Para jornalista, caso Lance Armstrong não atrapalha desenvolvimento do ciclismo e crê em consequências boas para o esporte

Narrador dos canais ESPN, Ari Aguiar bateu um papo exclusivo com o Surto Olímpico

Passado o furacão Lance Armstrong devido a entrevista em que o ex-ciclista admite a apresentadora Oprah Winfrey que se dopou durante toda carreira, o Surto Olímpico conversou com o narrador dos canais ESPN e figurinha carimbada nas transmissões de ciclismo por parte do canal, Ari Aguiar, que comentou a respeito do caso e sobre as consequências que as declarações do norte-americano podem trazer ao esporte.

Confira o bate-papo:

1- Em meio ao mundo do ciclismo, qual a visão que se passa a ter de Lance Armstrong?

Penso que não só no mundo do ciclismo, mas no mundo do esporte em geral, fica a imagem de Lance como o maior trapaceiro de todos os tempos. Não somente pelo que ele venceu, mas também pelo que ele construiu emm cima das suas vitórias. Fama e fortuna com base em mentiras.

2- Até que ponto acredita que as palavras de Lance podem atrapalhar o desenvolvimento do ciclismo no planeta?

Não acho que atrapalhe. Lance foi um caso. O que ele fez ali naquela entrevista, foi o que ele fez a vida inteira. Tentou assumir o controle da situação. Ele imaginou que abrindo o jogo as pessoas iriam ficar com pena dele, mas não foi o que se viu. 

O grande problema está em quem comanda. Nunca é bom ter o seu esporte manchado por doping. A UCI precisa tomar medidas drásticas justamente para que o ciclismo não perca mais credibilidade e ai sim afete o crescimento do esporte.

O caso Lance vai ficar pra história do esporte. Daqui 50 anos vão falar dele, no entanto, o ciclismo é um universo bem maior que o planeta Lance. 

3- Quais as consequências em um futuro próximo que a entrevista de Lance pode desencadear?

Eu imagino que consequências boas. Prefiro ser otimista e acreditar que depois de um escândalo tão forte, medidas mais rígidas seja impostas. Mas também não inocente ao ponto de acreditar que o doping vai acabar de um dia para outro. Prefiro ser cauteloso também. Não acho que o número de praticantes vá diminuir. O que mais temo é que os vencedores sejam questionados em 100% dos casos. Isso precisa de cuidado. 

Tomara que o rigor aumente. Foi um exemplo rápido. Um caso tão forte quanto o de Lance vai passar, como tudo na vida passa. Agora, imagina se surgem mais dois ou três casos como o dele. Aí a credibilidade é de fato afetada e a competição poderá sofrer impactos irreversíveis.