupos: “Gostei da primeira equipe que
dobrou de ontem para hoje, já deu para ver elas mais comunicativas, tanto que
não tomaram gol na primeira parte, estavam bem elétricas. No segundo tempo,
todas entraram mais calmas, deram mais continuidade na bola jogada, aí o placar
andou bem. Amanhã temos um jogo importante contra Portugal e esperamos fazer
novamente um bom trabalho com elas, sempre frisando em ‘guardar nossa casinha’
antes e depois partir em frente”, alertou o treinador.
Neste domingo, a partir das 9h30 é possível ver esse confronto
entre brasileiras e portuguesas para saber quem ficará com o título da
competição.
Portugal sofre, mas vence as chilenas
No primeiro jogo do dia as portuguesas foram surpreendidas
pelo volume de jogo das sul-americanas, encontraram mais dificuldades do que
ontem contra as dominicanas, mas conseguiram sua segunda vitória no torneio e
vão tentar o título amanhã contra as brasileiras.
As europeias começaram abrindo boa vantagem de 4 gols,
parecia que seria um passeio, mas o Chile engrossou a partida e no final do
primeiro tempo chegou a virar o placar para 12 a 11, obrigando ao técnico
português Ulisses Pereira a pedir tempo. A primeira parcial acabou empatada em
14 a 14. Na volta do intervalo, o ritmo das equipes se manteve parelho nos
primeiros minutos, mas o lado lusitano se mostrou superior nos momentos
decisivos de transições rápidas e precisas, defesas pontuais. No fim, Portugal
abriu uma vantagem que conseguiu administrar, 31 a 26.
Pelo lado português, o destaque ficou por conta da armadora
Mariana Lopes que fez sete gols. Ela avaliou o desempenho seu e do time: “No
geral, fizemos um jogo bom, fico feliz de ter contribuído com a equipe, mas
acho que poderia ter feito melhor de maneira individual. Não conhecíamos a
equipe do Chile, só vimos ontem contra o Brasil, elas tinham uma defesa muito
forte e dura e muita vontade de ganhar. Arriscamos no sistema defensivo que
montamos e pecamos na primeira parte, depois mostramos que queríamos muito a
vitória e conseguimos virar”.
A pivô chilena Alicia Torres Lara também fez sete gols e
lamentou por não ter conseguido um resultado melhor: “Fomos muito bem no
primeiro tempo, mas no segundo começamos muito mal, poderíamos ter ganhado. Temos
atletas muito jovens e talvez tenha faltado um pouco de experiência e
tranquilidade. Mas serve como lição para o Pan-Americano, seguimos nos
preparando para a competição com o jogo de amanhã contra República Dominicana,
que inclusive será nosso adversário direto.
O Chile volta à quadra amanhã à tarde contra as jogadoras da
América Central.
Foto: Photo&Grafia
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