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Surto de olho na Rússia: Marrocos aposta na defesa após duas décadas


Depois de 20 anos, Marrocos está de volta à uma Copa do Mundo. A seleção marroquina, disputa sua quinta Copa e tentará uma das maiores zebras de um mundial, tentando se classificar no Grupo B, onde Portugal e Espanha chegam praticamente classificados, ou seja, os Leões do Atlas chegam ''eliminados'' e não tem nada a perder.

Vão usar como inspiração o ano de 1986, ano onde o mundial aconteceu no México, que foi a melhor campanha dos marroquinos na história. Naquele ano, caiu no grupo F, com Inglaterra, Portugal e Polônia. Empatou os dois primeiros jogos contra os poloneses e ingleses. Contra a seleção portuguesa um 3x1 surpreendente e vaga no mata-mata. Fez jogo duro contra a Alemanha Ocidental, perdendo apenas com um gol aos 42 do segundo tempo, gol de Lottar Matthäus.


Última Copa e Eliminatórias

Em 1998, Marrocos tentaria ir melhor que quatro anos atrás nos Estados Unidos. A missão era um tanto quanto complicada, num grupo com Brasil - que era atual campeão do mundo -, Noruega e Escócia. Apesar do empate por 2x2 contra os noruegueses, viram que era possível chegar as oitavas, até porque, a Noruega tinha um bom time na época e se não fosse o gol contra de Chippo, a vitória seria confirmada.

A derrota por 3x0 contra os atuais campeões mundiais já era esperada. Era claro que os jogos da última rodada seria o tudo ou nada para as três seleções (com exceção do Brasil). Marrocos fez sua parte em Saint-Étienne, vencendo por 3x0.

O problema dos Leões do Atlas era a sorte. Assim como em 1986, a vaga foi perdida nos últimos minutos. Faltando dez minutos entre Brasil x Noruega, o jogo se encontrava 1x0 a favor dos brasileiros. Dali em diante, Tore André Flo empatou, e o resultado servia para os marroquinos. Aos 43, Júnior Baiano fez pênalti em Flo. Taffarel até pulou no canto certo, mas o pênalti de Rekdal foi bem batido, virando o jogo e eliminando o Marrocos.


No começo das Eliminatórias para Rússia, Guiné Equatorial foi o primeiro adversário. A vitória no jogo de ida por 2x0 em casa, animou bastante, apesar do susto no jogo de volta, com derrota por 1x0.

Quando foi sorteado o grupo com Costa do Marfim, Gabão e Mali, quase todos tinham certeza que a os marfinenses se classificariam, devido a idas ao mundial desde 2006, sendo quatro Copas seguidas. Marrocos começou com dois empates sem gols entre Gabão e no confronto direto contra Costa do Marfim. A goleada impiedosa por 6x0 contra Mali, contrastou com o empate sem gols contra a mesma seleção.

Até então em quatro jogos, estavam com seis pontos, um a menos que os marfinenses. Mas houve a reviravolta quando Gabão surpreendeu e venceu contra Les Éléphants por 2x1 fora de casa. Marrocos passou a frente. Nos dois últimos jogos, só dependida deles mesmo. Venceram em Casablanca com hat-trick de Boutaïb e confirmaram a classificação contra a própria Costa do Marfim fora de casa por 2x0.  A campanha foi ótima. Seis jogos, três vitórias e três empates, marcando 11 gols e não sofrendo nenhum, sendo a melhor defesa do continente africano, confirmando a força da defesa marroquina.


Surto de olho no craque


Hakim Ziyech é o grande nome dessa seleção ao lado de Benatia. O habilidoso meia de 25 anos foi revelado pelo Heerenveen em 2012, é um dos destaques do Ajax e do campeonato holandês. É o maior assistente da Eredivisie com 14 passes para gol na temporada, com 75,6% de precisão de passes. Seus pontos fortes são o passe diferenciado, a visão de jogo e o chute de longa distância. Nas eliminatórias, marcou dois gols e duas assistências, além de participar indiretamente de outros gols. É um dos donos dessa seleção.


O nome mais conhecido dessa seleção é do zagueiro Medhi Benatia. O zagueiro de 31 anos, é um dos nomes da boa defesa da Juventus. Revelado em 2005 pelo Olympique de Marseille, ganhou notoriedade na Roma em 2013, onde foi contratado pelo Bayern de Munique e ficou só um ano, emprestado para a Juventus e contratado após boa temporada. O defensor é quem comanda a defesa, além de ser um dos capitães da seleção. Não é tão disciplinado, mas é bom nas bolas aéreas e em interceptações, além de saber sair jogando. Ele vai ser importante caso Marrocos queira fazer um bom mundial. 

Time titular


Comandada por Hervé Renard, de vasta experiência no futebol africano, treinando Zâmbia e Costa do Marfim na Copa Africana de Nações, assumiu a 42° seleção melhor ranqueada da FIFA em 2016. O time de Renard joga defensivamente e no contra-ataque. A base está montada e não devera ter surpresas no seu 4-5-1. Provável escalação: Mohamedi; Hakimi, Benatia, Manuel da Costa, Dirar; El-Ahmadi, Belhanda, Amrabat, Fajr, Ziyech e Boutaïb.

Conclusão

Marrocos caiu num grupo com dois favoritos. Precisa jogar duro e precisa de seus melhores jogadores para poder fazer algo. Inicialmente chega como coadjuvante e se tudo se seguir nos seus conformes, vai lutar com o Irã pelo terceiro lugar do grupo. Se conseguir a classificação será uma das maiores zebras da história de todos os tempos. É a grande chance do futebol marroquino subir de patamar no futebol, em 20 anos.


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