Felipe Perrone não via a hora de, enfim, decidir o seu futuro no polo aquático.
Brasileiro naturalizado espanhol, o jogador se viu dividido entre seu
país de origem e aquele que o acolheu e por quem defendeu durante dez
anos. Mas a vontade de competir os Jogos Olímpicos do Rio em casa,
representando as cores da bandeira brasileira pela primeira vez, falou
mais alto. Nesta quarta-feira, o carioca assinou um acordo com a
Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) para ser
repatriado e fazer parte da equipe de 2016. De quebra, o craque da
modalidade ainda contribuiu com a vinda de dois gringos, o croata Josip
Vrlic e o goleiro sérvio Slobodan Soro, que serão naturalizados
brasileiros.
- Primeiro, estou aliviado porque a pressão aqui
na Espanha foi grande para saber a minha decisão. E, agora, finalmente
posso me dedicar integralmente ao projeto 'polo aquático do Brasil rumo à
medalha olímpica 2016', que é a realização de um sonho. Finalmente
sinto que vou poder representar meu país - comemorou.
Aos 17 anos, Felipe Perrone tomou a difícil decisão de deixar para
trás a família, os amigos e o país para apostar na carreira de jogador
de polo aquático na Europa. Em um tempo onde o esporte olímpico no
Brasil ainda estava muito distante do profissionalismo, ele encontrou na
Espanha, país de sua avó, as condições ideais para se tornar um dos
maiores jogadores do mundo na modalidade e chegar às Olimpíadas. O
carioca naturalizado espanhol não via mais chances de defender a
bandeira verde e amarela. Mas os Jogos de 2016 no Rio mudaram o rumo de
sua vida. A CBDA apresentou um projeto de repatriação que balançou o
atleta.
No segundo semestre do ano passado, Perrone resolveu
estudar a possível volta. Fechou contrato com o Fluminense, voltou a
morar no Rio de Janeiro e iniciou as negociações com a direção da CBDA.
Junto com ele, trouxe ainda os amigos Josip Vrlic, da Croácia, e o
goleiro Slobodan Soro, da Sérvia. Os três sempre demonstraram vontade de
competir pelo time da casa em 2016. A dúvida, porém, era se eles teriam
a estrutura necessária para buscar uma medalha nas Olimpíadas. Com uma
infraestrutura ruim, não seria uma troca interessante.
No início deste ano, cada um voltou para sua casa. Perrone retornou
ao Barceloneta enquanto acertava os últimos detalhes do possível acordo.
Enfim convencido de que o projeto da CBDA para 2016 corresponderia às
suas pretensões, o trio assinou nesta quarta-feira o contrato com o
Brasil.
- A gente assinou ontem com a CBDA. Eu estou aqui na Espanha,
jogando pelo Barceloneta, e os dois estão nos seus respectivos países
tirando visto de trabalho para poder começar o processo de
naturalização.
Com o futuro resolvido, os três jogadores
começam agora a cuidar das questões práticas do processo de repatriação e
naturalização. Eles também ainda precisam decidir por qual clube vão
competir até lá.
- Agora, vamos decidir em qual clube vamos
jogar. Não é certa a continuidade do projeto no Fluminense porque o
patrocinador saiu - explicou Perrone.
Foto: Lydia Gismondi
Fonte: Globoesporte.com/Lydia Gismondi
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