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Marcos Goto, Diego Hypólito e psicóloga serão ouvidos pela polícia em investigação sobre abusos na ginástica

A delegada Teresa Alves de Mesquita Gurian, da Delegacia da Mulher, da Criança e do Adolescente de São Bernardo do Campo - onde corre desde 2016 um processo em segredo de Justiça contra o ex-treinador da seleção de ginástica Fernando de Carvalho Lopes - vai convocar para depor nos próximos dias o coordenador da equipe brasileira, Marcos Goto, e a psicóloga Thais Coppini, que trabalhava com atletas no Mesc (Movimento da Expansão Social Católica), clube particular de São Bernardo. Na reportagem veiculada pelo Fantástico no último domingo, segundo alguns ex-ginastas que foram vítimas do treinador, os dois sabiam dos abusos, mas teriam sido omissos.

O ginasta Diego Hypólito também vai ser ouvido. O medalhista olímpico não está envolvido com o caso de Fernando de Carvalho Lopes, mas em entrevista exclusiva à TV Globo disse ter sofrido humilhações na ginástica quando era criança, mas não revelou os autores.

O ginasta Petrix Barbosa, que treinou com Fernando de Carvalho Lopes e o acusou de abusos, também será convocado. Como mora fora do país, a delegada pretende gravar o depoimento por meio de videoconferência. Ao revelar todo o seu drama ao Fantástico, Petrix Barbosa explicou que ainda não havia procurado as autoridades para denunciar os abusos, prometeu fazer isso quando voltasse ao Brasil. Atualmente, ele treina em Miami, nos Estados Unidos.

Segundo alguns ginastas que denunciaram os abusos de Fernando de Carvalho Lopes, Marcos Goto, que também é técnico do campeão olímpico Arthur Zanetti, fazia piadas dos episódios de assédio quando eles buscaram refúgio e foram treinar em São Caetano. Em entrevista à TV Globo na terça-feira, ele rebateu as insinuações e que nenhum atleta lhe "relatou o que aconteceu".

"Em primeiro lugar, boatos não são fatos. Os boatos existiam na ginástica. O mundo da ginástica inteiro no Brasil sabia dos boatos. Todos já tinham ouvido sobre esses boatos, mas os atletas jamais tinham chegado em algum adulto e falaram realmente o que aconteceu. Tanto que só agora esse caso começa a sair e os atletas começam a falar. Jamais algum atleta veio a mim e relatou o que aconteceu como está sendo falado agora. Gracejos sempre tiveram no meio da ginástica. Esses boatos existiam realmente, mas o fato nunca foi falado para mim ou para outro treinador" disse.

A CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) afirmou também que vai chamar Marcos Goto para uma audiência para dar explicações de sua conduta. Nesta quarta-feira, o COB (Comitê Olímpico do Brasil) afirmou que, após convocá-lo, vai interpelá-lo na semana que vem a respeito dos comentários. Goto é funcionário contratado do COB.


foto: Ricardo bufolin/CBG

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