Últimas Notícias

Surto História: A mãe mais rápida do mundo



Francina "Fanny" Blankers-Koen começou no atletismo aos 17 anos e no ano seguinte, já estava disputando a sua primeira olimpíada, em Berlim-1936. Ela conseguiu um sexto lugar no salto em altura e um quinto lugar no revezamento 4x100m, sendo que naqueles jogos ela conseguiu pegar um autografo de ninguém mais, ninguém menos que o estadunidense Jesse Owens.

Com a II Guerra Mundial, Os jogos olímpicos de 1940 e de 1944 foram cancelados e Blankers-Koen, continuou como corredora, mas com o calendário mais folgado, ela resolveu se casar com seu técnicao Jan Blankers, tendo dois filhos, o que para a imprensa da época era uma sentença de fim de carreira. Mas após o final da guerra, Fanny voltou a competir seriamente, inclusive disputando o campeonato europeu apenas seis semanas após dar a Luz a mais um filho. A expectativa agora era pela sua participação dela nos jogos olímpicos de Londres em 1948.

Mas a imprensa holandesa questionava Blankers-Koen. Muitos citavam que aos 30 anos, ela já não estava mais no seu auge e estava velha demais para correr provas como os 100 metros rasos. Já os comentários mais machistas afirmavam que ela deveria ficar em casa cuidando do marido e dos filhos ao invés de disputar provas de atletismo.

Em Londres, Blankers- Koen pôde demonstrar seu verdadeiro potencial. Naquela altura ela detinha seis recordes mundiais (100 metros, 80m com barreiras, salto em altura, salto em distância e nos dois revezamentos).E ela levou quatro medalhas de ouro. Venceu os 100m fazendo 11s.9 sob chuva

O segundou ouro foi nos 80m com barreiras onde ela ganhou no photo finnish da britânica Maureen Gardner. Ela chegou a achar que tinha perdido pois tinha ouvido o hino do país da sua adversária no estádio, mas na verdade ele foi tocado  para a Família real que tinha acabado de chegar; O terceiro foi com os 200 metros rasos, que era disputada por mulheres pela primeira vez em uma olimpíada e logo de cara ela venceu com  venceu com 7 décimos de segundo de vantagem, a maior vantagem para o segundo colocado da história dos 200m.

O último ouro foi no revezamento 4x100m, que ela foi a última a correr, com a Holanda na quarta colocação e em uma arrancada impressionante, ultrapassou três concorrentes, sendo a última - a australiana Joyce King - nos últimos metros.

Blankers-Koen foi a primeira atleta holandesa campeã olímpica. E em uma olimpíada apenas ela faturou 4 ouros e ela foi a primeira mulher na história das olimpíadas a conseguir tal feito. Blankers-Koen também conseguiu 3 recordes olímpicos, e nos 200m,  E se ela tivesse disputado o salto em distância, ela provavelmente teria vencido, pois o salto vencedor era 56 cm mais curto que o seu recorde mundial. Fanny se tornou o grande nome do atletismo naquela olimpíada.

A imprensa internacional ficou extasiada com seus feitos, a apelidando de 'Dona de casa voadora', 'A mãe mais rápida do mundo' e 'Incrível Fanny'.  Quando voltou pra Amsterdã, foi conduzida pelas ruas da cidade numa carruagem aberta puxada por quatro cavalos cinza, sendo aclamada por uma multidão. Já seus vizinhos lhe deram uma bicicleta para que ela não tivesse que correr tanto.

Blankers-Koen com seu prêmio de atleta feminina do século, em 1999.

Fanny disputou os jogos de Helsinque, mas não conseguiu repetir o seu feito da olimpíada passada e ficou sem medalhas e encerrou a carreira em 1955. Em 1999, ela foi eleita pela IAAF(Associação Internacional das Federações de Atletismo) como a atleta feminina do Século. Fanny Blankers- Koen faleceu aos 85 anos, em 2004, em decorrência do mal de Alzheimer. Em Roterdã, existe uma estátua dela em reconhecimento aos seus incríveis feitos.

0 Comentários

.

APOIE O SURTO OLÍMPICO EM PARIS 2024

Sabia que você pode ajudar a enviar duas correspondentes do Surto Olímpico para cobrir os Jogos Olímpicos de Paris 2024? Faça um pix para surtoolimpico@gmail.com ou contribua com a nossa vaquinha pelo link : https://www.kickante.com.br/crowdfunding/ajude-o-surto-olimpico-a-ir-para-os-jogos-de-paris e nos ajude a levar as jornalistas Natália Oliveira e Laura Leme para cobrir os Jogos in loco!

Composto por cinco editores e sete colaboradores, o Surto Olímpico trabalha desde 2011 para ser uma referência ao público dos esportes olímpicos, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Apoie nosso trabalho! Contribua para a cobertura jornalística esportiva independente!

Digite e pressione Enter para pesquisar

Fechar